Renata Tibúrcio

A população ourinhense tem sofrido com a invasão de pernilongos desde que as temperaturas começaram a subir. O incômodo é tanto que a venda de repelentes e inseticida tiveram aumento de 200%. A infestação de pernilongos está em grande parte da cidade, como nos bairros Cohab, Vila Musa, Vila Odilon, Jardim Santa Felicidade, Jardim Bandeirantes, Jardim Matilde, Jardim Itamaraty, Vila Soares, Parque Minas Gerais e Pacheco Chaves. Todo ano, de janeiro a março as reclamações na Vigilância Epidemiológica sobre a invasão dos insetos são normais, porém este ano o fato veio de forma alarmante já no mês de novembro, o que causa uma preocupação ainda maior devido a aproximação do verão, clima propício para a criação e reprodução do Aedes Aegypti. Os órgãos responsáveis alegam que o aumento dos “invasores” se dá devido ao calor excessivo e as chuvas dos últimos dias, que formam uma combinação ideal para a proliferação de pernilongos e mosquitos.

No entanto, não é o que diz a população que cobra uma ação rápida e eficaz da SAE (Superintendência de Água e Esgoto) quanto a limpeza das lagoas de decantação nos rios Paranapanema e Pardo e um mutirão de limpeza por parte da Prefeitura Municipal. Daniel Jamaico, morador do Parque Minas Gerais, contou à reportagem que há três dias sua casa está infestada de pernilongos, e cobra uma atitude das autoridades. “Há três dias eu e minha mãe estamos sofrendo com a infestação de pernilongos, tanto de dia quanto a noite temos ficar com o ventilador ligado e com o frasco de veneno na mão para não sermos picados. Temo pois ano passado eu tive dengue”, relatou. Daniel acredita que os pernilongos vêm devido ao acúmulo de lixo em áreas verdes próximo a sua residência, sendo assim, sugere que a prefeitura realize mutirão a fim de evitar uma proliferação do mosquito. Já Érica Fernanda Camargo, disse que é melhor ficar fora de casa do que dentro, pois mesmo com a casa fechada os pernilongos tomaram conta dos cômodos. Érica mora com seus filhos pequenos e o marido no Parque Minas Gerais e nos últimos dias todos tiveram que mudar a rotina, pois após as 17 horas ninguém consegue mais ficar dentro de casa. “Há uns quatro dias eu e minha família tivemos que mudar totalmente a rotina diária devido a invasão de pernilongos. No fim da tarde tenho que fechar todas as portas e janelas para que não entrem mais pernilongos, mas daí sofremos com o calor insuportável dentro de casa, então a nossa opção é sentar na calçada e esperar refrescar para voltar para dentro”, conta.

Para ela a infestação de pernilongos acontece devido ao lixo despejado por populares nas proximidades de sua casa, ou seja, nas margens da Rodovia Raposo Tavares. O cabelereiro Juliano Lopes há três anos mora na Vila Odilon, onde tem um salão, e segundo ele nunca sofreu tanto com a presença de pernilongos como esse ano. “Olha não está fácil, pois eles vêm de bando tanto de dia quanto a noite, não sei o que está acontecendo, pois aqui no salão todas as minhas clientes estão reclamando também. Ano passado eu tive dengue e com essa invasão eu estou morrendo de medo de pegar novamente, pois não vejo nada na mídia sobre o combate e algum mutirão”. A moradora do jardim Bandeirantes, Marina Mendes, disse que dorme com seu kit, ou seja, ventilador ligado e inseticida na tomada. Ela indica o terreno em frente à sua casa como o causador da infestação. “Com esse calor tenho que fechar todas as portas e janelas para não ser carregada pelos pernilongos, mas mesmo assim a noite quando vou dormir tem vários voando no meu quarto, preciso ficar com o ventilador ligado e o inseticida na tomada para tentar dormir”, conta Marina.

Moradores da Vila Soares acreditam que os pernilongos estão vindo da Lagoa da Unimed, segundo eles a água está parada sem nenhum tipo de tratamento. Valéria Nascimento, moradora do bairro diz que o kit com inseticida, spray e até a antiga ‘cobrinha’ vem sendo a alternativa para que todos possam voltar a ter uma vida normal. De acordo com o Superintendente da SAE, Haroldo Adilson Maranho, há algum tempo foi realizada limpeza e aplicação de Bioinseticida em todas as lagoas da cidade. “A tendência de invasão de pernilongos em Ourinhos é inevitável, uma que somos cercados por rios e lagoas”, falou Haroldo. Quanto a uma resposta sobre um mutirão de limpeza como os moradores cobraram, foi feito o contato por inúmeras vezes com a Secretaria de Obras, porém o atual Secretário, Hélio Cobata, não foi encontrado para dar uma resposta para a sociedade.

Período chuvoso aumenta o alerta contra o aedes aegypti, transmissor da dengue, do vírus da zika e da febre chicungunya

No período de chuvas, a população precisa ficar ainda mais atenta para evitar a proliferação do aedes aegypti em decorrência da elevação dos focos de água parada.

A temperatura mais elevada, o nível de chuvas aumentado e o período de férias, podem favorecer a proliferação do vetor de transmissão da dengue, do vírus da zika e da febre chicungunya. Por isso, é muito importante que a população siga algumas recomendações:

– Mantenha a caixa d’água sempre limpa e totalmente tampada;

– Mantenha as calhas livres de entupimentos para evitar represamento de água nas mesmas;

– Elimine os pratinhos de vasos de plantas; caso não seja possível mantenha-os limpos e escovados pelo menos três vezes ao dia;

– Mantenha limpos e escovados os bebedouros de animais domésticos; a água deve ser trocada diariamente;

– Mantenha piscinas sempre em uso e devidamente tratadas;

– Atenção especial ao sair de férias para que esses cuidados estejam garantidos na ausência do morador;

– Caso perceba a manifestação de qualquer sintoma de dengue, procure imediatamente o centro de saúde mais próximo.

– A geladeira possui uma bandejinha, onde acumula um pouquinho de água. Coloque detergente uma vez por semana para evitar a proliferação da larva.

– A lavanderia é outro ponto crítico, já que o próprio tanque de lavar roupas é um criadouro, pois fica úmido e o mosquito pode ir colocar os ovos lá. Procure deixar o tanque tampado com um pouquinho de sabão em pó, não precisa ser muito, basta um pouquinho.