quarta, 30 de julho de 2025

NUTRIÇÃO NA GESTAÇÃO: Dicas essenciais para uma gravidez saudável

Publicado em 19 jul 2025 - 11:08:31

           

Especialista destaca opção de cardápios e alimentos importantes para as gestantes

 

Da redação

 

A gestação é um período de intensas transformações e, para garantir o desenvolvimento saudável do bebê e o bem-estar da mãe, a adoção de uma dieta especial e equilibrada desempenha um papel fundamental.

Ao contrário do mito popular de que a gestante “deve comer por dois”, Ana Carolina Roos, professora do curso de Nutrição, ressalta a importância de uma alimentação estratégica e consciente.

 

 

“Cuidar do estado nutricional materno durante a gestação é crucial, visto que este é um estágio de vida delicado. Tanto a variação de peso quanto o padrão de ingestão alimentar da mulher, antes e durante a gestação, podem afetar o desenvolvimento fetal e o desfecho gestacional”, explica a professora.

 

Além do álcool, a professora recomenda desencorajar o consumo de fast-foods, alimentos industrializados, gordurosos e “calorias vazias”

 

A docente ainda desmistifica a ideia de um aumento drástico no consumo calórico. “No primeiro trimestre, o ganho de peso da mulher é mínimo e o desenvolvimento fetal discreto, não sendo necessário aumento no consumo energético neste período”, afirma.

 

 

A partir do segundo trimestre, a demanda energética começa a se elevar. “O aumento energético é de aproximadamente 340 a 360 kcal ao dia. Isso seria o equivalente a uma vitamina feita com 250ml de leite integral, uma banana média e duas colheres de sopa de aveia, ou o acréscimo de duas colheres de servir de arroz, 1 concha grande de feijão e 50g de carne a mais no almoço”, exemplifica a especialista.

 

 

Já no terceiro trimestre, a demanda energética se eleva em aproximadamente 450 kcal/dia. “O que seria equivalente a adicionar, além dos alimentos descritos, mais um pote de cerca de 100g de salada de frutas com duas unidades de castanhas do Pará”, complementa.

 

 

MANEJANDO AS NÁUSEAS DO INÍCIO DA GESTAÇÃO – Náuseas e vômitos são sintomas comuns e desconfortáveis no início da gravidez.

Ana Carolina oferece algumas recomendações para aliviar o desconforto:

 

 

– Aumentar o fracionamento das refeições, com maior frequência e menor volume e realizar refeições mais leves e regulares, evitando permanecer longos períodos sem se alimentar;

– Consumir alimentos com baixas gorduras, preparados com pouco condimento e com cheiro neutro;

– Alimentos secos, como torrada, biscoito água e sal e biscoito de polvilho, podem ajudar a aliviar as náuseas;

– Evitar ingerir líquidos junto dos lanches ou grandes refeições;

– Dar preferência a alimentos e bebidas mornas ou frias;

– Alimentos cítricos, como abacaxi, limão, laranja e maracujá, podem ajudar;

– Incluir o consumo de gengibre, seja em chá, balas ou em pó, devido à sua ação fitoterápica na redução das náuseas.

 

 

SUPLEMENTAÇÃO: UM APOIO ESSENCIAL – Embora uma alimentação equilibrada seja a base, alguns suplementos são frequentemente recomendados para garantir o bom desenvolvimento fetal.

Os nutrientes mais comuns para esta fase são o ácido fólico, essencial para a prevenção de defeitos do tubo neural; o ferro, necessário para a produção de hemoglobina e prevenção de anemia materna; e o ômega-3, importante para o desenvolvimento cerebral e visual do bebê.

 

A suplementação de ácido fólico deve ser iniciada, se possível, três meses antes da concepção e mantida até o terceiro mês de gestação. O ferro é recomendado durante toda a gravidez, e o ômega-3 a partir da 12ª semana.

“Outros nutrientes também podem ser indicados, conforme as necessidades individuais da gestante. A suplementação deve ser orientada por nutricionista ou médico para evitar excessos e interações medicamentosas”, enfatiza Ana Carolina.

 

 

 

ALIMENTOS A SEREM EVITADOS: CUIDADO REDOBRADO – A professora é categórica quanto a alguns alimentos e substâncias. “O consumo de álcool na gestação é expressamente proibido. Não há nenhuma quantidade que possa ser considerada segura. O etanol atravessa a placenta e pode causar a Síndrome Alcoólica Fetal, além de abortos espontâneos, partos prematuros e problemas de desenvolvimento”, alerta.

 

Além do álcool, a professora recomenda desencorajar o consumo de fast-foods, alimentos industrializados, gordurosos e “calorias vazias” (alimentos que fornecem energia, mas poucos nutrientes). “O ideal é buscar energia, proteínas, vitaminas e minerais extras através de alimentos in natura e minimamente processados”, orienta.

 

É fundamental ter cautela com chás e fitoterápicos. “Na gestação, muitas plantas, que podem parecer inofensivas, podem apresentar efeito teratogênico ou causar toxicidade ao feto. Nesta fase, são seguros os chás de camomila e gengibre, mas a dose e frequência devem ser prescritas por um nutricionista”, adverte.

 

Para uma gestação saudável e segura, a orientação profissional de um nutricionista é indispensável, garantindo que a dieta da gestante seja personalizada e atenda a todas as suas necessidades e as do bebê.

 

 

 

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