domingo, 06 de julho de 2025

Ourinhense afirma que água de Ourinhos causa câncer

Publicado em 13 abr 2019 - 03:33:26

           

Letícia Azevedo

Uma publicação espalhada nas redes sociais causou grande repercussão na cidade de Ourinhos durante a última semana. O empresário Sérgio Gama, proprietário da Empresa SERGAM (Estações de Tratamento de Água), relatou em uma postagem no facebook que a água vinda da Superintendência de Água e Esgoto de Ourinhos estaria causando câncer nos munícipes.

Na publicação de Sérgio Gama há relatos de um alto número de pacientes atendidos pelo hospital de Jaú, mostrando que Ourinhos encabeça uma lista de maior número de pacientes atendidos por desenvolverem Câncer, se comparado a outras cidades da região.

Procurado pela nossa reportagem, Sérgio Gama relatou que a água fornecida pela SAE não é tratada corretamente e que esse “mau” tratamento traz diversos problemas à saúde dos munícipes. “A água vinda de qualquer concessionária é considerada potável, porém não é. Isso eu falo de qualquer concessionária, não apenas da SAE, todas tem diversos contaminantes. As análises são realizadas nos tanques dentro da Estação de Tratamento. Até chegar nas torneiras da população, ela já foi contaminada por amianto, o cloro e com BPA e diversas outras substâncias que trazem malefícios à saúde. O câncer é só uma das doenças causadas pelos contaminantes que estão na água mau tratada”. 

Sérgio conta que procurou pelo Prefeito Lucas Pocay e disse não ter conseguido expor a ele os seus estudos. “O Prefeito pediu que eu conversasse com o superintendente da SAE, que não concordou com tudo o que foi exposto. Eu não quero uma briga política, até porque os dados da Pesquisa são de 2012 e o Lucas nem estava à frente da Prefeitura. A minha única intenção é levar o bem à população”.

Após muita repercussão a respeito do assunto o Setor de Imprensa da Superintendência de Água e Esgoto de Ourinhos emitiu uma nota e negou todas as acusações feitas pelo empresário, garantindo que a água da SAE é de qualidade comprovada, que utilizam hipoclorito de sódio concentração 10% com grande eficiência e ainda preservando a saúde dos funcionários que manuseiam o produto na Estação de Tratamento (ETA), além de diminuir o risco de contaminação ambiental diante de um vazamento.

A nota afirma também que os profissionais da SAE, que cuidam da qualidade da água são habilitados pelo Conselho Regional de Química, e diariamente realizam testes e análises necessárias para confirmar a potabilidade da água distribuída no município, e que a autarquia integra o Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (SISAGUA) ligado ao Ministério da Saúde, órgão fiscalizador externo que atua junto a laboratórios credenciados, que emite laudos de análises das amostras enviadas pela SAE, com o objetivo de gerenciamento de riscos à saúde associados à qualidade da água decorrentes da presença de substâncias químicas como agrotóxicos, produtos químicos, metais, solventes, etc.

O empresário usa o Relatório Epidemiológico de 2005-2012 divulgados pelo Hospital Amaral Carvalho em Jaú, para sustentar suas suposições, relacionando a água com o atendimento de pessoas de Ourinhos naquela instituição de saúde. A SAE entrou em contato e expôs o ocorrido ao Diretor de Transparência e Imagem Institucional do hospital, Fernando Schwarz, que declarou:

“Informo que Ourinhos não é a cidade que mais encaminha pacientes ao Hospital Amaral Carvalho. O nosso relatório, por força de lei, tem que ser de exposição pública em nosso site e está disponível para todo e qualquer cidadão ter livre acesso a ele para obtenção de dados para os mais variados fins;

– Os dados nele contidos são reais, produzidos por uma equipe altamente qualificada e checados por auditoria;

– Em nenhum momento, em nosso relatório, está inserida a informação de que “a cidade de Ourinhos é a campeã estadual em casos de câncer”, pois os nossos dados não refletem a realidade de todo o estado de São Paulo, já que em nosso estado, existem outros vários hospitais de excelência no tratamento de câncer e, para se ter um resultado como o insinuado pela reportagem, todas as instituições do estado teriam que ser consultadas e seus dados apurados”.

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