quinta, 27 de março de 2025
Publicado em 23 set 2016 - 10:49:37
Alexandre Q. Mansinho
Dia 9 de junho de 2016, um carro com 5 jovens circulava próximo ao Parque Olavo Ferreira de Sá em Ourinhos; era um dos dias da FAPI, feira agropecuária que atrai milhares de pessoas todas as noites. Os jovens estavam brincando com os cones de trânsito, por isso o carro foi parado por um policial. Em situação normal, a abordagem terminaria em multa, advertência verbal ou, em último caso, na apreensão do veículo. No entanto aquele dia iria entrar para a história da cidade de Ourinhos por um motivo trágico: enquanto o policial que parou o carro conversava com o motorista e os ocupantes do veículo, o policial Luís Paulo Isidoro saca sua arma, interrompe a ação do primeiro policial e atira em Bryan, jovem que estava sentado no banco do carona. Havia uma câmera, o crime foi filmado em detalhes, não há dúvidas sobre a materialidade ou a autoria dos fatos: mas, por que o policial Isidoro aguarda julgamento em liberdade e ainda fazendo parte da corporação?
Para a mãe de Bryan, Valdinéia Pontes, seu filho foi assassinado a sangue frio: “para mim foi um assassinato, uma execução, por isso eu quero a ação da promotoria, do júri, para que esse caso seja julgado como um homicídio doloso e não culposo. Porque ele teve a intenção de matar o meu filho”. Apesar de não haver nenhum especialista em segurança que tenha respaldado a atitude de Isidoro, todos os profissionais que se manifestaram pela imprensa dizem que a ação foi, no mínimo, desastrosa. O Conselho Estadual de Direitos Humanos enviou um representante a Ourinhos que denunciou uma série de irregularidades na primeira investigação do crime, segundo o Conselho a polícia lavou o carro onde foi cometido o crime, destruiu provas e tomou atitudes para dificultar a apuração dos fatos.
E para o Ministério Público, Isidoro deveria estar atrás das grades, aguardando julgamento. Segundo o Dr. Sílvio Brandini, promotor responsável pelo caso, o MP já refez o pedido de prisão para o acusado: “nós entendemos que o policial deveria ter sido preso, por isso entramos com recurso devido a negativa do nosso primeiro pedido – não acredito que tenha havido nenhuma atitude deliberada por parte da PM com o objetivo de dificultar as investigações; penso que houve sim um engano quanto a tipificação do crime”. Ainda segundo Brandini, foi feito um relatório com todas as ações da PM nas primeiras horas após o crime e foi enviado ao Comando da Polícia Militar com o objetivo de haver uma investigação da própria corporação sobre as atitudes que estão sendo questionadas.
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO – O Ministério Público confirmou que no dia 10 de outubro de 2016 haverá a primeira audiência, onde serão ouvidos os envolvidos no caso, entre eles o próprio Isidoro e os jovens que estavam dentro do carro.
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