terça, 15 de julho de 2025

Polícia Federal deflagra Operação e fecha fábrica clandestina de cigarros em Ourinhos

Publicado em 15 jul 2025 - 14:57:34

           

No local 14 trabalhadores de nacionalidade paraguaia eram mantidos em situações precárias

 

Da redação

 

A Polícia Federal, em ação conjunta do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério do Trabalho e Emprego, fechou uma fábrica clandestina de cigarros localizada no Distrito Industrial II em Ourinhos (SP). No local havia ainda 14 trabalhadores paraguaios mantidos em condições análogas à escravidão.

 

 

A ação é parte da Operação Chrysós, destinada a reprimir a prática dos crimes de condição análoga à escravos, descaminho, crimes contra as relações de consumo, crimes contra registro de marca, fabricação de substância nociva à saúde, promoção de migração ilegal e tráfico de pessoas para fim de trabalho forçado, todos delitos executados por organização criminosa transnacional.

Segundo as investigações, os cidadãos paraguaios eram recrutados por representantes da organização criminosa através de grupos de aplicativo de mensagens e entravam em território nacional via terrestre, através da fronteira do Paraguai com o Paraná, principalmente a partir de Guaíra (PR), e eram conduzidos por integrantes da organização criminosa até o local onde funcionava a operação clandestina. A promessa era de receberem um salário R$ 4.000 a R$ 5.000 por mês.

 

 

Porém, durante todo o período de produção, os trabalhadores tiveram seus aparelhos celulares apreendidos e permaneciam em cárcere privado, além de dormir em alojamentos precários, em instalações insalubres, submetidos a exaustivas e ininterruptas jornadas de trabalho.

Eles foram levados para a delegacia da Polícia Federal em Marília/SP, onde prestaram depoimentos e em relato ao MPT afirmaram que durante dias se alimentaram apenas com bolachas.

O procurador do Trabalho Gustavo Rizzo Ricardo, que acompanhou a operação, entrevistou os 14 trabalhadores e realizou o cálculo das verbas rescisórias devidas que serão requeridas na Justiça. O Ministério do Trabalho e Emprego irá lavrar o auto de infração referente ao resgate dos trabalhadores, garantindo o pagamento do seguro desemprego previsto em lei. As vítimas serão conduzidas a Ciudad Del Leste para retornarem às suas casas.

 

ESQUEMA EM OURINHOS – Estima-se que a capacidade de produção da fábrica instalada no município era de aproximadamente 60.000 (sessenta mil) maços de cigarro por dia, operando com marcas falsificadas, o que caracteriza crimes de contrabando, falsificação e lesão à saúde pública. A estrutura clandestina era itinerante e seria desmontada nos próximos dias para se instalar em outro município, possivelmente Marília, e seria a primeira desse tipo identificada no interior de São Paulo e a maior até o momento na região Centro-Oeste Paulista.

 

 

A OPERAÇÃO – Ao todo, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva em três estados: São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. A Justiça também determinou o bloqueio de bens da organização criminosa, totalizando R$ 20 milhões.

A ação mobilizou o efetivo de cerca de 50 policiais federais, além de servidores do Ministério do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho, no cumprimento de mandados expedidos pela 1ª Vara Federal de Guaíra, no Oeste do Paraná.

O nome da operação faz alusão ao município onde a organização criminosa instalou a fábrica clandestina de cigarros, sendo que “Chrysós”, em grego, significa “ouro”.

 

PreviousNext

© 1990 - 2023 Jornal Negocião - Seu melhor conteúdo. Todos os direitos reservados.