sexta, 29 de março de 2024

Dia dos pais: Como guiar o caminho financeiro dos filhos?

Aprender a gerenciar o dinheiro desde a infância garante uma relação mais saudável com as finanças na vida adulta

 

Suzi Corrêa

 

O Dia dos Pais está chegando e uma das lições mais importantes que os pais podem ensinar aos filhos é como ser financeiramente responsáveis. Não é à toa que o tema tem ganhado cada vez mais relevância nos lares.

Para entender como os brasileiros se comportam quando o tema é a educação financeira dos filhos, a Mozper, fintech que ajuda crianças e adolescentes a lidarem com finanças de forma inteligente e responsável, realizou, em janeiro de 2022, a pesquisa “A evolução da educação financeira entre gerações”, que revela que a maioria dos pais reconhece a importância da educação financeira para a vida e procura ensinar aos filhos. Entre os entrevistados, 90% conversam com as crianças e adolescentes sobre os impactos das decisões financeiras na vida pessoal e a importância da organização, equilíbrio e do controle financeiro.
“É uma mudança geracional considerável. Antigamente, as pessoas tinham uma relação diferente com as finanças e acreditavam que a educação financeira era mais sobre aplicações e investimentos. Atualmente, constatamos que os pais mudaram seu comportamento com seus filhos, como um processo de reparação. Eles mudaram sua percepção sobre dinheiro e já veem a gestão do orçamento familiar como um conhecimento que deve ser passado aos filhos”, explica, Mariana Rocha, head de Marketing da Mozper.
Recentemente, Hebert Mendes, pai da Malu de 10 anos, começou a perceber a necessidade de ensinar finanças para a filha, que utiliza a mesada em passeios, como teatro e cinema, para comprar lanches na escola e, eventualmente, com vestuário e acessórios.

 

“Percebi que, atualmente, a independência das crianças se dá de forma mais precoce. Por isso, senti a necessidade de procurar uma solução que me permitisse garantir o aprendizado dela de forma responsável e supervisionado”, comenta. Com o ensino na prática, pela Mozper, há três meses, Mendes já percebe que a filha está mais consciente sobre a necessidade de poupar.

Quanto mais cedo, melhor – Aprender lições de educação financeira, desde cedo, pode fazer toda a diferença na vida adulta.“Como as crianças e adolescentes aprendem pelo exemplo, o assunto não deve ser considerado um tabu no ambiente familiar”, afirma. Para a especialista, é preciso parar de propagar o mito de que dinheiro é coisa de adulto e incluir os filhos nas conversas para eles compreenderem que as escolhas monetárias fazem parte da vida de todo mundo.

 

“Envolver os filhos no planejamento do orçamento e apresentar o valor do dinheiro contribui no desenvolvimento de hábitos mais saudáveis, no consumo consciente e autocontrole. Por isso, se as finanças não estiverem boas, é recomendado não esconder: os filhos não precisam saber de todos os detalhes das finanças da família, nem participar de todas as conversas e decisões, mas, para o aprendizado, é importante que eles saibam das estratégias para economizar, pagar contas e dívidas e ter consciência do contexto financeiro da família”, explica.

 

Independência financeira – Para estimular o aprendizado e o consumo consciente é preciso que exista repetição de atividades que simulam a criação de hábitos positivos.“É necessário apresentar como ganhar, economizar e gastar com responsabilidade. Além de monitorar as compras para o garantir o desenvolvimento de um relacionamento saudável com o dinheiro.”

 

Também é importante estar ciente da tendência de transição do dinheiro físico para o dinheiro digital e entender as implicações dessa mudança de comportamento. “Certamente, isolar as crianças dessa tendência poderá impactar negativamente na vida financeira como adultos: o dinheiro digital é um conceito abstrato e os gastos não parecem ‘reais’ – é muito mais impactante quando em um minuto eles têm uma nota de cinco na mão e após gastar, a nota não existe mais. Com os cartões, isso não existe, ele continua lá. É muito fácil para as crianças não compreenderem por completo a tangibilidade do dinheiro que estão gastando e perderem de vista o valor do dinheiro.”

 

Nesse sentido, fornecer uma conta com cartão é uma escolha inteligente, já que permite ensinar educação financeira, na prática, e dessa maneira, as crianças conseguem vivenciar a experiência real de compra e consumo consciente para minimizar essa percepção distorcida do dinheiro digital.

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