quarta, 15 de janeiro de 2025
Publicado em 14 jan 2017 - 06:50:28
Alexandre Q. Mansinho
Você recebe uma ligação, do outro lado está alguém bem articulado e com uma voz agradável que anuncia que você acaba de ganhar um prêmio, após um primeiro momento de alegria a pessoa diz que, para esse prêmio ser liberado, é necessário que você compre cartões de celular e passe os números para ele ou, em alguns casos, a voz pede que você faça um depósito em uma conta para que ocorra a tal liberação do prêmio: foi dada a senha para o golpe. “A pessoa que falou comigo era muito bem educada, sabia até alguns dados pessoais como nome da minha mãe e meu número de CPF, eu acabei sendo convencido a ir em uma agência bancária e fazer uma transferência”, diz S.A.S., estudante de Direito, que foi vítima do golpe do falso prêmio no início de novembro último.
Golpes como o relatado anteriormente ainda acontecem com frequência, no entanto os bandidos sempre buscam formas de inovar suas ações para poderem atrair mais vítimas – a “bola da vez” agora são os aplicativos de celular, como o WhatsApp. Carlos Eduardo Bertazzoli, especialista em segurança digital, alerta que nunca se deve clicar em um link, botão ou figura se você não tiver certeza de que é confiável: “desde a geração de um boleto falso até a aquisição de serviços pagos que você não precisa, os golpistas podem usar de mensagens aparentemente inofensivas para roubar dados, créditos ou até conseguirem senhas de bancos”.
As vítimas desses golpes, tanto dos já tradicionais quanto dos novos golpes do WhatsApp, têm muitas coisas em comum: demoram para perceber que foram prejudicadas e passam a ter vergonha de falar ou até mesmo de ir à polícia. “Os golpistas pesquisam sua vida pelas redes sociais, descobrem números de documentos por sites como o do Diário Oficial e até, em alguns casos, criam perfis falsos nas redes sociais só para selecionarem as vítimas e poder mandar para elas mensagens que sejam atraentes”, completa Carlos Eduardo.
E.D.T, comerciante da cidade de Ourinhos, foi vítima recente do golpe do falso boleto: “eu estava em dívida com determinado banco, um dia recebi por e-mail um boleto com o logotipo desse banco e com um valor bem abaixo da dívida que eu tinha – acreditei que havia recebido um desconto para quitar meu débito. Somente alguns dias depois, quando recebi um contato do banco cobrando aquela mesma dívida, percebi que havia pago um boleto falso”. Para Carlos Eduardo, provavelmente os golpistas consultaram o cadastro de dívidas do SPC/SERASA em nome de E.D.T., obtiveram os números de documentos dele por sites oficiais do próprio governo e elaboraram um golpe que acabou sendo atraente.
COMO SE PROTEGER?
Não há fórmula mágica, o segredo é sempre desconfiar de toda a promoção, desconto, prêmio ou benefício obtido pelo qual você não pediu e gastar alguns minutos para confirmar, através de telefones ou mesmo presencialmente, se tal benefício é realmente verdadeiro.
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