quinta, 12 de setembro de 2024
Publicado em 30 maio 2016 - 04:03:32
Renata Tiburcio
A família da sra Maria Clevenice Rodrigues Ribeiro, de 56 anos, conhecida por “Nice”, que faleceu após ser medicada pelos profissionais da Unidade de Pronto Atendimento – UPA de Ourinhos, no dia 22/5, inconformada com a perda procurou pela Polícia Civil no dia 24/5 e registrou um Boletim de Ocorrência de Morte Suspeita.
Os filhos Fabio, Fernando e a nora Bianca Soares, indignados com o atendimento oferecido pela UPA e o descaso após a comunicação do óbito decidiram por contatar nossa reportagem para expor os fatos, uma vez que estão em posse do prontuário médico.
Fernando explicou que sua mãe tinha marca passo e estava com muita falta de ar, por isso ele, sua esposa e seu pai José Benedito Ribeiro a acompanharam até a Santa Casa, “chegando lá a atendente disse que não tinha médico para atendê-la, mesmo eu explicando que ela é cardíaca, orientaram a levarmos para a UPA, e caso fosse grave o estado dela, eles a mandariam para a Santa Casa. Foi o que fizemos e lá minha esposa a acompanhou na pré-consulta, informou a enfermeira que minha mãe era cardíaca, tinha marca passo e pressão alta, e a profissional perguntou se ela era alérgica a alguma medicação, minha mãe disse que não sabia”.
Ainda segundo Fernando, depois de aproximadamente 30 minutos D. Nice foi levada para o atendimento não podendo ser acompanhada. Seus familiares permaneceram na sala de espera e por volta de 03h20 o esposo José conseguiu entrar, falou com a esposa que afirmou ter sido medicada e estar bem.
Praticamente uma hora depois, 04h30, o marido de D. Nice entrou novamente para vê-la e a encontrou agonizando, com os olhos parados e gemendo muito.
“Eu vendo minha esposa naquelas condições entrei em desespero e fui atrás de uma enfermeira, falei que minha mulher estava morrendo, ela disse para esperar e eu fui atrás de um médico, que levantou e foi até o quarto e chamou outro médico e uma enfermeira e me colocaram para fora da sala. Depois de 20 minutos nos deram a notícia que ela tinha vindo a óbito”, entristecido descreveu o marido.
Além da queixa do atendimento a nora de D. Nice ficou indignada com a forma que encontrou a sogra morta em cima de uma maca no corredor do hospital só de calcinha, sem ao menos um lençol para cobrir seu corpo.
Diante da circunstância os filhos, após enterrar a mãe, no dia 24, foram até a UPA pedir uma cópia do prontuário de atendimento e ao analisar as informações perceberam que os horários e medicamentos que constam na prescrição feita pelo médico Dr. Guilherme Jairo e a enfermeira Priscila Ribeiro, não batem, “nós não conseguimos entender a questão dos horários dos medicamentos, nada bate com os horários escritos no prontuário, eu estava lá, eu sei o horário que minha mãe foi atendida, fomos informados ás 5h20 da morte dela, no prontuário e no atestado de óbito marca ás 5h50, além é claro dos medicamentos que ela não poderia tomar que foram prescritos, como berotec quatro gotas, que consta como suspenso na ficha” aponta Fernando.
Por fim, no atestado de óbito consta morte por Choque Cardiogênico, Edema Agudo de Pulmão e Insuficiência Cardíaca Congestiva.
“Nós vamos até o fim, minha mãe não foi a primeira e tomara que seja a última. Sabemos que não vamos trazer minha mãe de volta, mas queremos justiça, para que outras famílias não venham sofrer como estamos sofrendo” concluiu o filho Fábio.
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