sexta, 26 de julho de 2024

Ex-aluno da Escola de Bailado desmente comentários sobre apoio da Prefeitura aos grupos de dança

Publicado em 09 nov 2020 - 16:01:23

           

Segundo João, alunos precisavam fazer campanhas de arrecadação de fundos para subsidiar viagens para competições

 

Letícia Azevedo

 

Na última semana uma postagem-denúncia feita por um ex-aluno da Escola Municipal de Bailado de Ourinhos provocou discussões e polêmicas na comunidade artística ourinhense.

João Silva, ex-aluno da instituição, reagiu a declaração de um candidato a vereador que teria afirmado que “alunos da Escola de Bailado tinham 100% dos custos de viagens subsidiados pela Prefeitura”. O jovem afirma que essa informação é falsa, porque os alunos dos grupos especiais (alunos de elite que viajam para as competições representando a cidade) eram obrigados a fazer festas e arrecadações para conseguir as verbas necessárias para suas despesas.

 

O ex-aluno João Silva, enquanto bailarino da Escola Municipal de Bailado

 

Segundo o ex-aluno, a indignação o fez vir a público e relatar que “as falsas declarações” não podem desmerecer todo o trabalho já realizado por ele e pelos outros alunos e pais de alunos “Essa postagem do candidato a vereador é completamente mentirosa. A forma com que foi postado, onde ele fala que nenhum dos alunos no período de 2018 a 2020 pagou nenhuma taxa para participar de festivais e competições e que tudo foi cedido pela prefeitura municipal, inclusive os figurinos usados pelos alunos, é totalmente mentirosa” – afirmou.

Revoltado com a manifestação do vereador, considerada por João como “equivocada e mentirosa”,  ex-aluno gravou um vídeo desmentindo as afirmações, inclusive mostrando provas de que os alunos e pais tinham que angariar fundos para custear as viagens e também a confecção ou até a customização dos figurinos já existentes na instituição. “Nós temos os comprovantes das prestações de contas de todas as ações que realizamos, onde nós vendíamos os cartões por toda a cidade para angariar esses fundos para que pudéssemos ter condições de competir em festivais em outras cidades. Isso não é uma notícia falsa. Temos os comprovantes em mãos. Tenho como provar e mostrar à população quem realmente trabalhou pelo bailado e quem apenas faz postagens mentirosas”.

 

Uma das ações realizadas na Praça Mello Peixoto para angariar fundos

 

João contou que esteve dentro da Escola de Bailado por aproximadamente seis anos. Segundo ele, nos anos de 2018 a 2020 (período a que se refere o candidato a vereador) a escola passava por sérios problemas de infra-estrutura. “Nesse período a escola estava completamente defasada. Nós não tínhamos papel higiênico nos banheiros, sabonete para lavar as mãos, e muito menos tecido para a confecção dos figurinos. Isso nos obrigou a tomar atitudes por nós mesmos. Forçou-nos a criar eventos para que tivéssemos verba para poder continuar a estar sempre com os principais bailarinos do país”.

Antes da gestão Pocay assumir a prefeitura municipal, a APAB (A Associação de Pais e Amigos da Escola Municipal de Bailado de Ourinhos) era responsável por captar recursos para serem utilizados no que dizia respeito aos alunos da escola. “Ela também recebia verba municipal e também do PROAC (Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo). A partir de 2017 a APAB praticamente se dizimou, nos obrigando então a criar novas formas de angariar fundos” – explicou o ex-aluno.

 

Comprovante da Prestação de Contas do que foi arrecadado em uma das ações

 

João relatou que a Escola “parou no tempo”, por falta de engajamento da gestão pública “Nós, além de não conseguirmos ir até os principais festivais, inclusive de fora do país por falta de verba da escola e do poder público, nós éramos também proibidos de realizar ações que pudessem custear essas viagens. Fazíamos todas as ações, barracas de venda de alimentos em festas, contrariando a direção da escola, que nunca estava ao nosso lado”.

O ex-bailarino aponta diversos fatos e situações, mas relata que o seu intuito é deixar claro que a publicação é mentirosa. “São muitas as situações que passamos. Foram muitas negativas por parte da direção da escola, muitas negativas por parte do poder público que por muitas vezes nos negou ônibus para ir até cidades próximas como Santa Cruz do Rio Pardo, são diversas situações. Mas o que não podemos aceitar de forma alguma é que falem mentiras a respeito da Escola. Isso jamais vou admitir” – finalizou.

 

OUTRO LADO

Nós procuramos a Secretaria de Cultura do Município, responsável pela Escola Municipal de Bailado, que preferiu se manifestara através de uma nota, que vai contra o que foi falado por João Silva e demonstrado através de comprovantes.

“A Prefeitura de Ourinhos promoveu nos últimos quatro anos uma série de investimentos na Escola Municipal de Bailado, extinguindo cobranças dos alunos e proporcionando melhores condições de trabalho aos professores. Entre as principais iniciativas, que promovem a cultura e valorizam os artistas da cidade, estão: fim da taxa de matrícula, fim da taxa de transporte, fim da taxa de figurino, diária de viagens dos professores custeada pela Prefeitura, investimento para a compra e confecção de figurinos, participação de alunos em festivais em Joinville (SC), Florianópolis (SC), Indaiatuba (SP), Barueri (SP), Barra Bonita (SP), Piraju (SP) e Marília (SP)”.

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