quinta, 22 de maio de 2025
Publicado em 25 jul 2018 - 09:18:41
Da redação
Após ter eliminado a circulação do sarampo em 2016 e ter recebido da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) o certificado de eliminação da circulação da doença, o Brasil volta a se deparar com o perigo do vírus.
Alguns estados brasileiros, como Amazonas e Roraima já contabilizaram neste ano mais de 500 casos confirmados. No outro extremo do país, o Rio Grande do Sul também confirmou casos da doença este ano. Além disso, alguns casos isolados e relacionados à importação foram identificados em São Paulo, Rio Grande do Sul, Rondônia e Rio de Janeiro.
A doença voltou a ser motivo de preocupação entre autoridades sanitárias em razão das baixas coberturas vacinais identificadas no país e por ser altamente contagiosa.
Diante do atual cenário, o setor sanitário se movimenta para orientar a população a se vacinar. Em Ourinhos, por exemplo, os Postos de Saúde estão disponibilizando vacinas para crianças a partir de 6 meses até adultos com 49 anos.
A Pneumologista da Santa Casa de Ourinhos, Dra. Flavia R. Ambrozio de Carvalho, em entrevista, traz informações importantes sobre a doença e afirmou que somente através da vacinação será possível garantir o controle do vírus.
TRANSMISSÃO DA DOENÇA: Segundo Dra Flávia, a transmissão do sarampo ocorre de forma direta, por meio de secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Por isso, o elevado poder de contágio da doença. O vírus do sarampo voltou com a recente chegada de venezuelanos ao país e, principalmente, graças à baixa cobertura vacinal nos Estados e Municípios. Dados do Ministério da Saúde mostram que a cobertura da segunda dose é em torno de 76%, como média no país, uma cobertura baixa.
SINAIS DA DOENÇA: Os principais sinais são febre alta, acima de 38,5°C; dor de cabeça; manchas vermelhas, que surgem primeiro no rosto e atrás das orelhas, e, em seguida, se espalham pelo corpo, tosse; coriza; conjuntivite; manchas brancas que aparecem na mucosa bucal conhecida como sinal de koplik, que antecede de 1 a 2 dias antes do aparecimento das manchas vermelhas. “O sarampo é uma doença que compromete a resistência do hospedeiro, facilitando a ocorrência de superinfecção viral ou bacteriana, afirma amédica.
COMPLICAÇÕES E SEQUELAS: As complicações mais comuns são: infecções respiratórias; desnutrição, doenças diarreicas e complicações neurológicas e podem deixar sequelas, tais como: diminuição da capacidade mental, cegueira, surdez e retardo do crescimento.
QUEM TEM A DOENÇA UMA VEZ, PODE TER UMA REINCIDÊNCIA?: O sarampo é uma das afecções clássicas da infância, sendo que aproximadamente 90% tem comprometimento até os 15 anos de idade. “Não ocorre reincidência do sarampo. Após uma infecção o sistema imune cria anticorpos contra o vírus, porém pessoas vacinadas, eventualmente, podem apresentar quadro mais leve do sarampo”.
COMO PREVENIR O SARAMPO: A única forma de prevenção do sarampo é a vacinação. Para ser considerado protegido, todo indivíduo dever ter tomado duas doses na vida, com intervalo mínimo de um mês, aplicadas a partir dos 12 meses de idade. Para adultos com esquema completo, não há evidências que justifiquem uma terceira dose como rotina.
O QUE FAZER EM CASO DE SUSPEITAS: Em vigência de qualquer sintoma descrito acima o paciente deve procurar imediatamente qualquer profissional de saúde da área médica. “O sarampo é uma doença que deve ser notificada imediatamente em até 24 horas. O paciente com os sinais e sintomas deve permanecer em isolamento social. Permanecer em casa até o desaparecimento do exantema, reduzindo ao mínimo o número de visitantes, afirmou a profissional”.
O SARAMPO PODE LEVAR Á MORTE? QUAL O TRATAMENTO: O Sarampo pode levar a morte, sobretudo diante das complicações graves manifestadas acima. Não existe tratamento específico para a infecção. “O tratamento profilático com antibiótico é contraindicado. É recomendável a administração da vitamina A às crianças acometidas pela doença, a fim de reduzir a ocorrência de casos graves e fatais. A Organização Mundial de Saúde recomenda administrar a vitamina A, a todas as crianças, no mesmo dia do diagnóstico do sarampo. Para os casos sem complicações, manter a hidratação, o suporte nutricional e diminuir a hipertermia. Muitas crianças necessitam de 4 a 8 semanas para recuperar o estado nutricional que apresentavam antes do sarampo. As complicações como diarreia, pneumonia e otite média devem ser tratadas de acordo com normas e procedimentos estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Todo tratamento é fornecido pelo SUS”, finaliza Dra Flávia de Carvalho.
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