sexta, 06 de dezembro de 2024
Publicado em 06 fev 2017 - 05:50:46
Alexandre Mansinho
Nos últimos anos Ourinhos passou a contar com mais um elemento na sua paisagem noturna, dividindo espaço com os já conhecidos carrinhos de lanche, bares, restaurantes e lanchonetes, surgem os “food trucks” (caminhões de comida em tradução literal). Embora represente uma inovação e um aumento da variedade na gastronomia noturna, houve quem se incomodou. No último dia 18, o prefeito Lucas Pocay recebeu representantes do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Ourinhos, que solicitam a regulamentação do trabalho dos Food Trucks na cidade. Os comerciantes do ramo alimentício pedem que os “trailers” de lanches sejam submetidos às mesmas regras tributárias e sanitárias para atender o público.
O presidente do Sindicato, Eizo Iwano, diz que “muitos (food trucks) chegam, estacionam nos melhores pontos da cidade e não pagam nada (…) os comerciantes legalmente constituídos pagam impostos, têm funcionários e uma série de despesas extras (…) isso gera concorrência desleal”. Devanir da Silva Souza, gerente do Ponto da Esfiha, diz: “todos têm direito e espaço para trabalhar, mas nós temos muitas despesas, enquanto os food trucks não têm”. Ainda segundo Devanir, as taxas e as exigências da prefeitura são desiguais para quem tem um negócio com instalações fixas. “Ourinhos é uma cidade que está crescendo bastante, acho que há mercado para todos que querem trabalhar no ramo da alimentação, mas a concorrência precisa ser justa e as regras iguais para todos”, diz Nilse Leite, gerente do Frango Americano.
Como reação ao pedido do Sindicato, donos de food truck de Ourinhos se reuniram, montaram uma comissão e com o auxílio dos vereadores Caio Lima e Alexandre Zoio, tiveram uma reunião com o prefeito na última segunda-feira, dia 30 de janeiro. Renata Abujanra, uma das mais de 40 pessoas que estiveram presentes na reunião, proprietária do Food Truck Botecoterapia, defende que, ao contrário do que algumas pessoas têm dito, eles respeitam a legislação vigente: “a maioria dos food trucks têm alvará da vigilância sanitária e têm compromisso com o crescimento da cidade”. Renata ainda diz que o trabalho dos foods trazem segurança para os pontos nos quais estão instalados e, ao contrário do que possam pensar, as lojas gostam de ter os caminhões na porta dos estabelecimentos: “os clientes vem comer aqui durante a noite e, no dia seguinte, procuram a loja para comprar o produto que viram na vitrine, além de relatarem a queda no índice de vandalismo nas fachadas”.
Cleuza Moutuleze Gardim, gerente do Ioshii Sushi Truck, diz que é necessário separar os foods de Ourinhos, que movimentam o comércio da cidade, daqueles aventureiros que simplesmente chegam e pouco se importam com o crescimento do município: “nós gastamos aqui na cidade comprando nossa matéria prima, também movimentamos os negócios das oficinas, funilarias, ferramentarias e venda de veículos – nós temos o compromisso de zelar das lojas que sedem o espaço para nossa instalação, nós colaboramos com a segurança e com a limpeza: não podem nos confundir com os aventureiros”, declara.
De acordo com nota do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Ourinhos e de acordo com o depoimento dos donos de food trucks, a tendência é um convívio pacífico e organizado. A prefeitura assumiu o compromisso de editar leis regulamentando o serviço e estudar formas de tornar o trabalho de todos, tanto os foods quanto os estabelecimentos tradicionais, harmônico e pacífico. “O prefeito é jovem, sabe da importância do incremento da variedade de atrações em nossa cidade para fomentar o turismo e o comércio”, completa Renata Abujanra.
© 1990 - 2023 Jornal Negocião - Seu melhor conteúdo. Todos os direitos reservados.