sábado, 02 de dezembro de 2023
Já é de conhecimento de todos que o tráfico de drogas é responsável, de forma direta ou indireta, por mais de 80% das atividades criminosas do Brasil; também é de conhecimento de todos que o número de policiais na ativa, tanto civis quanto militares, só faz cair em nossa região. Portanto, é possível afirmar que o aumento dos registros de crime de tráfico de drogas em nossa cidade representa uma gravíssima situação: há um aumento real da atividade dos traficantes de drogas no dia a dia de nossas ruas: para cada ocorrência registrada há uma grande rede que estimula e sustenta todo o tipo de crime. Dados da Secretaria de Segurança Pública, divulgados por meio do site ssp.sp.gov.br, apontam que houve um crescimento de 31% no número de ocorrências de tráfico de drogas na comparação dos meses de janeiro a maio entre os anos de 2015 e 2016. Esses números representam apenas uma pequena parte do real comércio de drogas no cotidiano de nossa cidade, na prática se pode afirmar que o aumento das ocorrências registradas indica que o problema está se tornando cada vez maior.
Ao passo que as técnicas de combate e repressão ao tráfico por parte das autoridades evoluem, os criminosos também reestruturam suas práticas fazendo uso de aplicativos para celular e aproveitando as brechas da lei. “Pra montar a firma você precisa achar uns ‘de menor’ de responsa, se o ‘de menor’ cair não dá nada pra ele”, afirma R.L., traficante que atua na região da Rodoviária de Ourinhos. “Tem ‘de menor’ que apanha na delegacia, mas não entrega ninguém”, conclui.
Os criminosos usam do Estatuto da Criança e do Adolescente, que impede o indiciamento de menores de idade por qualquer crime, para “movimentar o negócio. Mesmo configurando outro crime, o de corrupção de menores, os traficantes não temem ser delatados. “Aqui, durante a noite, a lei é outra. A polícia nem dá o ar da graça”, diz N.P.S., transexual que se prostitui na Rua Antônio Prado. “Os traficantes usam os “de menor” e as meninas bonitinhas. Bicha que nem nós eles não confiam, sabem que a polícia encana. Às vezes eles pegam um ou outro, mas o fluxo corre solto”, completa N.P.S.. As políticas públicas integradas de combate ao tráfico de drogas alcançam algum sucesso, mas a impressão é que o sistema da ilegalidade está sempre um passo à frente. A repressão e combate ao tráfico de drogas precisa ser prioridade para todos os níveis de governo, de modo especial em Ourinhos.
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