quarta, 18 de junho de 2025
Publicado em 14 jun 2025 - 13:38:12
A doença afeta uma em cada 10 mulheres no Brasil
Da redação
Em 2025, estima-se que 1 em cada 10 mulheres no Brasil, ou seja, cerca de 10%, sofram com endometriose. Essa doença afeta um número significativo de mulheres em idade reprodutiva, causando dor, infertilidade e outros problemas de saúde.
Nos últimos anos, houve um aumento nos atendimentos de endometriose no SUS, indicando um crescente reconhecimento da doença e uma maior busca por tratamento.
De acordo com Eduardo Bassani Dal Bosco, docente de Curso de Enfermagem, a doença tem como principais sintomas as cólicas intensas, dores nas pernas e na lombar, cansaço extremo, desconforto gastrointestinal e até desmaios.
“Embora o tratamento medicamentoso seja a primeira linha de combate à doença, em alguns casos a cirurgia se torna necessária para restaurar a qualidade de vida da paciente”, explica.
Segundo a Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva, essa doença afeta principalmente mulheres entre 15 e 49 anos. O Sistema Único de Saúde disponibiliza a cirurgia, especialmente em casos graves.
Além da cirurgia, o SUS também oferece consultas ginecológicas e exames como ultrassom transvaginal e ressonância magnética para o diagnóstico da doença.
Caracterizada pelo crescimento de fragmentos do tecido que reveste o útero em outras regiões do corpo, a endometriose se manifesta por uma forte cólica menstrual e menstruação irregular, com sangramento intenso ou fora do período menstrual habitual, e dor durante a relação sexual.
Além disso, a doença pode levar à infertilidade.
Eduardo reforça, que como forma de aliviar os sintomas da doença é fundamental que, uma vez diagnosticada (através de exames laboratoriais, de imagem e da laparoscopia), a doença seja tratada rapidamente.
“Sem intervenção adequada, os focos têm o potencial de se expandir tanto em tamanho quanto em área afetada. Isso significa que, se não forem tratados, problemas como infecções podem se alastrar e se agravar, causando danos ainda maiores. Da mesma forma, questões ambientais não resolvidas podem se espalhar, causando impactos negativos crescentes. É crucial abordar esses focos com prontidão para minimizar seus efeitos danosos.”, afirma
O especialista alerta ainda que, quanto mais o tempo passa sem o tratamento correto, mais a endometriose pode se multiplicar e afetar outros órgãos.
Por fim, Eduardo dá algumas dicas para aliviar os sintomas da endometriose.
Confira:
USO DE ANALGÉSICOS E ANTICONCEPCIONAL – Uma das principais formas de aliviar os sintomas da endometriose é o uso de analgésicos para reduzir as cólicas menstruais.
Além disso, o uso de pílula anticoncepcional ou de DIU (dispositivo intrauterino) hormonal é útil para interromper a menstruação e controlar a doença.
MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA – Além do tratamento clínico, mudanças no estilo de vida — como a ação de uma alimentação saudável e livre de ultraprocessados e com menor teor de açúcar — podem ajudar as pacientes com endometriose, assim como a atividade física regular.
A dieta mediterrânea, por ser baseada em frutas, legumes, vegetais, nozes, peixes, azeite, ervas, especiarias e grãos integrais, pode ser ótima recomendação para mulheres com endometriose.
FISIOTERAPIA PÉLVICA – A fisioterapia pélvica também é uma estratégia importante para reduzir os sintomas da endometriose. “A fisioterapia pélvica é uma especialidade dedicada ao tratamento de uma variedade de condições relacionadas à região pélvica. Isso inclui disfunções do assoalho pélvico, incontinência urinária, dor pélvica crônica, problemas sexuais, desconforto durante a relação sexual, constipação, endometriose, diástase abdominal, e uma série de outras questões específicas dessa área do corpo”, explica.
SE NECESSÁRIO, CONSIDERE O TRATAMENTO CIRÚRGICO – Caso as dores persistam mesmo após esses métodos, o tratamento cirúrgico pode ser indicado. Essa opção é realizada levando em consideração as necessidades e desejos de cada paciente.
Por exemplo, uma mulher que não deseja engravidar pode realizar a retirada de todo o útero. Já quem ainda quer ter filhos, a cirurgia removerá apenas as lesões da endometriose.
“O aspecto mais relevante é a personalização do tratamento, considerando a idade do paciente e sua vontade, ou não, de ter filhos”, finaliza.
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