sexta, 26 de julho de 2024

2016 é marcado por dificuldades de atendimento da saúde pública

Publicado em 09 dez 2016 - 05:32:55

           

José Luiz Martins

Os municípios brasileiros são responsáveis pela gestão de atenção básica de saúde, área em que são obrigados a aplicar no mínimo 15% de seus impostos, trata-se de um complemento de subfinanciamento para a saúde pública completado com dinheiro do Governo Federal. O Ministério da Saúde repassa recursos adicionais aos governos municipais encarregando cada cidade da gestão plena do Sistema Único de Saúde (SUS) para atendimento municipal e regional. Porém há tempos o Ministério da Saúde vem reduzindo sua participação no financiamento do SUS dificultando a administração da saúde pública, os municípios têm sofrido com a crise financeira nacional e atraso nos repasses. Mas essa não é a única razão para que a população cada vez mais enfrente menos dificuldades quando necessita de atendimento da saúde pública.

Uma boa administração do setor pelos gestores locais pode ser determinante para resultados positivos, ou não, do atendimento básico ao de alta complexidade. Em Ourinhos verifica-se que persiste alguns problemas como a falta de remédios, equipamentos, médicos, longas filas para exames e cirurgias eletivas, sobrecarga e demora na UPA, esperas por vagas hospitalares em casos de média e alta complexidade, além de falhas no atendimento na rede de urgência e emergência integrada pelo SAMU, UPA e Santa Casa. Há que se levar em conta que cerca de 30 % dos pacientes atendidos em Ourinhos são moradores de outras cidades.

Embora sejam problemas recorrentes e dificultem o pleno acesso do cidadão a todo sistema, há que se ressaltar, que na atenção primária nenhuma unidade está fechada ou sem atendimento. A cidade possui espalhadas por 15 bairros, 8 Unidades Básicas de Saúde (UBS), 2 Postos de Saúde Familiar (PSF), 2 Unidades de Saúde Familiar (USF) e 3 Núcleos de Saúde (NS). A principal reclamação dos munícipes quanto ao atendimento nessa rede, é a dificuldade para marcar consultas com filas na madrugada para conseguir o agendamento. 

 A reportagem do NOVO NEGOCIÃO entrevistou alguns munícipes a fim de medir o contentamento com a saúde pública na cidade. Para a aposentada Durvalina Lopes Andrade, 61, moradora da Vila Boa Esperança o AME funciona bem. Ela reclama do fato de que para ser atendida na Santa Casa, primeiro tem que se passar pela UPA. “Eu acho errado isso, tem casos que a pessoa tem que ir direto pra Sta Casa, mas aí tem que ir na UPA antes senão não é atendido. Tem certas doenças que não dá pra ficar esperando”, reclamou.

É difícil porque a gente passa no médico do posto de Saúde pra conseguir encaminhamento pra especialidades e às vezes demora mais de um ano pra ser atendido. Teve pessoas que até morreram por ter que esperar esse tempão, é uma grande falta de respeito com a 3ª idade”. A reclamação é da dona de casa Fabiana Santos Meneguel de 82 anos, para ela o que tem funcionado bem na saúde pública é o AME que é mantido pelo governo estadual acrescentando: “Aqui tem sido muito bom, sou muito bem atendida e não fico esperando, o AME é formidável”, disse a moradora do Jardim Itamaraty.

Já a dona de casa Marilene Pereira da Costa, 42, residente no Jardim Matilde sofre com a demora para uma cirurgia de reparação dos nervos da face cuja espera já dura oito anos. “Posso dizer que no posto de saúde do meu bairro a espera pra encaminhamento a outro médico é demorada. O atendimento no AME foi razoável, mas depois a coisa não anda, faz oito anos que espero por uma cirurgia”, lamentou.

 

Para o morador do Jd. Quebec Antonio Carlos de Almeida, 70, a falta de medicamento nos postos é uma coisa ruim para os pacientes como ele que toma remédios de uso contínuo. “Minha única reclamação é que várias vezes quando preciso do remédio que tomo todo dia, vou pegar no posto e tá faltando, o resto acho até que tá indo bem, pelo menos pra mim. Mas conheço bastante gente que sofre pra conseguir passar no médico e pra fazer exames”, disse.  O aposentado mostrou seu contentamento com o atendimento do AME, que considera “fora de série”, aludindo à rapidez e atenção dos funcionários e médicos do Ambulatório Médico de Especialidades.

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