sábado, 13 de dezembro de 2025

Ourinhos 107 anos: Uma cidade que se reinventa e continua em busca do progresso

Publicado em 13 dez 2025 - 11:08:49

           

Do passado ferroviário ao futuro vibrante, um município que construiu sua identidade sobre trabalho, criatividade e acolhimento

 

Marcília Estefani

 

Ourinhos chega aos seus 107 anos celebrando uma trajetória marcada pela força de seu povo, pela capacidade de inovação e transformação pela forma singular de unir tradição e modernidade. A cidade, que nasceu às margens dos trilhos e se consolidou como referência regional, trilha um caminho promissor para ser considerada uma cidade com perspectivas de futuro, graças a investimentos em inovação, tecnologia e sustentabilidade, embora o conceito de “cidade do futuro” seja relativo. 

 

Ourinhos meados de 1940

 

Com pouco mais de um século de história, Ourinhos passou por transformações profundas nas últimas décadas: estruturou bairros novos, ampliou serviços, recebeu investimentos privados e viu surgir uma geração de empreendedores que impulsionou a economia local.

 

Vista aérea de Ourinhos em 2025

 

PATRIMÔNIO MATERIAL – Atualmente a cidade ainda se destaca por oferecer um bom equilíbrio entre vida urbana e ambiente acolhedor, com acesso a serviços públicos de qualidade em saúde, segurança e educação. Houve um salto em obras de infraestrutura urbana nos últimos anos, o que vem mudando a ‘cara’ da cidade. Ourinhos é uma cidade centenária, com características modernas.

Para o historiador André Rodrigues da Silva, a cidade tem se desenvolvido e mudado bastante, principalmente no que diz respeito ao setor imobiliário, e isto é muito interessante por um lado por trazer novos empregos, cria novas demandas, possibilidades de serviços, o que não é ruim, porém a cidade vai perdendo seu patrimônio material, sua identidade.

 

André Rodrigues da Silva, historiador

 

“É necessário também preservar as características da cidade, seus imóveis, seus prédios antigos, a Avenida Jacinto Sá e Altino Arantes, por exemplo, a cada dia que passa está mais modificada, mudanças muito rápidas. Isso é ruim por que não só as pessoas mais velhas, mas as novas gerações não terão noção do desenvolvimento da cidade, com isso se perde um pouco das nossas raízes, que vai fazer falta às gerações futuras”.

André ressalta que isso não é uma peculiaridade de Ourinhos, mas no Brasil a fora. Em nossa região, em cidades como Assis, Marília, Bauru, também se nota esse padrão de comportamento.

 

Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus, anos 1920

 

 Catedral do Senhor Bom Jesus em 2025

 

FUTURO – Ao projetar o futuro, urbanistas apontam três grandes desafios: mobilidade, sustentabilidade e modernização. Quesitos cruciais no planejamento das cidades do futuro. Mas será que Ourinhos tem base sólida para continuar crescendo com qualidade de vida e protagonismo regional respeitando essas diretrizes?

Para José Francisco Scafoglio Mader, Engenheiro, Urbanista, Professor universitário do curso de Arquitetura da UNIFIO, Ourinhos já pode ser considerada dentro do contexto de ‘cidade do futuro’, pois no passado fez parte de um planejamento urbano estabelecendo as diretrizes lançadas em um projeto urbanístico do Padre Lebret.

 

José Francisco Scafoglio Mader, Engenheiro, Urbanista, Professor universitário

 

“Todo esse cenário de cidade bonita, organizada, limpa, arejada, arborizada, com grandes avenidas, e apresentando um excelente conforto para seus cidadãos; tudo isso que vemos na nossa cidade, deve-se ao fato de que no passado fez parte de um planejamento urbano a ponto de chamar a atenção das pessoas que visitam a nossa cidade, exaltando as condições excepcionais de seu urbanismo.”

O profissional afirma ainda que em tempos mais recentes foram feitas atualizações desse plano, e de maneira correta, ocorreram melhorias e novas e acertadas adaptações.

Porém professor Kiko Mader, com também é conhecido, ressalta que é necessário priorizar o ser humano em todo o processo de construção das cidades do futuro.

“Esse é o maior desafio, e de que maneira o ser humano será inserido no contexto das cidades do futuro, pois elas podem ser tão belas e grandiosas que podem condenar o ser humano a ser um mero coadjuvante neste cenário. De que importa a cidade ser futurista se ela massacra e oprime o seu cidadão? E colabora para a inexistência da construção da cidadania”, finaliza o arquiteto.

 

Rua Paraná final dos anos 1930 com prédios comerciais

 

Foto do mesmo trecho da Rua Paraná de 1930 a partir da Rua Cardoso Ribeiro

 

Vista da cidade de Ourinhos em 1960

 

Bairro Pacaembú se juntou à grandes bairros como Itamaraty, Pacheco, Paris

 

 

Parque dos Ipês trouxe uma nova tendência de moradias em Ourinhos

 

(Fotos antigas – Acervo Memórias Ourinhenses)

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