quinta, 10 de julho de 2025

Gasolina chega a R$ 3,79 e álcool R$ 2,79 em alguns postos de Ourinhos

Publicado em 29 jan 2016 - 02:08:27

           

José Luiz Martins

Se até a bem pouco tempo o consumidor ourinhense muito suspeitava de cartelização dos preços dos combustíveis na cidade, hoje pode-se dizer que não é bem assim e que os postos de Ourinhos cobram preços diferenciados. Levantamento de preços feito pelo NOVO NEGOCIÃO esta semana revela que a diferença entre o maior e menor preço tanto para gasolina quanto para o etanol apresenta uma variação chegando a R$0,41 centavos por litro.

A partir desse diferencial de 12% entre o maior e o menor, os preços nas bombas têm a segunda maior diferença marcando R$0,35 a gasolina, R$0,31 o álcool e R$0,34 diesel. A menor variação de preço é da ordem de R$0,10 a R$0,06 centavos, constatando que os postos com bandeiras de companhias como Texaco, Shell, Petrobrás e Ipiranga praticam os preços mais altos, preços médios e menores são dos estabelecimentos classificados como bandeira branca.

Entre a maior e menor variação, para um tanque com capacidade de 70 litros a economia é de R$28,00 gasolina e álcool, no caso do diesel, caminhão ou ônibus com um tanque de 400 litros a disparidade pode levar a um lucro de até R$136,00. Embora seja uma visível economia, está cada vez mais difícil encontrar motorista que peça pra completar o tanque e somente quem está atento e costuma pesquisar preços pode diminuir o impacto no orçamento. Do contrário o consumidor acaba contribuindo para a disparada nos preços da gasolina, etanol e diesel como se observa em alguns estabelecimentos que puxam o preço para cima aproveitando o momento de crise cobrando mais caro ainda por conta de uma maior margem de lucro. 

A prática é mais perceptível quando há reajuste geral e os comerciantes aproveitam para aumentar a margem de lucro embutindo no repasse o aumento vindo das distribuidoras. Quase que semanalmente o consumidor é surpreendido com aumentos dos preços cuja flutuação nas bombas acontecem geralmente a partir das sextas-feiras. Portanto abastecer no início da semana pode ser mais uma opção ante a surpresa de reajustes.

Quem possui carro flex tem que fazer uma conta simples para saber qual combustível queimar no automóvel e fazer economia. É só dividir o valor do litro do álcool pelo da gasolina. Se o resultado for menor que 0,70, abasteça com álcool. Acima disso é recomendado o uso da gasolina. Hoje, levando-se em conta os preços praticados em nossa cidade este cálculo mostra o índice acima 0,73 e 0,72 em desfavor do uso de etanol.

Outras cidades – Nos postos pesquisados pelo jornal o valor mínimo praticado esta semana é de R$ 3,38 para gasolina comum e o valor máximo de R$ 3,79. Para o etanol entre R$ 2,46 e R$ 2,79. Comparando com preços praticados em outras cidades através do levantamento semanal, os preços ao consumidor oscilam fortemente para cima enquanto o preço de compra nas distribuidoras mantém-se estável. A variação do valor de compra dos postos aparece entre R$2,95 e R$3,19 sendo que no último levantamento dos 21 postos de Ourinhos apenas 4 apresentaram nota fiscal de compra à fiscalização. 

Pelo serviço de acompanhamento e fiscalização de preços da Agência Nacional de Petróleo (ANP), em Marília, onde existem praticamente a mesma quantidade de estabelecimentos que Ourinhos, o valor mínimo pesquisado foi de R$3,39 (em 10 postos) e o máximo R$3,59. Em Bauru pelo menos 18 postos comercializam a gasolina entre R$3,29 e R$3,39, outros 18 postos entre R$3,41 e R$3,45; e 19 entre R$3,47 e R$3,49. Já em Sorocaba 13 postos comercializam a gasolina entre R$2,26 e R$3,39; outros 12 postos entre R$3,44 e R$3,39. Já o preço pago pelos postos dessas cidades é o mesmo dos postos de Ourinhos, entre R$2,95 e R$3,19, a mesma variação do preço de compra vale para o álcool e diesel. 

Consumidores se dividem – A reportagem conversou com alguns consumidores para saber eles têm o hábito de pesquisar os preços dos combustíveis. As opiniões se dividem entre optar pelo menor preço ou, teoricamente, pela qualidade do produto normalmente relacionado ao maior preço. Ou seja para alguns, combustível barato é sinal de produto de má qualidade, o que é contestado por outros. Há aqueles que procuram preços mais em conta, mas estão atentos para a qualidade, que nessa diversificação de opções de preços na cidade, é sim possível encontrar.   

Luiz Carlos Correia – aposentado – Vila Margarida – “É, normalmente sim abasteço sempre no mesmo posto, justamente por pesquisar e ser um dos postos com o 2º menor preço da gasolina. Aliás além de ser bom o preço a qualidade é ótima, o rendimento na perua (Kombi) é o mesmo não mudou nada, vou e volto fazendo economia que é o que temos que levar em conta hoje em dia”.

Evandro Augusto da Silva – serralheiro – Vila Musa – “Sim com certeza pesquiso e dou preferência por posto com bandeira de grandes companhias, porque sei que o combustível é bom. Sei também que está difícil abastecer na cidade principalmente por causa do valor, mas também tem a qualidade, tem postos sem bandeira que você abastece e o carro não anda direito o combustível não dura. Por isso dou preferência ao combustível de boa qualidade, é isso que levo em conta, as vezes a diferença no preço não compensa pois o combustível não rende. Já ocorreu de colocar R$ 50 em um posto e rodar o habitual que é uma semana, em outro com combustível mais caro, mas de qualidade superior foram pelo menos 14 dias“.

Felipe Reco – inspetor de aluno – Vila Sândano – Costumo pesquisar e ficar atento a propaganda e aí vou abastecer, estou sempre procurando o preço mais em conta, mesmo sendo longe de casa compensa, e sempre tem fila porque é o mais barato da cidade. Tenho carro mas uso mais a moto, só abasteço nesse posto, com R$ 20 encho o tanque mas se for no posto com maior preço não chega, dá meio tanque só. Já ouvi dizer que tem diferença no desempenho do carro, mas comigo não aconteceu e acho que isso é mais propaganda pra desqualificar o concorrente”.

Wanda Lúcia Botelho – bancária aposentada – Vila Perino – “Não costumo abastecer no mesmo posto e nem pesquisar os preços, acho que o posto que tem o menor preço talvez não tenha um melhor combustível, sei que o certo é fazer mesmo uma pesquisa. Uso muito pouco o carro, talvez seja por isso que não me preocupo tanto com esses centavos, mas pra quem usa muito é bom pesquisar mesmo e ver onde mais vale a pena desde que o combustível seja de qualidade”.  

Valdir de Melo – vendedor – Jardim Itajubi – “Geralmente é no mesmo posto, não chego a fazer pesquisa de preço e já acostumei com a comodidade e a qualidade do combustível do posto que abasteço. Eu sei que tem diferença de preços, mas não com esses valores, pra mim era coisa de 0,10, 0,15 centavos. Dependo do carro para trabalhar e como disse não sei se seria viável optar por um menor preço sem que tenha qualidade, teria que compensar no preço e na qualidade. No momento gasto cerca de 450 reais por mês e estou satisfeito com o posto que sempre abasteço. Mas agora acho que vou dar uma estudada”. 

© 1990 - 2023 Jornal Negocião - Seu melhor conteúdo. Todos os direitos reservados.