sexta, 21 de novembro de 2025
Publicado em 28 ago 2024 - 15:47:14
Empresa responsável pela construção parou a obra por divergências com a prefeitura relacionadas a conta bancária onde foi feito o pagamento
Fernando Lima/Marcília Estefani
A construção do Cras V, localizado na Vila Brasil em Ourinhos, tem gerado discussões e problemas envolvendo a construtora responsável pela obra. A empresa J.J. Construções e Serviços LTDA, que venceu a licitação, veio a público reclamar que a prefeitura realizou o último pagamento em uma conta diferente da informada pela prestadora de serviços.
Segundo o edital da prefeitura, a obra foi orçada em R$ 999.873,77. A empresa já recebeu 477.370,05, do valor total, como comprovou a prefeitura, mas a polêmica começou quando a J.J. Construções alegou que R$180.000,00 do valor recebido neste mês de agosto, referente a 4ª medição foi depositado em uma conta bloqueada pela justiça, o que impossibilitou a empresa de honrar pagamentos com funcionários e fornecedores.

Pelas redes sociais, Pâmela K. R. Lima, representante da J.J. Construções, chegou a dizer que sem o dinheiro não será possível continuar com as obras, e que iria remover materiais de construção do local, inclusive uma laje que já havia sido feita seria devolvida ao fornecedor.
A remoção dos materiais foi impedida pela Guarda Civil Municipal (GCM) e um delegado compareceu ao local e conseguiu acordar com as partes que nenhum material deverá ser removido de forma arbitrária.
O prefeito Lucas Pocay, por sua vez, esteve pessoalmente no local dos fatos, em tentativa de esclarecer a situação.
“Nossa gestão vem transformando Ourinhos em todas as áreas e não é diferente com esta obra, a empreiteira que ganhou a licitação recebeu a cada realização de determinada etapa, a prefeitura vai pagando por medição de obra realizada, e todas as medições foram pagas, da mesma forma foi realizado o pagamento desta 4ª medição, no número da conta cadastrada na prefeitura, que a empresa passou, foi feito depósito, a prefeitura pagou o serviço”.
Ainda segundo Pocay: “já fizemos boletim de ocorrência, vamos tomar todas as medidas jurídicas legais cabíveis sobre este fato, e todos os responsáveis vão arcar com isso, quem não pode pagar por isso, pela irresponsabilidade ou pela falta de capacidade financeira da prestadora de serviços é o nosso povo, que já pagou muito caro pelas gestões do passado. Não vamos permitir que a oposição aja desta maneira, vamos continuar o trabalho assim, de cara limpa, olho no olho, falando com a população e resolvendo os problemas, é assim que a gente atua e vamos continuar desta mesma forma. É por isso que independente se vai ser esta empresa ou outra, a obra vai acontecer, vai acabar e o povo vai ser beneficiado”, ressaltou o prefeito em entrevista ao EN DIA/Negocião, reforçando o que já havia declarado nas redes sociais.
Ao EN DIA, Pâmela Lima explicou que sua empresa está com a citada conta bloqueada pela justiça, porque, por falta de dinheiro em caixa, a empresa emprestava dinheiro de um determinado agiota e que ele, envolvido nos atos de vandalismo de 8 de janeiro de 2023 em Brasília, foi preso e teve suas contas investigadas. As transações bancárias mostram um envolvimento entre as partes e a justiça investiga a responsabilidade de cada um nas manifestações no Supremo Tribunal.
A representante da empresa afirma que os primeiros pagamentos da prefeitura de Ourinhos foram realizados corretamente, que pediu a alteração da conta corrente por escrito, via e-mail, que na secretaria todos sabiam da conta bloqueada, e que caso não consiga acertar a situação, vai acionar os fornecedores e reivindicar falência.
A GCM continua em vigília nas obras do CRAS V da Vila Brasil, evitando qualquer acesso ao local, nem mesmo para dar continuidade ao trabalho, enquanto não houver uma decisão judicial ou acordo entre os envolvidos.

Imagens: Fernando Lima/EnDia
© 1990 - 2023 Jornal Negocião - Seu melhor conteúdo. Todos os direitos reservados.