quinta, 26 de dezembro de 2024
Publicado em 17 abr 2017 - 11:52:03
Alexandre Mansinho
Na Vila Marcante, que fica em uma região de Ourinhos apelidada de ‘cracolândia’, um projeto social destoa do cotidiano repleto de problemas sociais – um grupo de pessoas, lideradas por Humberto Martini, André Pires e Edevaldo Tubarão, resolveram tomar uma atitude para combater a criminalidade e transformar vidas por meio do esporte: criaram, na academia Betão Jiu-Jitsu Team, o Projeto Social Guerreiros do Futuro. Os adultos que treinam na academia dividem todas as despesas para que as crianças, que tem seu horário de treino em separado, não precisem desembolsar nada: “no começo nós pensávamos em cobrar uma taxa simbólica também das crianças, mas várias nos procuravam dizendo que queriam treinar mais não tinham como pagar – aí nós nos reunimos e decidimos que não haveria taxa para as crianças”, diz André Pires, um dos voluntários do projeto e instrutor de Jiu-Jitsu: “temos algumas dificuldades, o uniforme (quimono) custa caro demais para a realidade das famílias, então muitos alunos treinam com a roupa que têm mesmo”.
Edevaldo Júnior diz que os resultados já estão aparecendo: “estivemos com o Guerreiros do Futuro em Tarumã no final do mês de março, as crianças tiveram um ótimo desempenho e trouxemos várias medalhas – embora o objetivo do projeto seja formar cidadãos de paz, algumas crianças estão despontando também como atletas”, comemora. Luan Carlos S. da Silva, aluno do projeto, afirma que tornar-se lutador fez com que ele mudasse de comportamento na escola e na vida pessoal: “eu era bagunceiro, agora não me envolvo mais em confusão”.
De fato, todas as crianças atendidas têm histórias de sucesso para compartilhar: todas estão matriculadas na escola e, caso elas acabem se envolvendo em algum ato de indisciplina, o instrutor tem a função de conversar e, usando a didática, fazer com que o aluno compreenda o que houve de errado com sua atitude: “se alguém aprontar na escola, chegando aqui o ‘bicho pega’ (risos), sem violência, é claro, mas com muita conversa”.
João Cedário Lopes, pai de um aluno do projeto, comemora a iniciativa dos voluntários: “o trabalho é excelente, não tenho nada do que reclamar – nossa vila aqui precisa de mais ações como essa”. Nátali Carrara, tia de uma criança atendida pelo projeto, também concorda que a iniciativa é muito boa: “meu sobrinho não perde um treino, ele ficou até mais atento na escola e seu comportamento melhorou bastante”.
Willian Fernando da Silva Vaz, aluno da academia e um dos adultos que colabora para manter o Guerreiros do Futuro, diz que todo o esforço tem valido a pena: “nós nos juntamos para dividir as despesas e poder proporcionar o treino gratuito para as crianças e estamos muito felizes com os frutos que já tem surgido”. Daiana Felizardo, mãe de um dos alunos atendidos, também confirma os benefícios que o Jiu-Jitsu tem trazido para seu filho: “em todos os aspectos da vida dele já é possível perceber os benefícios – seria ótimo que a estrutura fosse maior para poder atender mais crianças”.
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