terça, 14 de janeiro de 2025
Publicado em 11 jul 2017 - 11:39:23
Alexandre Mansinho
Era só uma pichação em um muro de uma casa aqui em Ourinhos: a “terra de um povo de coração de ouro”. Era só um vandalismo – dois vandalismos, na verdade – um diálogo de vandalismos. Mas, por fim, parece que, no fundo, não era só isso.
Minha saudosa mãezinha me ensinou que a louça era daqueles que a haviam sujado – isso porque minha mãe trabalhava fora e não podia deixar que os homens da casa a vissem como uma empregada doméstica – e assim foi: aprendi a limpar a casa, cozinhar e, por que não, lavar louça.
Hoje, no entanto, parece que vivemos uma revitalizada guerra dos sexos – há quem reclame do protagonismo feminino e há quem nem se importe com isso. Há quem proteste, alegando que isso vai destruir a família e os princípios morais… porém, pergunto eu: quais são esses princípios morais que se querem tanto preservar?
De antemão digo: não creio que a revolução será só feminista; creio que teremos uma profunda revolução humana que será, também, feminista.
E, por fim, creio que a louça, assim como a revolução, será de todos: “porque não sou sua empregada”, como diria mamãe.
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