quinta, 12 de setembro de 2024
Publicado em 07 abr 2017 - 06:51:04
Alexandre Mansinho
Na quinta-feira, 30/03, o conselho de sentença do Tribunal do Júri de Ourinhos condenou Jaqueline Daiane de Oliveira Gomes a 12 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato de Lucas Henrique Neves. O julgamento foi longo e pôs um ponto final em um crime que chocou a população. A defesa de Jaqueline apresentou a tese de que não havia sido ela que cometera o crime, mas os jurados não foram convencidos e a tese do Ministério Público, de crime por motivo fútil, foi a que prevaleceu.
Dr. Silvio Brandini, promotor do caso, fez questão de lembrar que todas as provas periciais, bem como os depoimentos de testemunhas, apontavam na direção de Jaqueline como a autora das facadas. Brandini ainda ressaltou o motivo fútil do cometimento do ato: “Jaqueline estava com uma faca em seu poder, a princípio para “acertar as contas” com uma mulher que estava assediando o seu marido, isso já levanta suspeitas sobre as intenções da moça”.
Lembrando do Caso – Segundo a promotoria, no dia 30 de março de 2015, pouco depois da meia noite, um bar nas proximidades do Terminal Rodoviário de Ourinhos, o Bar Tradição, estava cheio de clientes – em certo momento alguém soltou uma bombinha perto de um grupo no qual se encontrava Lucas. Contratado pelo fato e já alcoolizado, Lucas começou a discutir com um grupo de mulheres acusando-as de ter jogado a tal bombinha. Jaqueline, que estava nesse grupo, não aceitou a acusação e passou a discutir com o rapaz. Testemunhas alegam que houve uma briga generalizada e que Jaqueline sacou uma faca que estava em seu poder e, julgando-se ofendida pelos xingamentos, desferiu dois golpes em Lucas.
A força policial foi chamada, bem como o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), no entanto a vítima já estava sem vida. Segundo a Polícia Civil as facadas atingiram artérias importantes e a morte ocorreu em um pequeno espaço de tempo, impossibilitando qualquer tentativa de socorro.
Os policiais que deram atendimento à ocorrência ouviram algumas testemunhas e identificaram Jaqueline como a autora do crime, a princípio, no depoimento na delegacia, ela assumiu a autoria, no entanto, diante do juiz em depoimentos posteriores, negou ter dado as facadas e sugeriu que havia sido forçada a assumir o assassinato.
A problemática “Cracolândia”
A região nas imediações do Terminal Rodoviário de Ourinhos, conhecida como Cracolândia, é sempre citada nos noticiários policiais – o Novo Negocião já noticiou a situação de caos na segurança pública sofrida pelos seus moradores. Os bares e lanchonetes estão sempre cheios e há relatos de tráfico de drogas, além de toda a região ser conhecida como ponto de prostituição. Recentemente houve um assassinato brutal de uma jovem transexual que foi resultado de desentendimentos ocorridos na mesma região: “já tive orgulho em dizer que morava perto da rodoviária, hoje tenho medo – às vezes me sinto presa dentro da minha própria casa”, diz Anésia Bordinhão da Silva, moradora e comerciante da Rua Antônio Prado.
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