quinta, 26 de dezembro de 2024

Família processa Santa Casa por negligência

Publicado em 21 jul 2016 - 03:49:26

           

No início de julho, após passar mal, Neusa Liberato foi levada à Santa Casa de Misericórdia de Ourinhos/SP para atendimento. Neusa era diabética e já havia passado por cirurgia cardíaca, com esse histórico a família acreditou que era na Santa Casa que deveria ser feito o atendimento, visto que há mais recursos que na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). No entanto, o atendimento foi negado e ela foi encaminhada ao UPA, onde veio a falecer horas depois.

“A Santa Casa de Misericórdia de Ourinhos negou atendimento a minha esposa, mesmo sabendo do seu histórico. Não existe mais “misericórdia” naquele lugar. Quando eu questionei a atendente ela pegou o crachá e disse: “esse é meu nome, qualquer problema pode acionar a justiça. O pouco caso com a vida humana foi impressionante”, diz Luiz Liberato, esposo da vítima: “iremos até o fim para conseguir justiça, o hospital que era orgulho para nossa cidade hoje é um campo de concentração”, completa.

Em 2012 foi reestruturado o sistema de atendimento emergencial público em Ourinhos, todos os casos são centralizados na UPA e, após avaliação, os casos mais graves são transferidos para a Santa Casa. Esse sistema é criticado por especialistas, pois o tempo de espera e a avaliação clínica, feita geralmente por técnicos de enfermagem, podem causar o agravamento de quadros clínicos ou, como no caso de Neusa Liberato, levar a morte.

 

Recentes casos de óbito ocorridos na UPA colocaram o sistema de gestão de saúde emergencial de Ourinhos na mira da imprensa e do Ministério Público. Além do processo movido pela família Liberato, há diversos outros pedidos de investigação em curso. “O objetivo da mudança no sistema de atendimento não foi estimulado por critérios médicos, isso foi feito apenas para economizar dinheiro”, afirma um ex-funcionário da Santa Casa que pediu anonimato.

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