sábado, 12 de julho de 2025

CURSOS DE FÉRIAS: como equilibrar descanso e aprendizado de forma leve e divertida

Publicado em 23 jun 2025 - 18:06:24

           

Atividades são oferecidas por escolas para famílias que não podem tirar férias com as crianças ou não têm com quem deixá-las; mas é preciso também oferecer tempo de descanso e ócio aos pequenos

 

Da redação

 

O período de férias escolares de meio de ano é aguardado com entusiasmo por crianças e famílias. Mais do que uma pausa na rotina, as férias representam uma oportunidade de descanso físico e mental, tão importante quanto o próprio aprendizado.

Mas nem todo mundo consegue se programar para sair de férias em família, ou tem uma rede de apoio de cuidadores para supervisionar as crianças em casa durante o período.

 

Nesses casos, os cursos de férias oferecidos por escolas surgem como aliados para oferecer experiências enriquecedoras, lúdicas e, principalmente, respeitosas com o tempo e o interesse dos pequenos.

Entre os principais benefícios dos cursos de férias estão o estímulo à socialização, o combate ao sedentarismo e a possibilidade de explorar novos interesses, como música, teatro, culinária, esportes ou ciências.

 

 

Na opinião da coordenadora pedagógica, Beatriz Martins, os cursos de férias podem ser uma extensão natural do processo educativo, com propostas mais leves e focadas em brincadeiras, atividades físicas e expressão criativa, já que o brincar é a linguagem da infância.

 

 

“Cursos de férias bem estruturados e planejados promovem esse brincar com intencionalidade, favorecendo o desenvolvimento motor, cognitivo e emocional das crianças, com leveza e prazer. As atividades devem respeitar o ritmo das crianças, promovendo a integração com os colegas e ampliando o repertório cultural e emocional de forma divertida”, afirma Beatriz.

 

 

Para as instituições de ensino, os cursos de férias são uma oportunidade de estreitar laços com os alunos e suas famílias, oferecendo um ambiente seguro e familiar durante o recesso escolar.

 

 

Contudo, além da oportunidade de aprender brincando durante o recesso, a coordenadora pedagógica, Eloisa Monteiro, aponta que o ócio criativo e o tempo livre sem atividades planejadas também são muito importantes para o próprio desenvolvimento dos pequenos.

 

 

“É fundamental que a criança tenha pelo menos uma semana de descanso real, sem compromissos formais. O ócio é produtivo: é nesse tempo que ela organiza pensamentos, elabora vivências e recarrega as energias para um novo ciclo escolar”, afirma a coordenadora.

Ela lembra que em tempos de agendas lotadas e excesso de estímulos, encontrar esse equilíbrio entre descanso e atividades prazerosas nas férias é essencial para que o retorno às aulas seja vivido com entusiasmo e energia renovada — por crianças, famílias e educadores.

 

 

O desejo da criança também deve ser levado em consideração na hora da opção de um curso de férias. “É preciso escutar a criança. Às vezes, ela precisa de mais tempo em casa, de momentos com a família ou de brincadeiras simples no quintal, sem necessariamente estar em um curso organizado. As famílias não precisam se sentir obrigadas a preencher cada hora das férias com atividades programadas”, reforça Eloisa.

 

 

Beatriz Martins complementa: “O aprendizado acontece também no lazer. Uma caminhada no parque, uma visita ao museu, cozinhar junto com os pais ou cuidar de uma horta são experiências valiosas. A escola pode continuar presente na vida da criança nas férias, mas sem competir com esse tempo mais livre e afetivo.”

 

 

OPÇÕES DE CURSOS DE FÉRIAS – Durante o mês de julho, algumas escolas oferecem uma programação diversificada em seu curso de férias, com atividades que estimulam diferentes áreas do desenvolvimento infantil, sempre por meio do brincar.

 

OFICINAS DE CULINÁRIA – Entre as propostas estão oficinas de culinária, experiências artísticas sensoriais, construção de brinquedos, rodas de música, gincanas, visitas de personagens, sessões de cinema com pipoca, festas temáticas, atividades no parque, circuitos motores, além de jogos e brincadeiras folclóricas que resgatam a cultura brasileira.

 

 

A proposta valoriza a interação social, a criatividade, o movimento e o contato com diferentes linguagens, promovendo vivências lúdicas e significativas em um ambiente seguro e acolhedor. As atividades são realizadas em português e inglês, de forma lúdica para que mesmo crianças que tenham pouco ou nenhuma noção do idioma consigam participar.

