Alexandre Q. Mansinho

Natanias Feitosa Rodrigues, conhecido como Mimi, era ex-empregado da OAS e viera do Maranhão para São Paulo a fim de trabalhar nas obras de duplicação e recape das estradas da região de Ourinhos. Com o fim do contrato, Natanias continuou a viver em Ourinhos, fazendo bicos e vivendo em uma casa que ficava na esquina da rua José Linhares com a Rua Vitório Christoni, na Vila Christoni. Na mesma casa moravam outras pessoas, entre elas José Reis dos Santos, aquele que viera a ser a vítima do assassinato.

“Essa casa que o Mimi morava era tipo uma invasão, moravam vários andantes e nóias lá; mas o Mimi não era má pessoa, ele fazia uns corre como servente e estava direto com a gente aqui no bar. Nunca foi de dar trabalho”, diz Sandro Henrique da Silva, filho do proprietário do Bar Estrela e primeira pessoa para quem Mimi confessou o crime. “Ele chegou aqui no bar louco, tava chapado de cachaça, ele dizia “eu matei o cara, eu matei o cara”. No começo eu não acreditei, falei “vamo vê se você matou então!”. Aí ele me levou na casa que eles moravam. Quando eu vi o cara enterrado deu até um negócio em mim”, completa Sandro.

“O tal do Zé Reis, um andante que ficava na casa também, roubou a bicicleta do Mimi e deu uma surra nele. Então, no sábado, eles tiveram uma treta lá e o Mimi cobriu ele na paulada”, afirma uma testemunha que não quer ter sua identidade revelada. “O Mimi não era do crime não, deve ter rolado uma treta violenta pra ter acabado assim. Ele chegou desesperado, falando coisas sem sentido. A polícia pegou ele aqui mesmo, na esquina, e ele já foi confessando. Se fosse um crime premeditado ou se ele fosse da bandidagem, teria era sumido daqui”, completa.

Tudo isso aconteceu no sábado, dia 22 de novembro de 2014. Segundo a denúncia do Ministério Público, Natanias cometeu crime de assassinato por motivo fútil e com os agravantes de meio cruel e de não ter dado chance de defesa a vítima. Na próxima quinta, 1/09, dia do julgamento, estarão presentes além de Sandro, os policiais que atenderam a ocorrência. O advogado de defesa de Natanias, Dr. Alexandre Fernandes Palmas, foi procurado para que pudesse nos adiantar qual será a tese da defesa, no entanto até o fechamento dessa matéria o advogado não retornou nossos contatos.