sábado, 06 de dezembro de 2025

Quase 40 mil brasileiros recebem diagnóstico de HIV e não iniciam tratamento, aponta levantamento nacional

Publicado em 06 dez 2025 - 14:51:56

           

Santa Casa de Chavantes reforça a importância do diagnóstico precoce, da adesão ao tratamento e do acolhimento humanizado durante o Dezembro Vermelho

 

Assessoria de Comunicação

 

O Dezembro Vermelho é dedicado à conscientização sobre o HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis. A campanha destaca a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do acompanhamento contínuo, reforçando a necessidade de ampliar o acesso à informação e aos serviços de saúde.

Dados do Painel Integrado de Monitoramento do Cuidado do HIV e da Aids, do Ministério da Saúde, mostram o crescimento no número de brasileiros acompanhados pelas redes de cuidado. Entre 2015 e 2025, o total passou de 624.112 para 1.061.707 pessoas registradas.

Desse grupo, cerca de 39.291 receberam o diagnóstico, mas não iniciaram tratamento. Em 2025, a maior parte dos pacientes em acompanhamento está nas faixas etárias de 40 a 59 anos, 28,4% dos homens e 16,1% das mulheres, seguida pelo grupo de 25 a 39 anos, que representa 27,8% dos homens e 8,4% das mulheres.

Pessoas acima de 60 anos somam 8,5% entre os homens e 5,7% entre as mulheres. Os números são menores nas faixas de 18 a 24 anos (3% dos homens e 1,2% das mulheres) e entre adolescentes de 13 a 17 anos (0,1% dos homens e 0,2% das mulheres).

A infectologista da Santa Casa de Chavantes, Dra. Camila Real Pelloso, explica que compreender esse cenário ajuda a direcionar as estratégias de cuidado. “Os dados mostram que o HIV está presente em diferentes faixas etárias, o que reforça a importância de manter rotinas de prevenção e de testes. Quanto mais cedo a infecção é identificada, maior a eficiência do tratamento e melhor é a qualidade de vida do paciente”, afirma.

 

 

A transmissão do HIV ocorre principalmente por relações sexuais sem preservativo e pelo compartilhamento de materiais perfurocortantes. Também pode acontecer da mãe para o bebê durante a gestação, o parto ou a amamentação, quando não há acompanhamento adequado. A médica destaca que a informação correta é fundamental: “Entender como a transmissão ocorre permite adotar medidas simples e eficazes de proteção, como o uso de preservativos e a realização periódica de testes.”

Além do tratamento, a rede pública oferece medidas de prevenção combinada, como o uso de antirretrovirais para profilaxia pré-exposição (PrEP), utilizada diariamente para evitar a contaminação pelo HIV, e para profilaxia pós-exposição (PEP), que deve ser iniciada em até 72 horas após uma situação de risco, como relações sexuais sem preservativo.

Ambas reduzem significativamente as chances de infecção e são fundamentais para interromper a cadeia de transmissão quando associadas ao diagnóstico precoce, ao acompanhamento clínico, ao uso de preservativos e à prevenção de outras ISTs.

Os primeiros sinais da infecção podem ser discretos e se assemelhar a um quadro gripal, incluindo febre, mal-estar, ínguas e dor no corpo. Por serem sintomas inespecíficos, muitas pessoas só descobrem o vírus por meio de testes de rotina.

O diagnóstico é rápido, sigiloso e está disponível em unidades de saúde. A recomendação é que pessoas sexualmente ativas realizem exames regularmente para HIV e outras ISTs.

O tratamento, oferecido gratuitamente pelo SUS, evoluiu significativamente nas últimas décadas. A terapia antirretroviral reduz a carga viral a níveis indetectáveis, o que impede a transmissão do vírus.

Ainda assim, muitos pacientes interrompem o tratamento por motivos pessoais, dificuldades de rotina ou receio de buscar atendimento. Segundo a infectologista, manter a adesão é essencial: “A continuidade do tratamento é o que garante estabilidade, bem-estar e a interrupção da cadeia de transmissão. Quando o paciente encontra um serviço acolhedor, essa permanência se torna muito mais fácil”.

A Santa Casa de Chavantes reforça que o atendimento humanizado é parte central do cuidado. A instituição trabalha para oferecer acolhimento desde o primeiro contato, apoio às dúvidas, escuta ativa e acompanhamento multiprofissional.

A abordagem busca garantir segurança, clareza e confiança para que cada paciente se sinta confortável em procurar orientação, fazer exames e manter o tratamento.

Neste Dezembro Vermelho, a Santa Casa reforça o compromisso com a prevenção, o diagnóstico oportuno e o cuidado integral, destacando a importância de fortalecer a rede de apoio e ampliar o acesso às informações que ajudam a preservar a saúde e a qualidade de vida da população.

 

SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CHAVANTES – Com mais de um século de atuação, a Santa Casa de Misericórdia de Chavantes é um hospital referência para a região da DRS de Marília e uma das instituições mais reconhecidas do estado de São Paulo.

Foi a 5ª Santa Casa no estado e a 14ª no Brasil a conquistar a acreditação da ONA (Organização Nacional de Acreditação), certificação que válida a excelência e segurança dos serviços prestados.

Atualmente, foi a primeira Santa Casa a conquistar a certificação internacional da ACSA (Agência de Qualidade Sanitária da Andaluzia), o que reforça seu comprometimento com padrões globais de qualidade em saúde.

Além de sua função hospitalar, a Santa Casa de Chavantes atua como Organização Social de Saúde (OSS), gerenciando mais de 30 projetos em mais de 30 municípios espalhados por seis estados brasileiros, o que a posiciona como a oitava maior entidade do setor no país, com uma gestão anual de aproximadamente R$ 720 milhões.

 

© 1990 - 2023 Jornal Negocião - Seu melhor conteúdo. Todos os direitos reservados.