terça, 29 de abril de 2025
Publicado em 11 ago 2018 - 05:50:32
Letícia Azevedo
O Jornal Negocião, após algumas denúncias de moradores do bairro Jardim Anchieta sobre a infestação de escorpiões e animais peçonhentos, decidiu apurar o caso e se deparou com outra situação bastante grave. Uma família que mora em condições subumanas na rua José Benedito Frederico, também no Jardim Anchieta, à beira de um barranco.
Pedro Ferreira, 38 anos, contou que por falta de emprego fixo e condições financeiras para pagar um aluguel, acabou construindo o seu barraco ali, em um terreno público, onde mora com sua cônjuge, Rita Aparecida de Souza, 24 anos, e com a filha de 3 anos, R.A.S.F.
o local a pequena família está exposta a todo tipo de problemas, como a falta de água, falta de saneamento básico, o uso de energia da casa de vizinhos, com ligação feita pelo próprio morador, a existência de um barranco com no mínimo sete metros de altura, que representa ainda mais risco para a criança que circula pelo terreno onde por conta de lixo de toda espécie (dispensado por diversas pessoas), há também a proliferação de animais peçonhentos de todo tipo, inclusive muitos escorpiões.
O homem contou que a cerca de 1 ano procurou a Prefeitura e que até receberam algumas visitas do grupo de assistentes sociais, porém nada foi resolvido “(…) eu não entendo, porque retiraram a família que morava ao lado e deixaram a gente, sendo que vivemos na mesma situação”.
O morador se refere a uma outra família que morava ao lado da sua casinha e foi retirada de lá no mês de janeiro pela Prefeitura, que derrubou o barraco para que não servisse de moradia para outras pessoas. “(…) nem o entulho que ficou da casa depois de derrubada a prefeitura não retirou”.
Para Pedro ficou a promessa de que em no máximo dois meses seu problema seria resolvido. “(…) de janeiro pra cá, já se passaram sete meses, e ninguém mais dá uma resposta pra gente, e eu procuro o Roberto Tasca toda semana e a resposta é sempre a mesma: dependemos da aprovação da Procuradoria”.
O terreno onde a família mora, é um terreno baldio, pertencente ao município, onde os próprios moradores dispensam lixo de toda a natureza, representando risco à saúde da população que habita as imediações.
Entre o lixo e os restos de materiais de construção é possível encontrar a qualquer hora do dia todo tipo de insetos, ratos, mosquitos e muitos escorpiões.
Outro Lado: Procurado pelo Jornal Negocião, o Secretário Adjunto de Assistência Social de Ourinhos, Roberto Tasca, explicou que há mais de 12 meses está tentando resolver o problema de Pedro, e confirmou o caso da outra família que foi retirada do local, explicando que foram enquadrados no programa de Aluguel Social oferecido pela assistência, para retirar famílias de uma situação de risco.
Ainda segundo o secretário, o programa é bastante burocrático e demorado, e no caso de Pedro, a maior dificuldade, é que a Prefeitura se propõe a arcar com o aluguel, mas não pode ser avalista, conforme exigem as imobiliárias da cidade, fato que fez com que a Procuradoria indeferisse a ação.
Nos últimos dias a equipe da Secretaria de Assistência Social, acabou por resolver que ao invés do pagamento do aluguel social, existe a possibilidade de construírem para a família uma outra casa, em uma área que pertence a familiares da esposa de Pedro, no Jardim Itaipava, onde a moça tem parte por se tratar de herança.
“(…) com a dotação orçamentária do fundo Social de Solidariedade e com a Procuradoria já deferindo o pedido dessa construção, daqui há no máximo 20 dias é possível que o caso já esteja resolvido”, afirma o secretário.
O próximo passo é resolver a melhor forma para que seja feita essa construção, pois um Engenheiro da própria prefeitura desenhou uma planta, e a construção necessita de um acompanhamento técnico. A dúvida é se a própria prefeitura será responsável pela construção ou será feita a contratação de mão de obra especializada para a obra.
Tasca comentou ainda que há um projeto para a área onde se encontra hoje a família de Pedro. Por ser uma área verde, a provável construção de uma praça seria a melhor solução, conforme pesquisa feita com os moradores do bairro.
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