domingo, 06 de julho de 2025
Publicado em 05 jul 2019 - 18:56:48
Letícia Azevedo
O Ourinhense Paulo Otávio de 24 anos, nascido e criado em Ourinhos, mais especificamente na Vila Nova Sá, vem se destacando no futebol internacional. Com seu futebol explosivo e de muita técnica, o jogador está fazendo seu nome fora do país.
Paulo Otávio começou a jogar futebol muito cedo, com apenas 5 anos de idade na escolinha de futebol “Cruzeirinho” com os treinadores Dorico e Ligeiro, passou também por outras escolinhas da nossa cidade, jogando na “Chuteirinha de Ouro” com o professor Niltão, no Clube Atlético Ourinhense com o professor Lone, e por último, no “Nova Geração” do técnico Puruca, sua última escolinha antes de fazer parte das categorias de base da equipe do PSTC, localizado na cidade de Londrina.
O lateral-esquerdo jogou também no time do Atlético Paranaense e depois o atleta acabou rodando o Brasil, atuando por Coritiba, Paysandu, Santo André e Tombense. Em 2016, após boas partidas pelo clube mineiro na Série C do Brasileirão, foi contratado pelo LASK Linz, da Áustria (primeira oportunidade fora do país).
Paulo Otávio fez uma excelente temporada no Campeonato Austríaco da temporada 2016/2017, participando de 31 jogos, com 2 gols e 7 assistências, chamando atenção do Ingolstadt, que desembolsou 1,3 milhão de euros para contratá-lo, no meio de 2017. Quando chegou ao futebol alemão, ainda com 22 anos, ele foi bastante elogiado pela crítica local.
O jornal Negocião conseguiu com exclusividade uma entrevista com o jogador, que contou que uma das maiores dificuldades do início de sua carreira
foi ficar longe de casa e da família: “Quando sai de casa e fui para Londrina, eu tinha 13 anos de idade, até me adaptei bem por já ter algumas pessoas que eu conhecida, como o Vítor que hoje é meu assessor. Eu era muito jovem e acabei assumindo muita responsabilidade, perdi um pouco da minha infância. Aquela fase de brincar na rua com os amigos, eu tive que pular, pois já tinham os treinos sérios e horários regrados. Mas a saudade de casa e da minha mãe era o que mais doía” – relatou o jogador.
Paulo Otávio saiu do país e foi para o seu primeiro time, na Áustria, as dificuldades aumentaram por conta do idioma diferente e do clima “Eu tinha 21 anos, e só falava português. Mas em relação a língua tive bastante dificuldade. Eu assistia a filmes e séries para poder aprender a falar o inglês. Quando fui para a Alemanha, tive que contratar um professor, pois o time exigia que o alemão fosse fluente. E com esforço eu consegui. Cheguei no verão, por isso não sofri tanto com o clima, mas quando chegou o inverno, passar por 16 graus negativos, para o clima quente que temos no Brasil, não foi nada fácil” – relatou.
O jogador citou que uma pessoa foi muito importante em sua adaptação “O Fabiano e sua esposa Dani, foram indispensáveis na minha adaptação. O Fabiano foi meu tradutor por muito tempo até que eu conseguisse falar a língua e entender o que as pessoas falavam. Se não fosse por eles, teria sido muito mais difícil a minha trajetória.
O ourinhense relatou que existem diferenças entre o futebol brasileiro e os demais “O futebol alemão é mais dinâmico, muito rápido. A força física deles é superior. O futebol brasileiro é mais pensado, porém sempre temos uma maior desenvoltura, somos diferentes. Temos a qualidade, mas eles têm uma força de vontade e dedicação fora do comum. Eu aprendi com eles essa força de vontade e essa dedicação. Acredito que essas qualidades aliadas, fazem qualquer jogador ser o melhor do mundo”.
O contrato do jogador Paulo Otávio no time Wolfsburg vai até 2023, e o brasileiro pretende cumprir o contrato até o final, mas confessou que tem anseia voltar ao Brasil e principalmente ter uma chance na seleção brasileira “Pretendo cumprir o contrato até o fim, apesar do futebol ser muito dinâmico, e as coisas acontecerem de forma muito rápida, eu pretendo ficar no futebol alemão por mais alguns anos. Desempenhando um bom papel no Wolfsburg é uma grande oportunidade para ser visto pelos treinadores brasileiros, por se tratar de um time grande, eu posso ser facilmente observado jogando aqui. Penso em voltar para o Brasil, realizar meus sonhos, o sonho da minha família em me ver vestindo a camisa de um time brasileiro, mais próximo de casa, com certeza também seria um sonho para mim” – finalizou o jogador.
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