domingo, 21 de setembro de 2025
Publicado em 20 set 2025 - 20:00:26
Sociedades médicas brasileiras redefinem parâmetros e ampliam conceito de pré-hipertensão; meta de tratamento também é alterada
Da redação
A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), em conjunto com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), divulgou nesta quinta-feira (18/9) a Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial 2025, documento que orientará o diagnóstico e o tratamento da doença em todo o país.
Pela primeira vez, valores de pressão arterial de 12 por 8 passam a ser considerados pré-hipertensão, status que exige atenção médica e mudanças de hábitos.
“Recomenda-se classificar a pré-hipertensão abrangendo valores de pressão arterial sistólica entre 120-139 mmHg ou pressão arterial diastólica entre 80-89 mmHg no consultório, com o objetivo de identificar precocemente indivíduos em risco e incentivar intervenções mais proativas e não medicamentosas para prevenir a progressão para hipertensão arterial”, diz o texto oficial da diretriz.
Até então, tais níveis eram classificados como normais. A mudança acompanha um consenso internacional de 2024 e visa estimular cuidados precoces, que podem incluir desde ajustes no estilo de vida até, em alguns casos, o início do tratamento medicamentoso.
A diretriz traz recomendações que vão além do diagnóstico e tratamento: inclui estratégias de saúde pública, prevenção em diferentes faixas etárias, terapias específicas para homens e mulheres, crianças e até pacientes em aleitamento.
“A Sociedade Brasileira de Cardiologia, através da sua diretriz lançada agora, vem de forma robusta, embasada em estudos e publicações mundiais, abordar este tema que é extremamente prevalente atualmente na população. A diretriz inclui desde o diagnóstico, tratamento, estratégias de saúde pública e terapias – em homens, mulheres, crianças, pacientes em aleitamento – de forma clara, para que tenhamos um norte de como deve ser o tratamento de pessoas que sofrem com a hipertensão arterial nos próximos anos”, explica Dr. Rubens Zenobio Darwich, cardiologista.
O QUE É HIPERTENSÃO – A hipertensão arterial, também conhecida como pressão alta, é uma condição crônica em que os níveis de pressão do sangue nas artérias permanecem elevados de forma persistente. Quando não tratada, pode causar sérios danos ao coração, cérebro, rins e vasos sanguíneos.
Na maioria das vezes, a hipertensão é silenciosa e não apresenta sintomas evidentes. Porém, em algumas situações, pode se manifestar por meio de dores de cabeça frequentes, tontura, falta de ar, palpitações, visão embaçada ou até sangramentos nasais espontâneos. Como esses sinais nem sempre aparecem, a medição regular da pressão arterial é a forma mais segura de identificar o problema e prevenir complicações graves, como infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal.
META DE TRATAMENTO MAIS RIGOROSA – Outro ponto central do documento é a redução da meta de controle da pressão arterial em pacientes já hipertensos. Antes, aceitava-se como satisfatório o valor de até 14 por 9; agora, a meta foi redefinida para 13 por 8, independentemente de idade, sexo ou presença de comorbidades.
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