sexta, 16 de maio de 2025
Publicado em 03 jun 2016 - 04:56:11
O AME (Ambulatório Médico Especializado) de Ourinhos entregou a uma paciente um documento de encaminhamento para que ela passasse por um cirurgião plástico em Assis devido a sua situação de saúde. O problema é que Elza Firmino Ribeiro, de 56 anos, diz que sofre de lipodistrofia nas pernas e na barriga, uma doença que acumula excessivamente gorduras em partes localizadas do corpo, enquanto o papel aponta que a mulher possui lipodistrofia e aids.
O estado de saúde de Elza chega a ser chocante. Há anos ela convive com uma doença considerada hereditária, segundo diagnosticou o médico que a atendeu. Sendo assim, de tempos em tempos, ela precisa passar por uma cirurgião plástico para fazer a retirada de uma grande quantidade de gordura destas partes do corpo. A primeira cirurgia aconteceu em 2012, quando foram retirados 23 quilos do abdômen. Dois anos depois, foi necessário submeter a paciente novamente a uma cirurgia, desta vez, para retirar da coxa 11 quilos de gordura. Foram 24 dias de internação na Santa Casa de Ourinhos e o retorno do médico nada esperançoso. “Ele disse que as chances de voltar a ter o acúmulo eram 50% sim e 50% não”, conta.
Para o desespero da família, a gordura voltou a se acumular nas pernas e na barriga de Elza, que agendou uma nova cirurgia, a qual espera a seis meses para ser realizada. Em uma das visitas ao posto de saúde na região central, tentando conseguir sua cirurgia, que já está atrasada, causando diversos danos à sua saúde, Elza conseguiu ser encaminhada para o AME. Lá, ela recebeu um papel para que fosse receber atendimento no Hospital de Assis. No entanto, um problema: o papel atestava que ela possuía lipoatrofia fácil e HIV positivo, o que Elza afirma não ter.
“Fui para Assis com esse papel em mãos e ao chegar lá o que ouvi do médico é que eu deveria voltar ao AME e pegar um novo encaminhamento com a prescrição correta”, conta. Diante da situação, o marido de Elza, Aparecido, diz que o trabalho do casal em conseguir a cirurgia voltou a estaca zero. Pois eles não conseguem agendar para pegar um encaminhamento. “Vou ao Postão direto e converso com funcionários que me orientam a ir ao AME. Chego no ambulatório, me mandam para o Postão. Fica um pingue e pongue e minha mulher nesta situação”, desabafa.
Sem respaldo do poder público, a família decidiu contratar uma advogada e agora aguarda o prazo de 30 dias, a contar do dia 30 de maio, determinado pela juíza que a cirurgia seja feita. A equipe de reportagem do Jornal NovoNegocião entrou em contato com a Secretaria de Saúde, inclusive os nomes que foram citados pela paciente durante a entrevista, e foi informada pela coordenadora de planejamento, Helen Adriana que por se tratar de uma ordem judicial, não há autorização para dar explicações, somente a procuradoria do município. Sobre o erro no documento, a coordenadora informou que o encaminhamento vem da DRS (Departamento Regional de Saúde) de Marília, sendo assim, não poderia dar mais explicações.
Ontem, Elza sofreu vazamento da massa gigante de gordura acumulada em suas pernas e barriga e foi internada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento). O marido dela entrou em contato com a equipe de reportagem e disse que ela permanecerá internada até que seja liberada uma vaga na Santa Casa, uma vez que sua advogada o informou que através da determinação judicial a cirurgia de dona Elza será assistida pelo Governo Estadual e não mais pelo munícipio.
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