sábado, 12 de julho de 2025
Publicado em 22 nov 2021 - 14:24:57
Episódio gerou polêmica sobre monitoramento no local e Secretário Adjunto de Segurança Pública esclarece o assunto
Marcília Estefani
Individuos flagrados nas imediações do Lago do Royal Park, localizado na Avenida Luiz Saldanha Rodrigues, no bairro Nova Ourinhos, flagrados na noite da terça-feira, 16/11, praticando violência contra os patos que moram no local já foram identificados. Como se estivessem ‘brincando’, o bando chegou a atirar contra os animais, sendo que um deles foi encontrado morto no dia seguinte.
As agressões foram filmadas por um casal de jovens que estava no local. Ambos se dirigiram até a Central de Polícia Judiciária de Ourinhos (CPJ), onde relataram os fatos e entregaram também as imagens que foram feitas no local e a numeração da placa do veículo utilizado pelos autores. Através das informações passadas, a polícia identificou os agressores, e eles vão responder pelos atos.
CRUELDADE – Segundo as testemunhas, por volta das 20h30, eles estavam no Lago, quando ouviram um ‘choro’ vindo de um dos animais que estava próximo a um bando.
A testemunha contou que num primeiro momento, observou três homens no barranco atirando contra os animais e, a seguir, recolhendo alguns objetos em um veículo, embarcando em seguida e parando próximo a outro bando de patos, efetuando novos disparos, tentando ainda atingir os animais com a própria arma.
Ainda de acordo com o BO a arma utilizada, possivelmente de pressão, é similar a uma espingarda (arma de cano longo).
Policiais civis estiveram no local, porém os autores e veículo (placas DGU-5129) não foram localizados no perímetro do lago. Também não foi encontrado nenhum animal ferido. No entanto, na manhã da quarta-feira, 17/11, um pato foi encontrado por policiais, ferido e sem vida.
CRIME – Segundo a cuidadora de animais e atual vereadora Nilce de Araújo, embora o boletim tenha, a princípio, sido registrado como ‘ato de abuso a animais’, com a morte do pato, os responsáveis podem responder por violência contra animais, crime que prevê pena de detenção de três meses a um ano, e multa.
“A luta é muito grande, deixo meu repúdio, agradeço a pessoa que fez o boletim de ocorrência, entrou em contato comigo no momento que os animais (patos) levavam tiros e pedi que filmasse as pessoas e fosse à delegacia, os munícipes precisam nos ajudar a defender os animais, precisamos obter provas e pôr esses bandidos na cadeia… tirem fotos, filmem, denunciem, façam boletins, maus tratos é crime”.
Ainda segundo Nilce, os responsáveis pela crueldade no lago já foram identificados através da placa do carro e vão responder criminalmente pelos atos.
A informação foi confirmada na CPJ de Ourinhos, porém não foram disponibilizadas à identificação dos envolvidos.
LOCAL SEM MONITORAMENTO – Com o ocorrido, surgiu novamente uma polêmica sobre a existência ou não de videomonitoramento no entorno do Lago. A Vereadora Nilce Araújo afirmou que lá não existem câmeras.
“Eu pedi monitoramento no Royal Park logo no início do meu mandato, reiterei, pedi de novo. A resposta que tive até o momento foi que a secretaria de segurança pública não há câmeras disponíveis. Nesta semana protocolei um novo requerimento.”
Outro pedido da vereadora foi a instalação de lombada na Avenida Luiz Saldanha, próximo ao Lago, onde os animais costumam atravessar, pois correm o risco de serem atropelados.
“Eu também pedi a instalação de lombada ali, eles colocaram radar, mas ao passar o radar, os motoristas aceleram de novo. Agora eles [patos] começaram a atravessar também pro outro lado, em frente ao condomínio.”
A vereadora afirma que se continuar assim, será necessário retirar os animais do local. “Se não tem proteção pra eles, se vão ficar à mercê de ser atropelados, roubados, maltratados, mortos, se não houver proteção do poder público, vai ter que tirar os animais dali eles têm que ser protegidos, isso é Lei”, finaliza Nilce.
O QUE DIZ A PREFEITURA – Sobre o monitoramento no Lago do Royal Park, transformado pela prefeitura em Parque do Centenário, o Sargento Sérgio Pazianoto, atual Secretário Adjunto da Secretaria de Segurança Pública, explicou que ali realmente não tem monitoramento.
“Lá não é monitorado, os lugares mais próximos dali com câmeras são o redondo do Pão de Açúcar e o Detecta trevo da Estácio. Isso porque quando foi feito o estudo no município, dos pontos críticos para a implantação das câmeras, este não foi um local indicado pela polícia militar/civil”.
Ainda segundo o secretário, quando toda a região estiver revitalizada, será implantado, com certeza “estamos trabalhando para isto”, disse Pazianoto.
LEGISLAÇÃO – A Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, dos crimes contra a fauna e determina em seu artigo 32 que praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, é passível de detenção de três meses a um ano, e multa.
Esta Lei foi alterada em setembro de 2020 pela Lei nº 14.064, que aumenta a pena quando se tratar de cão ou gato, para reclusão de dois a cinco anos, multa e proibição da guarda. A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.
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