quinta, 16 de janeiro de 2025
Publicado em 02 set 2016 - 09:50:08
Alexandre Q. Mansinho
Pesquisas de opinião por todo o Brasil indicam que a população está pouco otimista quanto ao futuro político do país, aqui em nossa cidade o quadro não é nada diferente. Ainda não há números oficiais sobre o tema, mas basta sairmos às ruas e conversarmos com a população para constatarmos o fato. Entre a população que tem o direito de votar, mas não tem obrigação (pessoas com 16 e 17 anos e maiores de 65 anos), o comparecimento às urnas vai ser muito pequeno devido ao total descrédito dos eleitores em relação aos políticos.
“Eu e meus colegas do ‘Clube da Terceira Idade’ não estamos nada esperançosos com a política. O atendimento ao idoso é ruim e as condições de saúde para nós que trabalhamos uma vida toda é uma vergonha”, diz Sidnei Bueno, 70 anos. “Os políticos prometem muito na época das eleições, mas depois pouco se importam em saber se as coisas estão melhores”, completa. Maria José Vilas Boas, 73 anos, não se preocupou em fazer o cadastro biométrico, já que não tem obrigação de votar. “Eu nunca fui desanimada sobre política, nesses 73 anos de vida eu sempre procurei participar. Mas a roubalheira está tão grande que tirou todo o estímulo”, confessa. Já Selma Maciel Siqueira, 53 anos, diz que só irá comparecer na escola onde vota porque é obrigada: “está uma bagunça a política, só vou porque tem até multa para quem falta”.
Entre os mais jovens a realidade não é muito diferente, Bruno Milani Ferreira, 19 anos, confirma que nem sabe ainda em quem votar: “políticos prometem e não cumprem, confesso que ainda sei pouco sobre as eleições desse ano”. A irmã de Bruno, Bianca Fernandes Ireno, 15 anos, relata que, embora queira ser eleitora quando completar 16 anos, não é otimista quanto aos candidatos: “eu tenho vontade de tirar o título, mas não estou feliz com os políticos”. Embora o desânimo seja grande, ainda há um pequeno grupo da população que percebe ser necessário o engajamento na vida política, mesmo com esse cenário de baixa credibilidade dos políticos: “os candidatos a vereador são, na maioria, ignorantes e pouco estudados; eles pensam no salário e pouco conhecem de leis. Mas mesmo assim é importante que o povo procure saber a respeito”, diz Márcia Regina Ferreira. Débora Ferreira Campos Alves, 18 anos, afirma que se interessa em política, mas não vê com bons olhos a qualidade dos candidatos: “tirei meu título com 16 anos, já para votar na última eleição. Há bons políticos com boas propostas, mas, no geral, eles têm baixa qualidade. Mas a culpa também é do povo, que deveria se interessar mais”.
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