quinta, 12 de setembro de 2024
Publicado em 23 jun 2017 - 05:18:00
Alexandre Mansinho
No primeiro dia do mês de janeiro desse ano, os cidadãos ourinhenses passaram a experimentar aquela que fora divulgada como sendo a “nova forma de governar”. Houve, logo nas primeiras semanas de governo, uma quantidade considerável de polêmicas, algumas mudanças implantadas por Pocay provocaram protestos de diversos setores da sociedade e, como já era esperado, suscitaram debates.
Para a confecção dessa matéria, a equipe do Negocião ouviu várias pessoas, dos mais diversos setores da sociedade e, com a marca da imparcialidade e da credibilidade, relacionou alguns pontos que foram observados sobre os erros e acertos da administração.
Saúde – Talvez a pasta que mais exigiu empenho por parte do governo municipal, a avaliação da população é positiva – no entanto há itens que chamam a atenção por ainda serem problemas sérios: cirurgias eletivas e exames de alta complexidade. A demora na marcação das cirurgias eletivas e as filas de pacientes que necessitam de exames de alta complexidade (como ressonância magnética, por exemplo) são deficiências que parecem estar longe de serem solucionadas.
Os acertos apontados ficam por conta da ampliação do número de médicos, a ampliação dos horários de atendimento ao público em duas unidades (Postão e Cohab) e a agilidade na obtenção dos resultados de exames laboratoriais de baixa complexidade.
Mobilidade Urbana – Diversas mudanças foram implementadas quanto ao número de vagas para estacionamento e ampliação das faixas de rodagem em algumas ruas do centro. As alterações feitas nas imediações do Centro de Saúde I (Postão) receberam elogios, também foi elogiada a ampliação das vagas de estacionamento no largo da Catedral.
A nota negativa foi a alteração do desenho e a supressão de vagas de estacionamento em três quarteirões da Rua Cardoso Ribeiro – comerciantes se consideraram prejudicados pelas medidas.
Habitação – O problema do déficit habitacional foi severamente criticado pelas pessoas ouvidas pelo Negocião, embora a prefeitura tenha anunciado há alguns dias a retomada das obras do Recanto dos Pássaros III; a população critica a diminuição das políticas de habitações populares. É visível também, nos bairros periféricos de Ourinhos, o aumento das habitações improvisadas.
Asfalto – De longe é a maior reclamação dos moradores da cidade e das pessoas que visitam Ourinhos para negócios ou turismo. Recentemente a Secretaria de Comunicação divulgou notas para a imprensa sobre o início das obras de recape – a crítica, no entanto, fica por conta da lentidão do processo (visto que a cidade conta com mais de 300 quilômetros de ruas precisando de reparos) e da qualidade do material empregado no recape.
Educação – As escolas municipais foram palco, logo nas primeiras semanas de governo, de grandes polêmicas: a adoção do Sistema Sesi de Ensino, feita sem a consulta dos educadores, provocou muito bate-boca na Câmara dos Vereadores e nas ruas da cidade. Para o Conselho Municipal de Educação as alterações podem ser prejudiciais a longo prazo e, principalmente, a falta de diálogo da pasta com os professores é fator preocupante.
Diálogo com os servidores – Tanto o sindicato quanto os próprios servidores públicos municipais alegam que a postura da prefeitura é, em diversas ocasiões, intransigente e autoritária – a campanha salarial que eclodiu nos meses de fevereiro, março e maio só terminou quando o Tribunal de Justiça interveio, fato que denotou, na opinião de alguns, o pouco traquejo que o governo Pocay tem para conversar com aqueles que não fazem parte do seu grupo político.
O “barulho” da oposição – A prefeitura alega, pelas notas oficiais, que aqueles que são contrários ao governo são poucos – de fato, dos 15 vereadores da câmara, apenas 3 se identificam como críticos do governo, os outros 12 (incluindo o presidente), costumam aprovar as matérias enviadas pelo executivo com pouco ou nenhum debate. Há também, de forma não oficial, a crença, por parte da prefeitura, de que servidores municipais ligados ao antigo governo ou descontentes das mudanças, tentem “sabotar” algumas ações governamentais.
Vale notar que as redes sociais são território de “guerra de informação” entre prefeito e opositores. A atual Secretaria de Comunicação usa enormemente os canais de comunicação da prefeitura na internet e, em muitas ocasiões, o próprio prefeito publica vídeos para esclarecimentos ou pronunciamentos.
A polêmica enquete do Jornal Negocião – Às vésperas de completar 180 dias de governo, o Jornal Negocião propôs, por meio de sua página na rede social Facebook, uma pesquisa de opinião sobre a qualidade do governo municipal nesses primeiros seis meses – tal enquete provocou, para surpresa do próprio jornal, discussões acaloradas no meio virtual.
Embora os números não representem necessariamente a opinião da população, visto que não há nenhum critério de controle de qualidade exigido em pesquisas oficiais, a enquete provocou debates que chegaram até o plenário da Câmara dos Vereadores.
A própria prefeitura, por meio da assessoria, divulgou mensagens nas redes sociais comemorando os resultados positivos da enquete – porém, os críticos do governo alegaram que houve uma convocação “por debaixo dos panos” para que os servidores que ocupam cargos de confiança acessassem o FaceBook do Jornal Negocião e “positivassem” a enquete.
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