sábado, 13 de dezembro de 2025

O coração de Ourinhos pulsa com história, comércio, encontros e desafios para o futuro

Publicado em 13 dez 2025 - 11:56:23

           

“O Centro de Ourinhos segue vivo, relevante e com grande potencial”, afirma Robson Martuchi, presidente da ACE

 

Marcília Estefani

 

O Centro de um município sempre foi o palco onde uma cidade se reconhece e em Ourinhos, não é diferente. Ali estão as memórias de infância, as vitrines que marcaram gerações como as da Pernambucana, Nunes Calçados, e o encontro diário de quem movimenta o comércio regional.

 

Calçadão da Rua Paraná

 

Nos últimos anos, porém, o ‘Centro’ tem passado por mudanças que refletem os novos hábitos de consumo, a chegada de franquias, a modernização dos serviços e a busca por mais mobilidade.

A pandemia da Covid-19, acelerou significativamente a adoção da modalidade de compras online. As medidas de isolamento social e o fechamento do comércio físico forçaram consumidores e empresas a migrarem para o ambiente digital, consolidando hábitos que, de outra forma, levariam anos para se estabelecer.

A chegada do Ourinhos Plaza Shopping foi um marco de desenvolvimento urbano e econômico, porém, também acarretou transformações sociais e culturais significativas. O ‘Centro’ que era o point do comércio, se viu um tanto desprivilegiado.

No Shopping, sempre tem onde estacionar e lá é possível encontrar um pouco de tudo o que encontramos no ‘Centro’, ou quase tudo, mas não deixa de ser mais uma opção, onde além do comércio, o consumidor encontra outras formas de entretenimento, supermercado, praça de alimentação, ou seja… um pequeno ‘Centro’ de compras.

Comerciantes tradicionais afirmam que, apesar da ascensão das compras online, e da influência do shopping, o fluxo de pessoas continua forte, sobretudo em datas comemorativas e finais de semana.

As pessoas gostam de vir ao Centro, andar no calçadão, mas é preciso um olhar mais atento para estes locais, como uma boa iluminação, condições aconchegantes e atrativas para receber a população”, comenta Rosana Squilino Andolpho, lojista há cerca de 18 anos no calçadão, cuja família está presente no local com outras lojas há mais de 40 anos.

 

Robson Martuchi, engenheiro e presidente da ACE – Associação Comercial de Ourinhos afirma que as pessoas gostam, e muito, de ir ao Centro da cidade. Ele observa que pesquisas nacionais mostram que, especialmente no interior, a experiência presencial continua sendo um fator decisivo para o consumidor.

 

Robson Martuchi, empresário, presidente da Associação Comercial de Ourinhos

 

“As pessoas querem ver, tocar, comparar, conversar com o vendedor, pedir opinião e sentir segurança no que estão comprando. Isso não mudou e, na verdade, ganhou ainda mais valor depois da pandemia”.

 

A JUVENTUDE ESTÁ PRESENTE NO COMÉRCIO FÍSICO – Um ponto muito interessante levantado por Martuchi é que os jovens também confirmam essa tendência, de visitar as lojas físicas. Mesmo pertencendo à geração mais digital da história, eles buscam o encontro, o lazer, o movimento das ruas, a conveniência e a rapidez da compra presencial.

O que muda é a forma como esse público se relaciona com o varejo. Hoje, ele pesquisa no celular, compara preços, chega à loja já sabendo o que quer e valoriza muito uma boa experiência de atendimento”.

Ele ressalta “Por isso, dizemos que o varejo precisa estar em múltiplos canais: no físico, no digital, no WhatsApp, no delivery, no atendimento rápido e na presença ativa nas redes. A venda acontece onde o cliente está e ele está em todos esses lugares”.

 

Calçadão da Rua Paraná com pintura nova iniciada no final do mês de novembro de 2025, quando foi retirada a ciclovia

 

DESAFIOS DO COMÉRCIO – Questionado sobre os desafios do comércio ourinhense, Martuchi afirma que eles acompanham os desafios do varejo no mundo inteiro, e que o principal deles é aprender a integrar, de forma inteligente, o físico e o digital.

“Não existe mais ‘ou’. O consumidor quer comprar na loja, quer comprar pelo celular, quer retirar no balcão, quer receber em casa e tudo isso com a mesma qualidade de experiência”.

Em Ourinhos, o desafio é preparar o comércio para essa nova realidade, oferecendo capacitação, tecnologia acessível, ferramentas digitais e incentivo para que o empresário consiga se modernizar sem perder sua essência local, que é a proximidade com o cliente.

 

Cruzamento da Avenida Altino Arantes com a Rua Antonio Carlos Mori – Foto de Reginaldo Pereira de Góes

 

FORTALECIMENTO DOS ESPAÇOS – Outro ponto fundamental citado por Robson é manter o Centro e os corredores comerciais atrativos, seguros e bem organizados, garantindo mobilidade, boas calçadas, iluminação e espaços de convivência. A experiência presencial do cliente continua sendo determinante.

Se conseguirmos unir inovação, qualificação do empreendedor, fortalecimento dos espaços comerciais e boas políticas públicas, o comércio de Ourinhos seguirá competitivo e preparado para os próximos anos”.

 

CORAÇÃO DO COMÉRCIO – “O Centro de Ourinhos segue vivo, relevante e com grande potencial. Se mantivermos o espaço organizado, seguro, iluminado, acessível e com opções variadas, ele continuará sendo o coração comercial da cidade. A experiência física não acabou, ela se reinventou. E isso abre oportunidades importantes para o comércio local”, conclui o presidente da ACE.

 

Rua Duque de Cxias, trecho logo abaixo da linha férrea, local de forte comércio do ramo de motos, peças e outros segmentos

 

© 1990 - 2023 Jornal Negocião - Seu melhor conteúdo. Todos os direitos reservados.