quinta, 26 de dezembro de 2024
Publicado em 14 out 2016 - 12:13:18
Alexandre Q. Mansinho
Em 1883, na França, um jovem chamado Antônio Frederico Osanan se dispôs, junto com um grupo de amigos, a ajudar as famílias pobres da periferia de Paris – esse carisma cresceu, atravessou fronteiras e se espalhou por todo o mundo. No Brasil hoje há mais de 300 mil vicentinos, pessoas que se preocupam em ajudar os necessitados, primeiramente com alimentos e depois com ações sociais que permitam a essas pessoas retomarem o controle das próprias vidas.
Em Ourinhos, sob coordenação de Cloidas Quitério de Souza Rodrigues Dias e Guilherme Rodrigues Dias, um grupo de jovens vicentinos tem se destacado nos trabalhos de assistência social e formação humana: “esse grupo de jovens está nos enchendo de orgulho, parte porque a identidade vicentina é geralmente relacionada à pessoas mais velhas e parte porque é visível, mesmo diante de todos os atrativos que o mundo oferece, que esses jovens preferem usar seu tempo para ajudar os necessitados”, diz Cloidas Rodrigues.
Priscila Elias de Oliveira, uma das jovens que faz parte do grupo, revela que a reação das pessoas que são ajudadas é o que mais seduz nesse trabalho: “o brilho no olhar das pessoas que nós ajudamos é emocionante – um simples alimento faz com que as pessoas chorem e se sintam acolhidas, amadas”. “Não ajudamos apenas famílias católicas, ajudamos pessoas que precisam, independente da religião que possam seguir – nosso grupo tem o objetivo de tornar o mundo um lugar melhor”, completa Priscila.
“São mais de 20 jovens que participam desse grupo, meninos e meninas de todos os cantos da cidade se reúnem aqui, na sede dos Vicentinos próxima ao largo da Matriz, e aqui eles aprendem a ajudar, aprendem como é importante ser luz na vida das pessoas”, afirma Guilherme Dias. “Esse resultado só foi possível com o projeto nacional dos Vicentinos, chamado Renovando Estruturas, que tem o objetivo de divulgar a identidade vicentina entre os mais jovens e garantir que os trabalhos efetuados pelo grupo sejam ampliados”, completa Guilherme.
“As famílias são reapoderadas e passam a ajudar as outras – é comum entre os vicentinos aqueles que, depois de serem resgatados, passam a se empenhar pelo resgate dos outros”, ressalta Cloidas, que é assistente social de formação, diante das críticas de que os vicentinos é um grupo meramente assistencialista. “Além dos alimentos, nós procuramos encaminhar as famílias para os serviços sociais mantidos pelo poder público”, completa. José Henrique Garcia, jovem vicentino que também faz parte do grupo, ressalta que as visitas nos lares é a parte que ele mais gosta de fazer: “visitamos asilos, levamos alimentos nos lares, mas, principalmente, queremos ajudar as pessoas a tomar as rédeas das próprias vidas”, afirma.
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