quinta, 03 de outubro de 2024

Doação de Sangue: um ato de amor que ajuda a salvar muitas vidas

Publicado em 15 jun 2018 - 10:07:46

           

Da redação

No Dia Mundial do Doador de Sangue Voluntário, 14 de junho, a Santa Casa de Misericórdia de Ourinhos preparou uma entrevista especial com o intuito de explicar a importância da doação de sangue e também esclarecer dúvidas sobre esse ato de amor, que salva vidas.

A Dra. Juliane Campos, diretora técnica da Agência Transfusional da Santa Casa conversou com a equipe de comunicação sobre o tema.

Qual a importância da doação de sangue?

Dra. Juliane: O sangue humano é um tecido que tem como principal função devolver as funções primordiais de algumas células do organismo. Até o momento, não existe nada aprovado e em uso que substitua o sangue na fase terapêutica do paciente, então a doação é indispensável, já que receber sangue faz parte de diversos tratamentos. Quando alguma pessoa precisa repor de uma forma externa o sangue, isso só acontece por meio de um doador.

Quem pode e quem não pode doar sangue?

Dra Juliane: Existem várias particularidades previstas por Lei que colocam algumas normas para ser doador. Todo indivíduo acima de 18 anos e idade inferior a 69 anos pode doar, desde que esteja saudável. O doador não pode estar doente, isso significa ter doenças graves, mas também, por exemplo, estar gripado. Pessoas gripadas não podem realizar a doação de sangue. Mulheres grávidas e lactantes também não podem doar. É importante destacar que hoje a legislação permite que jovens entre 16 e 17 anos doem, mas precisam de autorização legal dos responsáveis.

Onde as pessoas podem doar sangue?

Dra Juliane: Para fazer doação de sangue é preciso se dirigir a um posto de coleta, hemocentro, hemonúcleo ou banco de sangue. A Santa Casa de Ourinhos não recebe as doações de sangue, os cidadãos devem ir até o banco de sangue, que é quem acolhe os doadores. É indispensável aos doares estarem munidos de documento com foto.

Existe alguma recomendação para os doadores?

Dra Juliane: A pessoa não pode estar em jejum. Essa questão gera dúvida, pois os exames de sangue de rotina, geralmente, são feitos em jejum. Contudo, para doar sangue, o ideal é não estar em jejum, por exemplo, se for doar de manhã, é necessário tomar um bom café da manhã e depois realizar a doação. Já após almoço, que é uma refeição mais pesada, recomenda-se a espera entre uma hora e meia duas horas para realizar a doação. Os fumantes não devem fumar durante duas horas depois da doação. Outra questão é que após a doação é sempre importante que o doador se hidrate bastante, que se alimente normal e que se prive de fazer muito esforço físico no dia.

Existe um intervalo de tempo que deve ser seguido entre as doações?

Dra. Juliane: Sim. 60 dias para os homens e 90 dias para as mulheres.

Pessoas com qualquer tipo de sangue podem fazer a doação?

Dra. Juliane: Sim. Todo tipo de sangue é bem-vindo. É importante explicar que a partir de uma doação de sangue, o material é fracionado, separado em concentrado de hemácias, plasma fresco, concentrado de plaquetas e crioprecipitado. São quatro hemonocomponentes diferentes, que podem ser usados em tratamentos diferentes. Isso representa que uma única doação pode ser utilizada, por exemplo, em quatro pessoas diferentes.

A doação de sangue precisa ser um ato com muita consciência e responsabilidade, não é mesmo?

Dra. Juliane: Com certeza. O doador não deve utilizar a doação de sangue como mecanismo para realizar de exames para conseguir um laudo ou um atestado. Tem que ser um ato consciente, voluntário, sem nenhum interesse.

O que pode acontecer caso falte sangue na Santa Casa?

Dra. Juliane: A falta de doadores de sangue acarreta na paralisação do andamento do hospital. Quanto não tem sangue, pacientes podem vir a óbito, cirurgias são cancelas, enfim, o sangue é uma peça fundamental para que a instituição funcione de maneira adequada.

Recentemente a Santa Casa inaugurou sua própria Agência Transfusional. O que isso significa?

Dra. Juliane: Significa agilidade nos momentos de extrema urgência dos pacientes. A função da Agência é armazenar sangue e seus derivados, realizar exames pré-transfusão e liberar o transportar sangue dentro do hospital. Estamos funcionando há um mês e já podemos confirmar essa agilidade e grandes benefícios no atendimento. Além disso, com a agência própria, conseguimos estar mais próximos do corpo clínico e conversar com os médicos sobre os casos. Hoje, se não houver nenhuma intercorrência, em 40 minutos conseguimos fazer uma transfusão de sangue.

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