segunda, 17 de março de 2025

A demora no atendimento e o número pequeno de funcionários ainda provocam críticas ao serviço prestado pela UPA em Ourinhos

Publicado em 27 fev 2017 - 12:32:27

           

Alexandre Mansinho

 

Na última campanha eleitoral para a sucessão dos governos municipais, o setor da saúde foi, de longe, o mais citado nos programas de governo dos candidatos. Em Ourinhos, as críticas a forma de organização dos atendimentos de urgência e emergência foram severas. Passado o período eleitoral e às vésperas de completar 60 dias de governo, o Novo Negocião vai à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ourinhos para ouvir a população e saber se houve melhora sensível no atendimento.

Foram ouvidas 30 pessoas* que responderam duas perguntas: como está a qualidade do atendimento e como você avalia a quantidade de tempo de espera para o atendimento. Para a primeira pergunta a resposta foi quase unanime: 28 pessoas avaliaram o atendimento por parte dos funcionários, médicos e enfermeiros como muito bom. Para a segunda pergunta, sobre o tempo de espera, apenas três pessoas consideraram o tempo adequado, 27 pessoas consideraram que o tempo médio de atendimento (cerca de 3 horas) é muito alto.

Marcos Tadeu Trindade, 78 anos, não tem nenhuma reclamação acerca do atendimento ou do tempo de espera: “fui bem atendido e esperei pouco mais de 1 hora, achei o tempo adequado”. No entanto a maioria faz severas críticas ao tempo de espera, para Bruna, que trouxe a filha para atendimento pediátrico, o tempo foi de quase 4 horas: “é difícil ficar com criança doente todo esse tempo – eles mandam a gente procurar o posto, mas não há pediatra atendendo nos postos de saúde”, protesta. Isabel Cristina, dona de casa, trouxe a filha para atendimento pediátrico e também questiona o tempo de espera: “o atendimento é bom, todos são educados e prestativos, mas o número de crianças é grande em relação ao número de médicos”.

Houve também quem criticasse os recursos e vigilância: “percebeu que não tem mais vigilante aqui? Já pensou o risco de ter um assalto de madrugada? Quero falar também da falta de alguns itens básicos, como cobertores por exemplo, tinha um idoso aí que não tinha cobertor para se cobrir em uma noite fria, além de não haver separação entre homens e mulheres na sala de atendimento, essas coisas são preocupantes”, critica M. A. S., mecânico.

Rebeca Poppi e Lidiane Poppi, também usuárias da UPA, avaliam como positivo o atendimento, mas fazem uma ressalva quanto ao treinamento dos funcionários, para elas falta um pouco de paciência no trato com pessoas mais idosas ou com pessoas que estejam em condições psicológicas alteradas.  

A Classificação de Risco (critérios usados para avaliar quem precisa de atendimento imediato ou quem precisa de transferência para unidades com mais recursos) ainda é a grande crítica por parte da população: “tive que vir aqui na UPA para que o médico pudesse dizer que, devido às minhas condições de saúde, eu deveria ser transferido para a Santa Casa, por que essa burocracia?”, diz Hélio Garcia Alves. “Esse tempo gasto nessa tal classificação de risco pode custar a vida de alguém”.

 

O que diz a Prefeitura sobre o tema? Por meio de nota da assessoria de imprensa, a Secretaria da Saúde declarou que “está fazendo um levantamento em relação

a necessidade de mais médicos, e também realizando uma melhor organização para que o atendimento não fique prejudicado no caso de eventuais faltas de médicos ao trabalho ou períodos de férias dos profissionais, só após esse trabalho vamos conseguir determinar se serão necessários mais profissionais e quantos”. A nota ainda cita que a implantação do atendimento no Posto de Saúde I “Postão” até as 23h tem o objetivo de desafogar a UPA. Juntamente com essas medidas, um recente convênio com um laboratório de análises clínicas proporcionou uma agilidade na obtenção dos resultados dos exames e, por consequência, uma melhor resolutividade no tratamento das doenças: “nas próximas semanas vamos iniciar um projeto piloto, inicialmente em dois Postos, de agendamento de consultas via telefone para acabar com as filas nos postos de saúde, a ideia é estender esse serviço o mais brevê possível para todos os postos da cidade”.

 

*OBSERVAÇÃO: a pesquisa publicada nessa matéria tem apenas caráter ilustrativo, não seguiu qualquer metodologia recomendada e não tem nenhuma base de comparação – os usuários foram ouvidos no dia 22 de fevereiro de 2017, na porta da UPA de Ourinhos entre 13h00 e 14h00m 

 

 

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