domingo, 06 de julho de 2025
Publicado em 14 set 2015 - 09:47:59
josé Luiz Martins
Nas últimas semanas, após as denúncias de superfaturamento e desperdício de dinheiro público com publicidade oficial feitas pelo vereador Inácio J. B. Filho, a rádio Melodia tem sido alvo de críticas e ataques de determinados órgãos de comunicação da cidade. Tudo começou após o vereador tornar público supostas irregularidades em contratos com rádios, jornais e sites que prestam serviço a prefeitura.
O vereador vem alertando que os gastos com alguns desses órgãos pelo executivo precisam ser revistos, por considerar injusto os altos gastos na área, em detrimento de investimentos necessários para o bem estar da população. As denúncias tiveram seus desdobramentos que partiram do Ministério Público (MP) que começou a agir na apuração dos fatos. A reportagem do NOVO NEGOCIÃO foi repercutir o assunto junto a direção da emissora e obteve alguns esclarecimentos através de seu atual diretor superintendente, o jornalista e radialista Luiz Alberto de Melo.
Em entrevista Melo revelou que a rádio Melodia é mantida pela FUMIVIDA, uma fundação que é um fundo autônomo, que tem por finalidade uma ação definida em seus estatutos por seu instituidor ou instituidores. De forma geral, é uma instituição caracterizada como pessoa jurídica, composta pela organização de um patrimônio mas que não tem proprietário, nem titular, nem sócios.
Consiste apenas num patrimônio administrado, segundo a Lei, com sua atuação sendo acompanhada pelo Ministério Público da União, Estados ou Municípios, dependendo da esfera de atuação. É portanto, dirigido por administradores ou curadores, autorizados e fiscalizados, na conformidade de seus estatutos, esses aprovados pelo Ministério Público a que está juridicamente subordinado.
Confira a seguir outros pontos da entrevista com Luiz Alberto de Melo sobre os últimos acontecimentos envolvendo o nome da fundação e da emissora que dirige.
De jornalista e locutor a diretor geral da emissora – “Eu entrei na rádio através de uma negociação para produzir um programa jornalístico cuja comercialização do horário na grade de programação passou a ser meu, e estou aqui até hoje desenvolvendo o trabalho ao qual me propus, e já faz bastante tempo. Ocorre que, em reunião da FUMIVIDA realizada em 2006 fui convidado pelos integrantes da fundação para fazer parte da diretoria da fundação. E desde então estou integrando a diretoria da entidade e como profissional de rádio até os dias de hoje. Em 2012 o então diretor superintendente da emissora Inácio J. B. Filho convocou uma reunião do conselho da fundação para comunicar o seu afastamento da direção geral da rádio por ter sido eleito vereador para a gestão 2013/2016, também para que o conselho da fundação escolhesse o substituto para o seu cargo. Nessa reunião, depois de todas as explicações e procedimentos que teriam que ser adotados em virtude do afastamento do Inácio como superintendente, o conselho achou por bem e aclamação me escolher como substituto para o cargo. Argumentaram que por ser um radialista de longa data e mais experiente que todos preferiram que eu tomasse a frente na direção da Rádio Melodia.
Legalidade e supervisão do Ministério Público – Então eu assumi no dia 1º de novembro de 2012, data em que se apresentou a ata da assembleia geral extraordinária ao Ministério Público na pessoa do promotor Adelino Lorenzetti. Depois mandei toda a documentação para o Ministério das Comunicações em Brasília, comunicando o afastamento do Inácio e ratificando que o conselho da fundação havia me escolhido com novo diretor superintendente da emissora e solicitando a devida autorização. Mas apesar desse tramite ser muito lento, isso não impediu que ficasse desde a escolha do meu nome pelo conselho, como o responsável pela Radio Melodia. Mas o fato é que os documentos pertinentes estão lá em Brasília assinados pelo promotor Adelino, reconhecendo que tudo foi feito legalmente. Desde então tudo que está relacionado a emissora, da área administrativa, programação, a gestão financeira e comercial passou a ser minha responsabilidade com tudo assinado por mim.
História profissional e ética – “Jamais passou pela minha cabeça disputar com os outros membros da diretoria o cargo de superintendente da rádio, não tinha interesse e preferia continuar desenvolvendo o trabalho jornalístico da emissora. Mas pra mim é triste ter que falar diretamente a profissionais da minha área, aos quais gostaria de lembrar, que estão falando um monte de bobagens, que seu sempre procurei ser ético e minha história profissional prova isso. Então surgem os camaradas que tentaram ser alguma coisa na vida e não dão certo, vira radialista pela porta dos fundos e fica se achando o bambambam. Sou profissional de rádio desde dezembro de 1969.
Gol contra e mentiras – “Não deveria responder, mas acho que isso é o suprassumo da imbecilidade um mané qualquer querer manchar o meu nome, eu até recebi alguns telefonemas de advogados se oferecendo para processar esses detratores. Eu não sou vereador, sou apenas um radialista que está por aclamação como diretor superintendente de uma rádio que tem como mantenedora a fundação Fumivida. Está claro que isso tudo é uma retaliação ao vereador ex dirigente da emissora que denunciou problemas de outros órgãos de comunicação e imprensa na cidade. Como todo radialista, hoje sou um vendedor de propaganda, eu vendia para a prefeitura os anúncios dentro do preço justo, não extorsivo como alguns fazem por aí. O corte de verbas de publicidade não foi com a rádio Melodia, foi com a minha pessoa, pois como já disse os contratos foram comigo. Fico triste porque são pessoas do ramo que me conhecem e que estão falando asneiras, isso tudo não me interessa. Tem até uma matéria de um camarada que trabalhou aqui na emissora, se diz pastor e está falando mentiras. Essas pessoas da imprensa estão jogando na lama o nome de um colega que nunca fez mal a nenhum deles. Eles estão fazendo chapa branca, colocam em três jornais e sites as mesmas palavras, isso é release. Isso não é jornalismo e eles precisam tomar vergonha, estão vendendo notícias e isso é muito feio para a classe. Essa imprensa está fazendo uma bobagem muito grande, pensem, o próximo prefeito seja quem for vai pensar muito antes de fechar contratos com rádios e jornais depois dessa celeuma toda. Estão todos marcando gol contra o próprio patrimônio, mais a frente serão eles os maiores prejudicados. A pequena verba que vinha pra emissora era minha, pois fui eu que conquistei, é claro que ajudava a emissora que não vivia dessa verba, Eles sim vivem desse dinheiro público e sem ele não sobreviverão.
Alguém do primeiro escalão apoiando a guerra – “Para encerrar eu gostaria ainda de dizer que ante tudo que foi exposto eu me permiti investigar e descobrir as coisas estão descontroladas nessa relação entre imprensa e poder público. A Fumivida repudia toda essa guerra contra o vereador Inácio. E que tem alguém lá dentro no primeiro escalão do governo municipal que nos parece estar apoiando essa guerra, conhece bem a história dessa instituição desde o começo, o nome Fumivida foi dado por ele, que sabe da lisura e seriedade desta instituição. Se eles quiserem saber, tem alguém dentro da prefeitura que pode orientá-los e que irá dizer que estão fazendo bobagens pois ajudou a criar a fundação e a rádio. Os pagamentos feitos a emissora foram por serviços prestados com preço justo, comparado com o que eles cobram e que veio à tona com as denúncias na Câmara. Por aqui eu vejo e sei que nada foi feito de errado nem por mim e meu antecessor na direção da emissora. O mesmo eu não posso dizer deles, se o Ministério Público investigar a fundo, como vem ocorrendo, nós no lugar deles não iriamos dormir tranquilos”.
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