segunda, 24 de março de 2025

Maioria dos jovens pensa em construir futuro em Ourinhos

Publicado em 09 dez 2016 - 03:58:23

           

Alexandre Q. Mansinho

Dados do IBGE dão conta que o número de pessoas com até 30 anos em Ourinhos teve uma tendência de queda até o início dos anos 2010, mas, motivados pelos conjuntos habitacionais e pela instalação de várias faculdades, houve uma quebra nessa tendência. O fato de ter se consolidado como polo regional, sendo referência de comércio, saúde e educação para as cidades do entorno, também contribuiu para que o município passasse a agregar uma grande população de pessoas jovens.

“Eu não tenho vontade de sair daqui, quero me formar e continuar minha carreira em Ourinhos”, afirma Rodolfo Manéa, estudante de Farmácia: “Ourinhos é um ótimo lugar para se viver e trabalhar”. Rodolfo é exemplo de um grupo que tem crescido muito, jovens estudantes ou jovens profissionais que buscam consolidar sua vida profissional sem ter que buscar em outras cidades um mercado mais atrativo.

Atualmente o número de estudantes de ensino superior no município cresce exponencialmente, a expectativa de ampliação da oferta de cursos superiores, tanto nas universidades e faculdades públicas quanto nas particulares atrai para Ourinhos um número cada vez maior de jovens procurando uma formação ou sonhando com o início da vida profissional.

Isso acaba criando uma necessidade de mais investimentos em financiamento estudantil e infra-estrutura para acolher esse público: “as faculdades particulares, que têm uma variedade maior de cursos, têm restringido o financiamento estudantil; os alunos mais pobres acabam tendo que abandonar seus sonhos”, diz Bruna Natali Corrêa, que expõe um outro aspecto dessa realidade. Ainda segundo Bruna, Ourinhos tem setores quase inexplorados que poderiam acolher mais mão de obra jovem e poderia trazer mais recursos para a cidade: “temos uma capacidade de ser polo turístico, mas não há nenhum investimento nesse setor”.

Janaína Aparecida Germano dos Santos e Juliana Aparecida Rodrigues, jovens de Salto Grande, afirmam que Ourinhos é muito importante para as cidades vizinhas: “as opções de lazer aqui são maiores, isso sem contar as opções do comércio”. As duas jovens salto-grandenses mencionam um outro setor que, bem explorado e gerido, tem a capacidade de trazer mais investimentos e divisas para o município: o lazer. Existe um crescente investimento para aumentar as opções de lazer e conseguir manter essa juventude consumindo esses serviços, o recente aumento de casas noturnas e restaurantes é um exemplo disso.

No entanto, alguns jovens são bem críticos quanto ao mercado de trabalho e as perspectivas de crescimento da cidade: “eu gosto de Ourinhos, mas não vejo oportunidades para os jovens, alguns só conseguem uma colocação no mercado de trabalho em outras cidades”, diz Sara de Melo Cardin, estudante do terceiro ano do ensino médio. De fato, em alguns setores, a existência das faculdades e o número de profissionais formados todos os anos acaba por saturar o mercado dificultando a colocação profissional dos mais jovens.

Nos últimos anos, conforme já mencionado no início da matéria, Ourinhos passou a ser a casa de muitas famílias jovens cujas pessoas encarregadas de sustentá-las têm 30 anos ou menos. Tal fenômeno exige dos poderes públicos o investimento em outro setor, muito necessário, o de lazer para crianças e o de educação infantil e creches: “pais jovens, que trabalham, precisam de creches e, aos finais de semana, precisam de opções de lazer para crianças”, afirma Emanuela Nogueira da Silva Terada, que junto com seu marido, Fabrício Yroiuky e a filha Ana Maria, são o retrato da nova formação familiar que cresce no município. “Precisamos de vagas em creches, precisamos de parquinhos e precisamos de alternativas para nossos filhos”, completa Emanuela.

Para Diego Corte Neri Becky, jovem pai que forma sua família em Ourinhos, a cidade é um ótimo lugar para criar filhos, no entanto ainda necessita de mais opções. Camila Amorim, jovem trabalhadora e mãe, também afirma que a cidade é boa para criar filhos, mas ressalta que as mães trabalhadoras tem tido dificuldades para encontrar vagas em creches. Erinalda Soares da Costa e Maria Eduarda Soares da Costa Oliveira, mãe e filha, vindas de Iguatu, estado do Ceará, são um bom exemplo da visão que os mais jovens tem da cidade: “Ourinhos acolhe com carinho quem vem de fora e, principalmente, nos oferece uma grande perspectiva de futuro”.

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