domingo, 24 de agosto de 2025
Publicado em 03 jul 2021 - 12:09:51
Vários municípios têm negado o fato e atribuem a divergência a um erro de digitação no preenchimento de dados no sistema
Marcília Estefani
Além disso, de acordo com o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19, quem tomou imunizante vencido precisa se revacinar pelo menos 28 dias depois de ter recebido a dose administrada equivocadamente. Na prática, é como se a pessoa não tivesse se vacinado.
Em relação à matéria publicada pela Folha de São Paulo, na sexta-feira, 2 de julho, várias prefeituras têm negado o fato e atribuem a divergência a um erro de digitação no preenchimento de dados no sistema. Algumas afirmam até não ter recebido os lotes.
PREFEITURA DE OURINHOS – Através de nota a prefeitura comunica que o lançamento no sistema está diferente do dia da aplicação da dose, que no começo da vacinação a transferência de dados demorava a chegar no MS e que o lote da vacina CTMAV501 foi aplicado dentro do prazo.
BOTUCATU – A cidade avalia se terá que revacinar 5 pessoas após levantamento apontar uso de doses vencidas da AstraZeneca.
Segundo o município, verificação preliminar nos casos suspeitos indica apenas “erro de registro” e que, se confirmado algum erro na aplicação, pacientes vão receber nova dose após 28 dias da aplicação. Cidade usou o imunizante em vacinação em massa e já vacinou 82% da população.
BAURU – Município contestou a possibilidade de ter aplicado doses vencidas e afirmou em nota que “os dados publicados não são procedentes”. Segundo a prefeitura, todas as 22 doses vencidas que teriam sido aplicadas na cidade foram verificadas pela Secretaria de Saúde e o município entrou em contato com as pessoas que tomaram as referidas doses.
Segundo a nota, das 22 doses citadas, apenas 15 constam efetivamente no sistema de saúde. A Secretaria de Saúde manteve contato com as pessoas que receberam estas doses – apenas uma não foi localizada –, e as informações disponíveis no sistema apontam para aplicação dentro do prazo de vencimento.
MARÍLIA – Já em Marília, que figura no levantamento com 31 doses vencidas, a prefeitura rejeita o recebimento desse material e credita a situação a um suposto erro de digitação em apuração feita pelo Núcleo de Informações da Saúde Municipal.
Em nota, a prefeitura afirma que já aconteceram em “outros casos, desde o início da vacinação, vários erros de digitação de datas e migração entre sistemas do governo estadual para o governo federal, o que dá entender que as mesmas estariam vencidas, mas não estão”.
SANTA CRUZ DO RIO PARDO – Após buscas no Sistema de Registro de Doses VACIVIDA, a Prefeitura de Santa Cruz do Rio Pardo afirma que “não há registros de vacinas aplicadas com o Lote 4120Z001 (data da validade 29/03/2021) após o dia 15/03/2021. Já os lotes CTMAV501 30.abr e CTMAV506 31.maio, citados na matéria, não foram recebidos pelo município, conforme consta no Sistema de Informação de Insumos Estratégico, responsável pelo gerenciamento de imunobiológicos da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.
Sendo assim, a notícia não deve ser motivo de preocupação para a população de Santa Cruz do Rio Pardo, já que nenhuma dose fora do prazo de validade foi aplicada na cidade”.
BERNARDINO DE CAMPOS – Uma nota também foi publicada sobre o assunto: “A Secretaria de Saúde de Bernardino de Campos vem por meio desta esclarecer que recebemos no dia 27/02/2021 230 doses do Lote: 4120Z001 da vacina Astrazeneca/Oxford/Fiocruz com vencimento em 29/03/2021 e que a mesma foi aplicada nos dias: 27/02, 01/03, 03/03 e 08/03 conforme constam registros no sistema Vacivida porém, devido a um erro de digitação, o nome de Bernardino apareceu na lista de cidades que aplicaram vacina vencida. O erro já foi corrigido e nenhuma das pessoas vacinadas com este lote foram prejudicadas”.
A Secretaria Estadual de Saúde diz que as doses distribuídas estavam todas dentro do prazo.
O Ministério da Saúde também ressalta que nenhuma dose fora de vencimento foi distribuída e que orienta os municípios a acompanhar prazos seguindo a risca as orientações do MS.
Em nota, a Fiocruz afirma que “Em relação à informação de que doses da vacina AstraZeneca teriam sido aplicadas fora da validade, a Fiocruz esclarece que os referidos lotes não foram produzidos pela instituição, e sim importados.
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