O parlamentar questionou a demora em atendimento a servidor do Legislativo e ineficiência da administração quanto aos moradores de rua em Ourinhos

Hernani Corrêa

O final da sessão de segunda-feira, 8/12, da Câmara Municipal de Ourinhos, foi palco de severas críticas do presidente da Casa, vereador Cícero Investigador ao comando da GCM, à Secretaria de Segurança Pública e à Prefeitura Municipal.

Relatando um fato ocorrido com um servidor do legislativo, que teve a casa invadida por suposto morador de rua, que chamou de “vagabundos, ladrões, se vestem e se comportam como moradores de rua”, o parlamentar reclamou da demora no atendimento por parte da GCM, que durou cerca de 40 minutos após a primeira chamada. Tanto da esposa do servidor, quanto do vereador.

Segundo Cícero, a GCM alegou que estava trocando o plantão de todo o efetivo e viaturas, razão pela qual, não pode atender a chamada de urgência.

APROVEITADORES DE SITUAÇÃO – Ainda, segundo o vereador, falta na administração municipal uma forma de realmente identificar quem está em situação de rua ou quem se aproveita dessa condição. “Temos hoje o Jardim Matilde um bairro abandonado e desvalorizado com o Centro Pop, a preocupação é enorme, moradores denunciam que foram abordados na porta de casa, por tentativas de roubo. Muito pouco tem se feito para combater essa criminalidade, isso só aumenta as estatísticas da polícia. O problema não é só material, vítimas estão correndo risco de vida, tememos que uma hora ou outra aconteça uma fatalidade”, pontuou.

DETALHES DA OCORRÊNCIA E CRÍTICAS AO COMANDO DA GCM – Cícero Investigador detalhou o fato ocorrido com o servidor da Câmar: “Em residência na Rua Ângelo Martins, Vila Boa Esperança, quatro marginais, uma mulher e três homens, um deles invadiu a residência do servidor do legislativo, foi abordado e contido pelo morador. Pelas câmeras pudemos verificar que os outros estavam em conluio com o invasor. Elogio os policiais que atenderam a ocorrência, mas não posso deixar de tecer críticas ao comando da GCM. Temos ali um coronel e um sargento com 30 anos de experiência. 30 anos e parece que não aprenderam a lição de casa, não tem discernimento. Condeno a conduta porque é impossível que a troca de plantão ocorra simultaneamente com todas as viaturas e agentes no mesmo horário. O correto é trocar uma, depois a outra gradualmente para que possam atender uma urgência/emergência como num caso desse. Foram mais de 40 minutos de espera, com a esposa do servidor e eu ligando e sendo informados que a equipe estava sendo trocada. Não houve nada de grave, com a graça de Deus, mas poderia ter acontecido se o servidor tivesse revidado a agressão de invasão a domicílio e até matado o invasor”, bradou o edil.

PM NÃO FICOU DE FORA DAS CRÍTICAS – Na sequência, o vereador também ‘disparou’ contra a Polícia Militar: “Com a Polícia Militar é um call center. É mais fácil cancelar uma linha de celular ou até um cartão de crédito, uma compra qualquer do que conseguir uma viatura no 190. Foi o maior retrocesso que tivemos a mudança do atendimento em Bauru, a população vive à deriva, à mercê da sorte”.

MENOS EFETIVO – O vereador também alertou que a GCM possa ter o efetivo diminuído em breve: “A PM é do estado, fica mais difícil mudar, mas espero providências da GCM que é municipalizada, sob a administração da Secretaria de Segurança Pública, possa mudar a conduta. A GCM está muito mal servida de comando, sonho que um dia seja comandada por alguém da sua classe. Os GCMs estão prestando concurso fora e hoje quatro ou cinco e, em breve, estarão fora da corporação em Ourinhos. São pessoas competentes, qualificadas, mas reguladas por uma má gestão”, finalizou Cícero.

OUTRO LADO – O secretário de Assistência Social, Ronaldo Cachoni Zanchetta, informou em nota que a secretaria vem cumprindo todas as abordagens e serviços atendidos aos moradores de rua, mas que se põe à disposição para qualquer esclarecimento. E que a citação do vereador está específica para a Secretaria de Segurança Pública.

Consultada pela reportagem, a Secretaria de Segurança Pública preferiu não se manifestar nesse momento.

A reportagem tentou por diversas vezes contato com o comando do Batalhão de Polícia Militar em Ourinhos, por fone fixo e celular, sem sucesso.