segunda, 17 de março de 2025

Alunos planejavam dar bala envenenada para coleguinha de classe por ela ser pobre

Publicado em 27 fev 2017 - 12:43:30

           

Renata Tibúrcio

 

Dois alunos da EMEF Georgina Amaral dos Santos de Ourinhos, um de nove e outro de oito anos planejavam dar uma bala envenenada para uma coleguinha de classe. O fato aconteceu na terça-feira, 21, mas as crianças foram impedidas pela professora que ouviu um comentário e procurou o diretor da escola. 

Em entrevista exclusiva na tarde de quinta-feira, 23, com o diretor da escola Lucas Pinheiro, ele confirmou o fato, explicando que a primeira medida foi conversar em caráter geral com todos os alunos da sala para averiguar os fatos. “No momento em que chamei atenção dos alunos com a intenção de mostrar o mal que eles poderiam causar a coleguinha de classe, ficamos sabendo quem eram os autores da ideia, se tratando de uma aluna de nove anos e um aluno de oito. Os dois foram levados para a sala da diretoria onde foram questionados e ambos confessaram explicando que a menina iria trazer o veneno e o menino a bala, e que tinham a intenção de dar a bala à outra menina pelo simples fato dela ser pobre e que sempre os insultava”, esclareceu o diretor.

Eles pretendiam comprar bala de banana, para não aparecer o veneno, que viria da casa da avó de uma das crianças envolvidas.

Lucas ainda contou que após a confissão dos alunos em detalhes as mães foram convocadas e compareceram na escola, onde ouviram seus filhos e puderam tomar as providências necessárias. Os alunos foram suspensos por um dia de acordo com o regulamento interno da escola e estão suspensos das atividades extras.

A tia da aluna contou como ficou sabendo da história e disse que desde que começou a estudar no CAIC, sua sobrinha vem sendo excluída pelos outros alunos que a chamam de pobre. “Eu vim buscar minha sobrinha na escola e percebi que ela não estava bem, fomos embora e em casa ela permaneceu em silêncio, mais do que o normal, pois ela não é de muita conversa. Mas eu e minha mãe fomos conversando com ela, que com muito medo falou apenas que dois coleguinhas de classe falaram que iria matá-la, que iriam levar bala envenenada para dar a ela”.

Na manhã seguinte a aluna não quis ir à escola com medo e os familiares ficaram à espera de um contanto da direção. Na quarta-feira, 22, a menina aceitou voltar para a escola e só aí a tia conversou com a professora que muito nervosa e sem jeito explicou o que havia acontecido, informando que a escola já havia tomado providências. No período da tarde do mesmo dia o diretor solicitou a presença da tia na escola, mas por motivos particulares ela não pode comparecer.

O diretor se justificou dizendo que este é o procedimento interno da escola, “no primeiro momento nós acionamos os responsáveis pelos os alunos em questão e depois acionamos a outra a parte, pois no calor da situação poderia ocorrer algum atrito. Mas demos todo o apoio a aluna, e como ela faltou no dia seguinte esperamos ela retornar para manter o contato com os responsáveis”.

 

Outro lado – A Secretaria Municipal de Educação emitiu nota esclarecendo os boatos destacando que não houve qualquer caso de tentativa de envenenamento em escola municipal, assim como o diretor da escola também deixou bem claro que não foi encontrado nenhuma bala ou lanche com veneno, que apenas os alunos estavam planejando a ação que foi interceptada a tempo.

A criança vítima da situação, muito tímida, disse que agora está tudo bem e que não quer mudar de sala e nem de escola. A direção se comprometeu em encaminhar a aluna com o consentimento da família para uma psicóloga.

Uma reunião está agendada para o próximo dia 8/3 com os pais dos alunos a fim de esclarecer os fatos e orientar os pais sobre o perigo de manter veneno em casa e também orientar seus filhos sobre respeitar as diferenças.

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