quarta, 05 de fevereiro de 2025
Publicado em 23 dez 2016 - 11:51:53
Alexandre Q. Mansinho
Em uma cidade com mais de 100 mil habitantes não é incomum termos casos que demandem atenção por parte do Poder Judiciário. Em 2016 houve vários casos que mobilizaram a opinião pública.
CASO EIJI – Uma noite de sexta-feira normal, primeiro dia do mês de abril deste ano, era a hora do intervalo na Universidade Estácio de Sá de Ourinhos, vários estudantes estavam no portão principal. No meio da aglomeração estava Eijii Marvule Nagae e sua namorada, Victória Alana Rocha Meireles. Motivado por uma suposta desavença, Arthur José Nogueira entra no campus da universidade e dispara três tiros no jovem Eiji.
Segundo Arthur, Eiji já o agredira fisicamente em outras oportunidades. Arthur confessou o crime e foi preso sendo acusado pelo artigo 121 do Código Penal, pelo crime de homicídio, junto com João Paulo que seria co-autor do crime. A Polícia agora investiga para descobrir quais dos dois foi o responsável por atirar contra a vítima, já que em ambos os depoimentos, um culpa o outro de ter atirado em Eiji e qual deles estaria pilotando a moto. A arma utilizada para cometer o crime foi apreendida e seria do pai de Arthur.
CASO BRYAN – Dia 9 de junho de 2016, um carro com 5 jovens circulava próximo ao Parque Olavo Ferreira de Sá em Ourinhos; era um dos dias da FAPI, feira agropecuária que atrai milhares de pessoas todas as noites. Os jovens estavam brincando com os cones de trânsito, por isso o carro foi parado por um policial. Em situação normal, a abordagem terminaria em multa, advertência verbal ou, em último caso, na apreensão do veículo. No entanto aquele dia iria entrar para a história da cidade de Ourinhos por um motivo trágico: enquanto o policial que parou o carro conversava com o motorista e os ocupantes do veículo, o policial Luís Paulo Isidoro saca sua arma, interrompe a ação do primeiro policial e atira em Bryan, jovem que estava sentado no banco do carona. Havia uma câmera, o crime foi filmado em detalhes, não há dúvidas sobre a materialidade ou a autoria dos fatos.
Para a mãe de Bryan, Valdinéia Pontes, seu filho foi assassinado a sangue frio: “para mim foi um assassinato, uma execução, por isso eu quero a ação da promotoria, do júri, para que esse caso seja julgado como um homicídio doloso e não culposo. Porque ele teve a intenção de matar o meu filho”. Apesar de não haver nenhum especialista em segurança que tenha respaldado a atitude de Isidoro, todos os profissionais que se manifestaram pela imprensa dizem que a ação foi, no mínimo, desastrosa. O Conselho Estadual de Direitos Humanos enviou um representante a Ourinhos que denunciou uma série de irregularidades na primeira investigação do crime, segundo o Conselho a Polícia lavou o carro onde foi cometido o crime, destruiu provas e tomou atitudes para dificultar a apuração dos fatos.
CASO NEUZA LIBERATO – No início de julho, após passar mal, Neusa Liberato foi levada à Santa Casa de Misericórdia de Ourinhos/SP para atendimento. Neusa era diabética e já havia passado por cirurgia cardíaca, com esse histórico a família acreditou que era na Santa Casa que deveria ser feito o atendimento, visto que há mais recursos que na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). No entanto, o atendimento foi negado e ela foi encaminhada ao UPA, onde veio a falecer horas depois.
“A Santa Casa de Misericórdia de Ourinhos negou atendimento a minha esposa, mesmo sabendo do seu histórico. Não existe mais “misericórdia” naquele lugar. Quando eu questionei a atendente ela pegou o crachá e disse: “esse é meu nome, qualquer problema pode acionar a justiça. O pouco caso com a vida humana foi impressionante”, diz Luiz Liberato, esposo da vítima: “iremos até o fim para conseguir justiça, o hospital que era orgulho para nossa cidade hoje é um campo de concentração”, completa.
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