sexta, 16 de maio de 2025

Cresce o número de pessoas que procuram por alimentos orgânicos

Publicado em 04 nov 2016 - 04:46:57

           

Alexandre Q. Mansinho

Para aumentar a produção de alimentos a indústria faz uso de agrotóxicos nos legumes e verduras, adiciona hormônios na ração dos animais confinados para o abate e desenvolve cada vez mais produtos com quantidades exageradas de gordura, açúcar e sal. Para fugir dessa alimentação, considerada por muitos mortal, é que surgiu há algumas décadas grupos de pessoas que, embora morando nos centros urbanos, buscam consumir alimentos produzidos por agricultores que não usam aditivos em sua produção. Em Ourinhos já há dois espaços destinados a esse público: Casa Pangea e Espaço Sábia.

“Por ano cada pessoa ingere 5 litros de agrotóxicos, isso provoca doenças e diminui a expectativa de vida das pessoas”, afirma Renata Santos Andolpho, que junto com seu esposo, Andrew Andolpho, coordenam o Espaço Sábia. “Todas as sextas feiras, no final da tarde e início da noite, nós comercializamos, aqui mesmo na nossa casa, produtos orgânicos certificados que nós adquirimos em chácaras orgânicas aqui da região – em breve nós estaremos produzindo também legumes e verduras orgânicas aqui em Ourinhos”, completa.

“Na nossa feirinha nós procuramos trazer o que há de melhor do que é produzido por nossos parceiros, é importante que nós passemos a dar mais atenção à nossa alimentação”, diz Andrew: “a produção orgânica dos alimentos, o tratamento adequado dos resíduos sólidos, a compostagem e reuso dos resíduos orgânicos, o cuidado com o solo, o consumo consciente, enfim, todos esses assuntos são de extrema importância para que possamos ter um mundo melhor, nós procuramos fazer nossa parte”, completa.

Na Casa Pangea, todas as segundas feiras às 17h, também há uma feirinha, mas de uma forma um pouco diferente: as pessoas adquirem cotas de alimentos e o CSA de Botucatu faz a entrega. CSA é uma sigla em inglês para designar um sistema de alimentos orgânicos produzidos pela comunidade, ou seja, uma espécie de cooperativa de produtores que, de forma sustentável e respeitando a natureza, produz diversos tipos de legumes e verduras para comercialização, essa forma de produção em comunidade foi trazida da Alemanha por Herman Pohlmann. Qualquer pessoa pode ir até a Casa Pangea, tomar maiores informações e adquirir sua cota.

Ainda segundo Renata Andolpho, não basta o alimento ser produzido sem uso de agrotóxico para ser considerado orgânico – é necessário que todo o processo, do plantio a colheita, haja uma preocupação com o equilíbrio natural, com a diversidade dos produtos, com o trato com o solo, adubagem orgânica, uso racional da água e respeito com o meio ambiente: “quando nós respeitamos a natureza, ela nos dá saúde como presente – as indústrias alimentícias estão nos envenenado com um único objetivo de obter lucro”.

Além dos dois projetos citados nessa matéria, todos os grandes supermercados de Ourinhos destinam pelo menos um espaço no setor de legumes e verduras para os alimentos orgânicos – não há números oficiais ainda, mas é perceptível uma forte tendência para a ampliação desse mercado. Cada vez mais as pessoas estão sendo alertadas sobre os riscos de uma alimentação com aditivos químicos e tem se preocupado buscar alternativas. Espaço Sábia: Rua Miguel Vieira da Silva, 110. Jardim Matilde. Ourinhos/SP. Casa Pangea: Av. Horácio Soares, 829. Jardim Paulista. Ourinhos/SP.

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