segunda, 02 de dezembro de 2024
Publicado em 10 jun 2021 - 14:49:47
Edvania de Oliveira decidiu ajudar a amiga, e as aulas são realizadas na hora do almoço das duas, que trabalham no mesmo setor no Poupatempo de Lençóis Paulista. Faculdade ofereceu a bolsa integral após ser procurada pela coordenadora das funcionárias.
Da redação
O que antes era sonho, agora vai virar realidade para Edvania de Oliveira, funcionária da área de limpeza do Poupatempo de Lençóis Paulista (SP). Uma faculdade da cidade ofereceu uma bolsa integral para o curso de Pedagogia, e a funcionária finalmente vai poder estudar para um dia ser professora.
Essa vontade começou quando Edvania ensinava o filho a fazer as lições de casa, já que ele tinha dificuldades no aprendizado. Porém, ganhou mais força quando ela passou a ensinar uma colega de trabalho a ler e escrever no horário do almoço das duas.
A coordenadora da unidade do Poupatempo onde elas trabalham, Lívia Barreto, conta que depois da história da Edvania e da Eliene ficar conhecida, resolveu ajudar a funcionária a realizar esse sonho e procurou algumas faculdades que pudessem colaborar.
A boa notícia da bolsa integral chegou no começo desta semana, e a coordenadora foi pessoalmente contar a novidade na casa de Edvania, que ficou surpresa como tudo aconteceu de forma tão rápida.
“Ainda não caiu a ficha, estou muito feliz com essa oportunidade de realizar um sonho. Pretendo conciliar as aulas com o trabalho e, no futuro, quero colaborar na alfabetização de crianças”, conta.
O diretor da faculdade, Cleber Almeida, relata que a história da funcionária é inspiradora e que é gratificante poder fazer parte da realização desse sonho. Segundo ele, Edvania poderá começar o curso no segundo semestre de forma presencial.
“O que nós queremos é ver a transformação que a educação pode fazer na vida de alguém e como uma pessoa também transforma a vida de outras quando ensina. Para a faculdade é gratificante ajudar alguém como a Dona Edvania que demonstrou tamanha sensibilidade no gesto de ensinar”, finaliza o diretor.
Empatia
Edvania decidiu ajudar a amiga Eliene Maria da Conceição depois que ela contou que não sabia ler e nem escrever e que, por isso, passou por situações constrangedoras.
“Chegou o dia que a Eliene chegou aqui muito triste, passou por um momento que uma pessoa humilhou ela porque ela não sabia ler. Ela conversou comigo e chorou. Eu senti a dor dela.”
“Eu tenho muito orgulho dela, porque ela tem muita vontade. A gente sabe que não é fácil, que tem uma barreira, mas ela está todo dia aqui perseverando, fazendo as ‘tarefinhas’, aprendendo, estudando em casa antes de dormir”, afirma.
Para a amiga e aluna, só o simples ato de escrever uma mensagem para o filho no celular e ele poder ler é um motivo de muita alegria.
“Chorei de felicidade quando ele respondeu: ‘que lindo mãe, está certinho’. Fiquei muito emocionada”, conta Eliene.
(Conteúdo G1)
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