 

 

PENSAMENTO CRIATIVO – Outras escolas disponibilizam uma programação especial de cursos de férias durante os meses de junho e julho, com atividades que estimulam o pensamento criativo, a autonomia intelectual e a resolução prática de desafios.

As experiências seguem o modelo exclusivo de algumas escolas, baseado em projetos interdisciplinares personalizados de acordo com o interesse de cada aluno.

 

Neste ano, os cursos são voltados para estudantes do Ensino Médio. Cada lab tem duração de uma semana e propõe uma imersão prática em temas contemporâneos, com foco no desenvolvimento de habilidades essenciais para o mundo real

Os participantes são incentivados a tomar iniciativa, trabalhar em equipe e construir projetos do início ao fim em um ambiente colaborativo, dinâmico e com propósito. Os temas disponíveis incluem: empreendedorismo, artes, música e robótica.

 

 

PROGRAMA LIVRE –Além disso, a escola também promove o “Acampamento Natural de Exploradores”, um programa ao ar livre voltado para crianças do Berçário à 5ª série (3 a 12 anos), aberto tanto para alunos de outras instituições.

O objetivo é proporcionar momentos de diversão e aprendizagem em meio à natureza, reforçando o uso do inglês em um ambiente de imersão linguística. A filosofia pedagógica valoriza a aprendizagem baseada em experiências reais e projetos significativos.

 

 

LEITURA NAS FÉRIAS: PAUSA NO CONSUMO EXCESSIVO DE TELAS – Educadores reforçam o apelo por uma pausa no consumo excessivo de telas durante as férias escolares. A leitura segue como aliada poderosa no desenvolvimento do pensamento crítico e reflexivo, da linguagem e do vocabulário, da imaginação e da criatividade, da concentração e da atenção, além da empatia e do desenvolvimento socioemocional.

Para Luciana Gomes, diretora institucional de escola, criar rotinas de leitura desde cedo é essencial para o desenvolvimento integral das crianças, além de contribuir para os desafios acadêmicos e sociais futuros.

 

 

A seguir, confira algumas sugestões de livros infantis, de autores clássicos e contemporâneos, indicados por faixa etária:

 

6 ANOS:

Kuján e os meninos sabidos, de Ailton Krenak e Rita Carelli: aborda a conexão entre a natureza e os seres humanos.

Árvores geniais, de Philip Bunting: uma obra que fala sobre a importância das plantas em nosso dia a dia e a cooperação entre as árvores.

A escolinha do mar, de Ruth Rocha: uma narrativa sobre amizade e a importância de aceitar as diferenças.

Chapeuzinho Vermelho e o boto-cor-de-rosa, de Cristina Agostinho: um livro de aventura e diversidade cultural, a partir da clássica história Chapeuzinho Vermelho, em uma versão bem brasileira.

 

7 ANOS:

Madeline Finn e Bonnie, de Lisa Papp: uma temática contemporânea sobre vida familiar e social.

Socorro em: uma vida nada fácil, de Silvana Rando: narra as aventuras de uma jovem e os desafios da vida adulta, de forma nada convencional.

Lamparina, de Rafael Cabral: uma história sobre amizade, saudade e momentos difíceis, como o luto.

 

8 ANOS:

Bia na Árvore, de Ricardo Dreguer: uma obra sobre diversidade cultural, história e cultura afro-brasileira e africana.

O mágico de OZ, de L. Frank Baum: um clássico da literatura sobre família, amigos e importância das características socioemocionais.

Kabá Darebu de Daniel Munduruku: um livro sobre diversidade cultural e indígena.

 

9 ANOS:

A casa na árvore com 13 andares, de Andy Griffiths: dinossauros voadores, bananas gigantes e até uma sereia – um livro de fantasia, aventura e humor.

Meu avô alemão, Martin Wille: diversidade cultural e tradições dos povos que chegaram ao Brasil.

O black power de Akin, de Kiusam de Oliveira: um livro sobre diversidade, legado histórico e identidade racial.

 

10 ANOS:

Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll: um clássico da literatura que inspira muitas aventuras e reflexões.

Diário de Pilar na Amazônia – Urgente, de Pequena Zahar: um livro de aventuras sobre a importância da preservação do planeta.

O Jardim Secreto, de Flávia Lins e Silva: é uma obra sobre o poder transformador da magia, da natureza e da amizade.

Vila Ventura, de Rosana Rios: mistério e suspense sobre a natureza humana e suas escolhas pessoais

 

De 6 a 10 anos:

Natureza fora da caixinha, de Juliana Gatti Pereira Rodrigues e Beth P. Rodrigues: um livro sobre bem-estar e contato com a natureza.

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