sábado, 05 de julho de 2025
Publicado em 15 fev 2019 - 01:27:06
Letícia Azevedo
Na última semana, a família do jovem Gabriel Mendonça dos Santos de Oliveira, vítima de acidente de trânsito ocorrido no último de 6 de fevereiro, na estrada Fernando Antônio Paschoal, registrou queixa contra o Serviço de Atendimento Médico de Urgência, que é mantido pela UMMES – União dos Municípios da Média Sorocabana, por suposta negligência no atendimento, o que, pode ter colaborado com a morte do rapaz.
Após levantamento dos fatos, de tudo o que consideram um atendimento negligente, munidos de cópias de documentos, registraram ainda um novo boletim de ocorrência contra o Consórcio de Municípios que inclui Ourinhos e coordena alguns serviços de relevância regional.
O jovem Gabriel Mendonça dos Santos de Oliveira, de apenas 20 anos, torneiro mecânico, voltava do Paredão (trecho do Rio Paranapanema) em Ourinhos com sua moto, por volta das 18h00 juntamente com um grupo de amigos, e enquanto trafegavam sentido centro pela estrada estrada do Ferro Velho Cruzeiro, teve sua frente interceptada por um veículo Vectra, sendo violentamente lançado ao chão, sofrendo graves fraturas. Algumas horas depois, infelizmente, a vítima veio a falecer na Santa Casa de Ourinhos.
De acordo com boletim de ocorrência, o condutor do veículo, Adair Moreira Silva, 60 anos, morador do Sítio Engenho Velho, apresentava sinais de embriaguez e realizou, na CPJ de Ourinhos, exame toxicológico de sangue e foi liberado.
O SAMU foi acionado pelos amigos que estavam com a vítima, e eles afirmam que a primeira ambulância enviada ao local não tinha os equipamentos necessários para fazer o socorro, devido à gravidade dos ferimentos. Cerca de 45 minutos depois do primeiro contato foi que uma segunda unidade chegou ao local da ocorrência, momento em que o socorrista pediu que os presentes colocassem o acidentado sobre a maca.
Nos registros do atendimento preenchido pelos profissionais do SAMU, consta que o tempo que a ambulância levou para sair da base, localizada no Jardim Santa Fé, até a Estrada da Cesp foi de 8 minutos, e que o tempo de retorno do local do acidente até o Hospital, levou 5 minutos, informações que os familiares consideram impossíveis de serem realizadas.
Uma das testemunhas, Bárbara Milena Bueno Moreira, amiga de Gabriel, que estava no local no momento do acidente confirma o atendimento inadequado: “a primeira ambulância não tinha condições de socorrer meu amigo, a socorrista pediu logo que fizéssemos novo contato com a base solicitando outra viatura (…) começou a chover e meu amigo ficou 40 minutos debaixo de uma tempestade”.
Segundo Keila Helena de Oliveira e Maria Ivone Vicente Dias, que trafegavam pela estrada no momento do acidente, elas tentaram proteger Gabriel com um cobertor: “eu fiz o que pude, peguei um cobertor que estava no meu carro e cobri o menino (…) ficou tudo ensopado, ele tremia de frio (…) se não fosse toda aquela demora, acho que ele teria tido mais chances de sobreviver”, conclui Maria.
Outros amigos do jovem, Matheus Henrique Santos de Carvalho, Mateus Guilherme Golfetti e Otávio Tondato, confirmam que eles mesmos tiraram Gabriel do chão: “fomos nós que colocamos o Gabriel na maca, sem nenhuma técnica ou conhecimento de como deveria ser feito para não piorar a situação dele”.
Até o fechamento dessa edição a UMMES não retornou os contatos feitos para que se posicionasse diante das denúncias.
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