sábado, 08 de fevereiro de 2025

Chuva com mais de 20 horas consecutivas traz danos para Ourinhos

Publicado em 26 maio 2017 - 06:20:28

           

Alexandre Mansinho

O último final de semana foi particularmente triste para a cidade de Ourinhos. Desde a quinta-feira (18/05) caiu uma forte chuva que, com o passar dos dias, foi se acentuando. No domingo (21/05) a precipitação que ultrapassou os 100 milímetros e durou mais de 20 horas seguidas foi o estopim para vários estragos – trechos de asfalto cederam, casas tiveram infiltrações, rodovias ficaram alagadas, o lago da FAPI transbordou, o lago da UNIMED rompeu causando a morte de centenas de peixes e a ADAO (Associação de Defesa dos Animais de Ourinhos) sofreu uma inundação que resultou na morte de animais e em prejuízos enormes.

O INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) registrou que, ao todo, foram quase 300 milímetros de chuva de quinta até domingo. A Prefeitura de Ourinhos convocou, na última terça-feira, uma reunião com órgãos ligados à defesa civil para discutir medidas e avaliar os danos. A Secretaria de Comunicação informou que os prejuízos ao meio ambiente ainda estão sendo avaliados, mas que medidas já estão sendo tomadas.

Descaso – A região de Ourinhos é comumente atingida por fortes pancadas de chuva, rajadas de vento e tempestades elétricas. Todos os anos existem registros de danos estruturais causados por fenômenos meteorológicos. Especialistas ourinhenses revelam que há um grande descaso das autoridades para com essas tragédias: “há obras de infraestrutura que deveriam ser feitas, tanto pela Prefeitura de Ourinhos, como pelo Governo do Estado de São Paulo: há árvores que, por estarem podres ou mal localizadas, representam risco sempre que cai uma tempestade; o trecho da Rodovia Raposo Tavares, que liga Ourinhos a Canitar, sempre alaga quando há grandes precipitações e representa um risco enorme à vida das pessoas; isso sem falar de bairros que, por terem sido construídos sem nenhuma preocupação ambiental, sempre protagonizam transtornos aos seus moradores quando há uma forte chuva”.

Lago da Fapi e lago da Unimed – Ainda segundo especialistas, os lagos da Fapi e da Unimed sofrem de um fenômeno denominado “lixiviação do solo”, ou seja, por não haver vegetação em suas margens há um processo erosivo sempre que ocorre qualquer chuva: a água “lava” as margens e traz sedimentos (terra) para dentro do lago, isso diminui a capacidade do lago de armazenar água e, com o passar do tempo, cria um risco enorme de transbordamento.

No lago da Fapi por exemplo, o grande volume d’água fez com que o canal do córrego que abastece o lago transbordasse. O lago fica em uma parte densamente habitada da cidade, um rompimento ou até um alagamento pode pôr em risco centenas de famílias.

Já o lago da Unimed, que já registrou outros problemas desde a sua construção, causou danos grandes de erosão do solo quando teve sua barragem rompida no último domingo provocando o seu esvaziamento e a morte de centenas de peixes. A Defesa Civil isolou o local, felizmente não houve vítimas. Nossa reportagem presenciou na manhã da segunda-feira, (22/05), várias pessoas que tentavam retirar peixes do local, antes que todos morressem atolados na lama do fundo do lago.

ADAO – A chuva do último final de semana alagou também as instalações da Associação de Defesa dos Animais de Ourinhos (ADAO) e causou a morte de 6 animais, além da perda de centenas de quilos de ração. Os mais de 400 cães abrigados na associação estão com problemas de pele e com doenças respiratórias, devido ao frio e a umidade. Também há, nas redes sociais, uma campanha de doação de ração canina, para repor aquela que foi perdida durante a chuva. Conceição da Silva, presidenta da ADAO, alerta que toda a ajuda é benvinda e que os animais abrigados precisam de voluntários: “o trabalho é grande, se não estivessem aqui esses mais de 400 cães estariam nas ruas sendo vetores de doenças”.

De acordo com a Defesa Civil, foi registrado também alagamento no campo do Monstrinho, além de queda de muros de residências em vários pontos da cidade. Uma residência no Jardim Josefina foi alagada após o rio Pardo transbordar. A família teve que ser retirada do imóvel até que o nível do rio diminuísse. Felizmente não houve acidentes ou vítimas na cidade.

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