Jovem de 21 anos, identificado como autor dos e-mails, usava codinome “LOBO” e fazia apologia ao nazismo em ameaças virtuais que atingiram mais de 50 escolas paulistas.

Alexandre Mansinho

Em uma ação coordenada, a Polícia Civil do Estado de São Paulo deflagrou no dia 16 de abril a operação “Wolf Mask”, voltada ao combate de crimes de ameaças de atentados contra escolas. A investigação foi conduzida pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Presidente Venceslau, após o recebimento de e-mails que anunciavam a intenção de realizar ataques em ambiente escolar, com conteúdo alarmante e imagens de objetos que sugeriam o planejamento de um massacre.

As ameaças, que incluíam frases como “VOU FAZER UM ATENTADO NAZISTA NESSA *** AÍ, FIQUE NO AGUARDO. NÃO ESTOU BLEFANDO” e “TUDO PRONTO PARA O MASSACRE”, causaram forte comoção e preocupação, não apenas na cidade de Presidente Venceslau, mas em todo o Estado. As investigações apontaram que mais de 50 instituições de ensino foram alvos de mensagens semelhantes.

Após intenso trabalho investigativo, o Setor de Investigações Gerais da DIG conseguiu rastrear a origem das mensagens até uma residência em Belo Horizonte, Minas Gerais. No endereço, foi identificado o responsável pelas ameaças: L.S.P.L., de 21 anos, que nas plataformas digitais utilizava o codinome “LOBO”.

Segundo a Polícia, o investigado apresentava histórico de envolvimento com crimes cibernéticos, incluindo apologia ao crime, ameaças, estelionato, extorsão, “sextorsão” e ligação com grupos organizados dedicados a ataques virtuais. Também foi constatado que o jovem fazia apologia ao nazismo e possuía perfil com tendências suicidas.

A operação, batizada de “Wolf Mask” — em referência ao nome que o suspeito utilizava online —, contou com apoio da Delegacia Especializada em Investigação de Crime Cibernético de Belo Horizonte. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados ao suspeito, resultando na apreensão de celulares, notebooks, máscaras, roupas, armas de pressão, simulacros de armas de fogo, uma braçadeira nazista e notas falsas, tanto brasileiras quanto estrangeiras.

Durante depoimento na delegacia, o autor confessou a prática dos crimes. A Polícia Civil ressaltou que as investigações continuam, com foco na identificação de possíveis cúmplices e no levantamento de mais provas.

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