quarta, 09 de outubro de 2024
Publicado em 10 abr 2018 - 09:52:59
Por Gustavo Gomes
Cultura é um termo muito amplo. O dicionário Aurélio é abrangente:
1 – Ato, arte, modo de cultivar.
2 – Lavoura.
3 – Conjunto das operações necessárias para que a terra produza.
4 – Vegetal cultivado.
5 – Meio de conservar, aumentar e utilizar certos produtos naturais.
6 – Aplicação do espírito a (determinado estudo ou trabalho intelectual).
7 – Instrução, saber, estudo.
8 – Apuro; perfeição; cuidado.
Logicamente, dentre estes significados, temos que excluir os referentes à cultura da terra, para sabermos do que tratam os órgãos públicos de Cultura.
Existem várias formas de fomentar a Cultura em um território (no caso, vamos nos ater ao território da cidade). Primeiro, precisamos saber como pode ser o contato do cidadão com as manifestações culturais. Pode ser como espectador, pode ser como executor.
No primeiro caso, o cidadão assiste às obras completas, realizadas: um espetáculo musical, de dança, de teatro, uma exposição de arte. Claro que este assistir pode ser passivo (apenas ver) ou ativo (discutir, debater, refletir, criticar).
Para ser um assistente ativo, é importante haver espaço e pessoas preparadas para que haja este debate, de forma construtiva. É preciso ressalvar que a escolha do repertório a ser apresentado ao cidadão depende de pessoas também preparadas, de forma a criar uma massa de informações que provoquem a discussão.
É preciso tirar o cidadão do lugar comum, levá-lo para além da indústria cultural/televisiva.
O contato também pode ser como executor, caso em que o cidadão participa do processo criativo, como músico, bailarino, ator, artista, trabalhando na concepção do produto cultural. Também é importante que o cidadão tenha a seu dispor espaço e pessoas preparadas para direcionar o processo.
E este processo será mais completo dependendo da capacidade dos diretores de fazer com que a execução não seja apenas uma mera repetição de notas, gestos, passos, falas, cores.
No caso da execução, temos também que diferenciar o objetivo do “fazer”. Pode se querer formar duas modalidades de participação: a cultura de formação social e cultura de formação de excelência. A formação social é aquela em que o conhecer e entender a Cultura leva o cidadão a ter uma postura mais proativa e crítica diante da sociedade e de sua vida, mas não tornar o cidadão um artista profissional.
A formação de excelência é aquela em que o objetivo é formar artistas profissionais, com resultados de expressão nacional ou internacional. Logicamente, a formação de excelência também deve tornar o cidadão mais crítico diante da sociedade.
Qual a função de um órgão público de cultura, afinal? A função deve ser a de criar espaço e condições para que bons profissionais da Cultura possam: escolher o repertório para apresentar ao povo; ensinar o povo a executar obras culturais e refletirem sobre sua importância, e; preparar técnica e teoricamente artistas para que explorem o máximo de suas capacidades.
Lendo atentamente o parágrafo anterior, vemos que “espaço e condições” são fatores primordiais. Mas que de nada servem sem os bons profissionais, sendo incentivados em seu melhor.
Cultura, portanto, é gente. Gente interagindo com gente.
Na próxima coluna sobre Cultura, vou falar sobre a importância do Teatro na formação cultural de uma população.
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