sábado, 07 de dezembro de 2024
Publicado em 24 nov 2016 - 08:38:48
José Luiz Martins
A tradição de reservar certos dias para celebrar datas especiais tem sido há séculos um instinto em quase todos os povos, é como algo que queremos repetir a cada ano e responde à necessidade do homem de se elevar acima dos dias comuns e escapar do cotidiano. À medida que se aproximam os feriados e as festas de final de ano essas manifestações sócioculturais ficam mais notórias, datas como Natal e Ano Novo são picos desse comportamento que sobrevive entre nós como uma tradição universal.
O período de celebração do Natal é cercado de religiosidade com as pessoas celebrando o feriado cristão, indo à igreja saudar o nascimento de Jesus, despertando sentimentos calorosos em um rito de solidariedade que culmina na troca de presentes compartilhando o dia com suas famílias. As casas ficam brilhantes, decoradas com luzes e cores, é o período em que a cidade ganha uma decoração com o comércio chamando atenção com vitrines repletas de imagens, produtos com motivos natalinos e símbolos de religiosidade.
Para a comerciante Aline Leite da Ki-Plástico as festas de fim de ano são sempre uma data especial onde todo mundo fica envolvido pelo espírito de Natal e confraternização. Para este ano há uma perspectiva muito melhor que o dia das crianças em se tratando de venda de presentes. Com relação à decoração natalina disse que todo ano investem muito em enfeites para árvores, guirlandas, pisca-pisca, presépios buscando oferecer opções diferenciadas sempre com novidades. “Sempre tem um presépio diferente, aquele papai Noel musical que vira cambalhotas, outro que sobe na chaminé, as cores também são novidades, esse ano percebo que o azul é uma tendência nos enfeites com papai Noel azul, bolas azuis e também na opção de árvores brancas.”
Segundo Aline no seu estabelecimento os preparativos para montagem das vitrines e exposição dos itens decorativos começam uma semana após o dia das crianças e entre os itens mais procurados estão as árvores de vários tamanhos. Revelou que a procura dos enfeites já começou e, em mais alguns dias as pessoas aparecem já para a escolha dos presentes. “Quero convidar as pessoas para que venham nos visitar, temos uma infinidade de presentes para adultos e crianças e muitas opções de presentes dos mais variados preços, sejam todos muito bem vindos.” Conforme Aline as duas lojas da Ki-Plástico possuem mais de 80 mil produtos cadastrados no sistema com uma grande variedade de itens que podem servir como presentes.
A tradição de montar uma árvore de natal é o mais comum dos simbolismos e dos costumes dessa época, a dona de casa Maria José Bordinhon Vasconcelos concorda que no final do ano o clima festivo toma conta das pessoas. Para ela é muito importante que o espírito de natal esteja renascido entre as famílias, ressalta que além das festas, dos enfeites e da troca de presentes, o verdadeiro espírito natalino é aquele que celebra o nascimento de Cristo e tudo o que ele representa para a humanidade. Dona Zezé como é carinhosamente chamada já estava observando as opções de enfeites quando falou à reportagem, “Olha é tanta coisa bonita pra árvore de natal que fica até difícil de escolher, eu sempre acrescento algo novo e costumo eu mesma criar alguns enfeitinhos em trabalho manual. Depois do dia 20 de novembro nós lá em casa já começamos a montar o cantinho da árvore que não pode ficar sem presépio”.
O clima festivo de fim de ano tem seus pontos culminantes entre a celebração natalina do dia 25 e os momentos de saudações na passagem para o ano novo com música e comida. As imagens do Natal já estão aí e o sentimento de manter a tradição é muito forte, são poucas as pessoas que escapam completamente da atração e da tradição das festas de fim de ano. “Nossa já estou querendo gastar o que não tenho”, assim brincou e divertiu-se a comerciária Nilza ao tentar explicar que é preciso estar alerta para não gastar além do que se tem. Ela revelou que não tem costume de gastar muito com enfeites natalinos, em sua casa a tradição é simplesmente montar uma árvore de natal e dar presentes, para ela o momento de crise influencia a expectativa para os festejos, pois sente os reflexos no comércio. “Estou brincando é um tempo bom sim, mas o momento complicado é quando gastamos além do que temos. Tenho achado que o comércio está meio parado ainda e precisando de mais incentivo, se as ruas do centro forem todas iluminadas já faz uma diferença muito grande e anima. Eu trabalho em loja no calçadão e vejo que ali não é bem cuidado, está muito sujo precisando de uma boa lavada e pintura porque é o coração da cidade,” sugeriu a comerciária moradora da Barra Funda.
Já para a professora aposentada Maria Conceição Consolin Ribeiro o natal vai muito além do mundo consumista do capitalismo em que vivemos, para ela sempre vai representar o nascimento de Jesus. “Para mim que sou muito religiosa o Natal representa o renascimento do amor de Cristo que vive em nossos corações, e isso deve prevalecer independente da religião a qual as pessoas são devotas. Mas gosto muito de presépios e estou aqui procurando uma imagem do menino Jesus para dar de presente à minha neta que insiste em retirar do meu presépio a imagem para ficar brincando”. Ela contou à reportagem que mantem o ano todo um pequeno altar em sua casa com um presépio montado e outras imagens cristãs, onde realiza suas orações, e que, pelos netos costuma também decorar a casa com enfeites e a árvore de natal para agradar os pequeninos que adoram.
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