quarta, 18 de junho de 2025
Publicado em 26 ago 2024 - 17:27:04
Cláudia Regina da Rocha Lobo, que foi vista pela última vez no dia 6 de agosto, também teve seu corpo carbonizado após o assassinato
Fernando Lima
Chega ao fim um grande mistério de um crime que chocou e intrigou o interior paulista. A Polícia Civil de Bauru divulgou na segunda-feira (26), em coletiva de imprensa, que Cláudia Regina da Rocha Lobo, secretária executiva da Apae de Bauru, desaparecida desde o dia 6 de agosto, foi assassinada pelo presidente da instituição Roberto Franceschetti Filho, no mesmo dia do seu desaparecimento. Ela foi morta com um tiro, no carro da entidade, pouco antes do carro ser abandonado.
O presidente da Apae e Cláudia
Entenda o crime e a investigação
Cláudia desapareceu misteriosamente no dia 6 de agosto, depois de deixar o trabalho num carro da Apae e nunca mais foi vista. O carro que estava com a vítima foi abandonado na Vila Dutra em Bauru e, à partir dele, a polícia começou os exames de perícia, encontrando um estojo de munição deflagrado dentro carro, além de material humano, que mais tarde se confirmou como sendo sangue.
Nas imagens de câmeras de segurança que foram obtidas pela polícia, foi possível verificar partes do trajeto do carro e em uma das imagens a polícia reconheceu o presidente da Apae junto com Cláudia no veículo.
Momento em que Cláudia sai do banco do motorista e vai para o banco de trás do carro — Foto: Polícia Civil/Divulgação
Outras imagens mostram Roberto saindo do banco de passageiros e assumindo o volante, enquanto Cláudia vai para o banco traseiro. O carro fica estacionado por cerca de três minutos e neste período o presidente efetuou o disparo contra Cláudia, afirma a polícia.
A movimentação dos sinais de celulares também ajudou a polícia a confirmar suas hipóteses e também a chegar em mais um suspeito, Dilomar Batista, funcionário do almoxarifado da Apae. Ele confirmou a polícia em depoimento no dia 23 de agosto, que Roberto foi o responsável pela morte de Cláudia e que ele e sua família foram ameaçados pelo presidente para ajudá-lo a sumir com o corpo.
Funcionário do almoxarifado da Apae de Bauru é ouvido sobre desaparecimento de secretária — Foto: Andressa Lara/TV TEM
Eles colocaram fogo no corpo de Cláudia em uma área de descarte que a Apae usava esporadicamente, numa área rural entre Bauru e Arealva, local onde a polícia fez buscas, por localizar o sinal dos celulares nesta região.
Corpo foi descartado e queimado por quatro dias em uma área rural de Bauru (SP) — Foto: Polícia Civil/Divulgação
Lá foram encontrados um par de óculos, que foi reconhecido pela família de Cláudia como sendo dela e também fragmentos de ossos humanos.
O presidente da Apae está preso desde o dia 15 de agosto no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pirajuí. A polícia ainda continua as investigações para desvendar a motivação do crime. As linhas de investigação apontam possíveis fraudes financeiras, possíveis retiradas de dinheiro, que passariam pela revisão da secretária executiva. O Setor Especializado de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro (Seccold) instaurou um inquérito para investigar a Apae e a instituição abriu uma sindicância interna para investigar possíveis irregularidades financeiras.
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