quinta, 26 de dezembro de 2024

“Não é caso de pressa nem desespero”, dizem especialistas sobre as reformas da Previdência Social

Publicado em 14 jan 2017 - 06:23:03

           

Alexandre Q. Mansinho

Por todo o Brasil as pessoas estão apreensivas com as alterações das regras para a obtenção do benefício previdenciário, na cidade de Ourinhos o posto de atendimento da Previdência Social registra aumento no número de atendimentos. A justificativa de todo esse medo e apreensão é a recente proposta de alteração das regras da Previdência Social para a concessão de benefícios. Entre os principais benefícios afetados estão os de aposentadoria por tempo de serviço, aposentadoria por idade e aposentadoria especial.

Segundo o Governo Federal, o INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) tem prejuízo todos os meses pois o número de contribuições não consegue alcançar a despesa crescente. Todos os sindicatos e entidades de classe, incluindo alguns setores patronais, têm severas críticas a forma que o governo tem usado para conduzir os debates e a maneira pela qual tem norteado as reformas. Embora todos acreditem que é necessária uma mudança urgente nas regras, o conteúdo dessas alterações ainda está longe de ser uma unanimidade.

“Embora as propostas enviadas ao congresso estejam deixando muita gente apreensiva, não convém tomar nenhuma atitude impensada”, diz o Dr. Diógenes Torres Bernardino, advogado especialista em Direito Previdenciário. “O melhor mesmo é, em caso de dúvidas, procurar orientação de um profissional para não correr o risco de, no desespero, acabar fazendo um mau negócio”.

Segundo Valdete Lopes Ferreira, presidente do Sindicado Nacional dos Aposentados, Subsede Ourinhos, a reforma da previdência, do jeito que foi enviada aos parlamentares, está muito longe de ser justa e de contemplar as verdadeiras necessidades dos trabalhadores: “nós somos contra o teor dessa reforma – tal como ela está ela é injusta e empobrecerá o país”. Valdete ainda afirma que há várias alternativas que tornariam as regras muito menos nocivas para os beneficiários.

Vera Helena Medeiros de Moraes, trabalhadora do comércio, diz que a reforma é uma covardia contra as mulheres: “nós mulheres ainda temos dupla jornada de trabalho, é um absurdo aumentarem a idade mínima e aumentarem em 5 anos o tempo de contribuição”. Convém salientar que, para as mulheres que são professoras ou trabalhadoras rurais, por exemplo, para as quais a exigência de tempo mínimo era de 25 anos, o tempo de trabalho aumentará em 10 anos.

“É um absurdo trabalhar a vida inteira e, no final das contas, ainda sermos acusados de ser culpados do rombo da previdência”, diz Denise Nunes, comerciária: “eu tenho pena das pessoas que estão prestes a aposentar pelas regras atuais e serão obrigadas a trabalhar a mais por conta das mudanças”. Caribe Rodrigues Borba, autônomo, está pessimista quanto ao futuro: “Eu sou autônomo e acredito que nunca irei aposentar, a tendência é que a situação piore mais”.

“Sou aposentado há mais de 20 anos, quando me aposentei eu recebia o equivalente a quase 3 salários mínimos, hoje recebo pouco mais que 1 salário mínimo”, diz Antônio Sebastião Dionísio, aposentado: “essa reforma é “burra”, porque vai empobrecer mais ainda a população”.

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS – Para quem deseja mais informações sobre as regras atuais da previdência além de contagem de tempo ou orientações sobre o tempo certo de pedir a aposentadoria, o Sindicato Nacional dos Aposentados, Subsede de Ourinhos, presta esse serviço gratuitamente: Sindicato Nacional dos Aposentados – Rua José Felipe do Amaral, nº 581 – Vila Perino, Ourinhos/SP – Telefone: (14) 3322-7422.

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